45 Anos da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e os desafios da governança global sobre desigualdade de gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/2317-2150.2025.15880

Palavras-chave:

CEDAW , governança global , desigualdade de gênero

Resumo

A história confirma que sempre houve mulheres que lutaram contra os efeitos do patriarcado, porém movimentos feministas ganharam mais força e a adesão formal de Estados sobretudo a partir da década de 1970. Do ponto de vista das iniciativas globais, destaca-se a Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women (CEDAW), um tratado de 1979 que faz parte do sistema universal de Direitos Humanos. Entretanto, apesar desta iniciativa e de outras que se seguiram, a conjuntura de violência, de dominação masculina e da invisibilidade das mulheres nos espaços públicos de poder permanece. Assim, pergunta-se: O que faz com que a estrutura patriarcal permaneça forte em todo o mundo 45 anos após o advento da CEDAW e 76 anos após a Declaração Universal dos Direitos Humanos? É o que o artigo busca discutir, a partir de uma análise da conjuntura patriarcal internacional à luz do feminismo cosmopolita. Este modelo rejeita a imposição eurocêntrica, liberal e falsamente universalizada sobre a compreensão acerca dos direitos humanos, buscando a sua reinterpretação a partir de uma perspectiva que considere as diferenças culturais entre os povos e o papel da multi-level governance no mundo globalizado. Mudanças estruturais são necessárias, envolvendo atores estatais e não estatais, uma vez que ainda se verifica, de um modo geral, a invisibilidade desta pauta na agenda política cosmopolita. A proposta busca discutir a hierarquia que estrutura a política internacional e impede que a luta feminista avance e tenha efeitos mais concretos.

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Biografia do Autor

Tainah Sales, Fundação Getúlio Vargas

Professora da FGV Direito Rio (Disciplinas Direito Global, Direito Transnacional e Direitos Humanos), onde também atua como coordenadora do Field Project "Observatório das Mulheres na Política". Pós-Doutorado em andamento pelo Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional da Universidade de Fortaleza. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), com realização de pesquisa doutoral internacional (bolsa CAPES/PDSE) na Aix-Marseille Université (França). Professora do Centro Universitário Serra dos Órgãos (UNIFESO), onde também atua como membro do Núcleo de Direitos Humanos (NDH). Vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em Sociologia do Direito (ABraSD) e Proponente/Coordenadora do XV Congresso Internacional da ABraSD, a ser realizado na Universidade de Fortaleza em 2025. Membro do International Political Science Association (IPSA).

Felipe Cavaliere Tavares, Centro Universitário Serra dos Órgãos, Teresópolis, Rio de Janeiro, Brasil

Doutor em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro -UERJ (2017), Mestre em Direito pela Universidade Gama Filho (2005). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1999). Atualmente é professor do Centro Universitário Augusto Motta - UNISUAM. Também é professor do Centro Universitário Serra dos Órgãos.- UNIFESO, onde também exerce a função de Coordenador do Núcleo de Direitos Humanos. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direitos Humanos, atuando principalmente nos seguintes temas: História do Direito, Filosofia do Direito, Direito Internacional, Direito Constitucional, justiça social, multiculturalismo.

Publicado

2025-07-28

Edição

Seção

Eixo Temático 2 – Constituição, Instituições e Democracia no Brasil