Reflexões sobre a Trans-dis-capacidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/2317-2150.2024.15247

Palavras-chave:

transdeficiência, perspectiva da deficiência, direitos humanos

Resumo

O tema em análise suscita, sem dúvida, debates éticos, sociais e jurídicos, que não parecem concluir em consenso e que requerem análises e propostas mais aprofundadas. Este documento pretende oferecer algumas primeiras reflexões sobre a transdeficiência à luz do modelo social da deficiência e de uma abordagem de direitos humanos. Para tal, na primeira parte são revistas as implicações teóricas e práticas de uma abordagem ou enquadramento com uma perspectiva de deficiência e uma abordagem de direitos humanos. Numa segunda seção, investiga-se a tríade: condição-situação e posição na transdeficiência, identificando as dimensões que a compõem. A seguir, a terceira seção investiga a possibilidade – ou não – de considerar a transdeficiência como uma condição mental. A quarta secção reflecte sobre as tensões da ideologia capacitista que rege a nossa cultura e sociedade, e a forma como esta permeia a nossa perspectiva. A quinta seção aprofunda as relações entre transexualidade e transdeficiência, a partir da possibilidade de considerar a existência de semelhanças que possam ajudar a pensar respostas e propostas já utilizadas por outro grupo humano. A sexta seção desenvolve reflexões sobre a transdeficiência como traço identitário, aprofundando-se em questões pendentes que ficaram à margem do próprio modelo social e que hoje poderiam lançar alguma luz neste contexto. A oitava seção apresenta muito brevemente a possibilidade de considerar a transdeficiência como um dispositivo oportunista, resolvendo-se sob princípios gerais de direito aplicáveis ​​nesta e em outras matérias. A secção nove pretende oferecer um exercício prático, que consiste em pensar alguns princípios gerais relativos aos casos de transdeficiência ou autopercepção de deficiência no acesso à justiça. Por fim, a última secção investiga algumas conclusões, que apenas pretendem ser uma primeira aproximação a uma. questão que exige um debate social e jurídico em que os seus protagonistas – pessoas transdeficientes e pessoas com deficiência – devem ter voz própria.

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Biografia do Autor

Agustina Palacios, Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y tecnológicas de Argentina - CONICET , Buenos Aires, Argentina

Doutora em Direito pela Universidade Carlos III de Madrid, no Programa de Direitos Humanos, no Instituto de Direitos Humanos "Bartolomé de las Casas". Professora Adjunta de Direito Político e Professora de Direitos Humanos e Garantias Constitucionais na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Mar del Plata. Pesquisadora Adjunta do CONICET (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Argentina). Diretora da Área de Deficiência e Direitos Humanos no Centro de Pesquisa e Ensino em Direitos Humanos "Alicia Moreau", na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Mar del Plata. Relatora Argentina da Rede Ibero-Americana de Especialistas na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Diretora do Grupo de Pesquisa sobre Deficiência, Sociedade e Direitos Humanos na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Mar del Plata (OCA 108/2012). Diretora da Clínica Jurídica em Deficiência e Direitos Humanos na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Mar del Plata.

Publicado

2024-06-06

Edição

Seção

Artigos