Exercício da autonomia sobre o próprio corpo e a vida a partir das concepções de Kant e Stuart Mill: fundamentos para a definição de limites terapêuticos em testamento vital

Authors

  • Andrea Aldrovandi Professora do Curso de Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul -UCS.
  • Maria Claudia Crespo Brauner Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Coordenadora do Mestrado em Direito e Justiça Social MJS da FURG.

DOI:

https://doi.org/10.5020/2317-2150.2017.3803

Keywords:

Autonomia, liberdade, Kant, Stuart Mill, Testamento Vital

Abstract

Toda pessoa é livre para decidir sobre suas ações, e essa liberdade decorre da dignidade e da racionalidade humana, reconhecida como autonomia. Contudo, nem toda ação é moralmente aceitável no exercício da autonomia. Existem limitadores que determinam a classificação das ações direcionadas ao outro e a si próprio, e essas ações são moralmente aceitáveis ou não, dependendo da concepção de autonomia adotada. Esta é uma discussão extremamente relevante e atual, principalmente quando se questiona o poder de decisão que o homem tem sobre o seu próprio corpo e sua própria vida. Neste debate, é inegável a importância da noção kantiana de autonomia, pela qual, só age moralmente aquele que segue os princípios do querer autônomo, seguindo uma máxima que determina o que é bom universalmente; nunca o querer heterônomo, quando a ação é movida por impulso ou emoção, seguindo uma máxima pessoal. Por outro lado, tem se destacado nos debates bioéticos, a concepção utilitarista de autonomia de Stuart Mill, que defende a moralidade de ações direcionadas a si próprio, que tenham como único fundamento a busca do bem-estar próprio. Assim, evidenciadas as diferentes concepções, o objetivo do presente estudo é realçar os fundamentos de cada uma delas, com o fim de estabelecer os limites da autonomia nas ações direcionadas a própria pessoa. Esse tema toma proporção especial a partir do Testamento Vital, que é um instrumento que permite ao paciente terminal dispor sobre os tratamentos médicos e limites terapêuticos.

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Author Biographies

Andrea Aldrovandi, Professora do Curso de Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul -UCS.

Doutora em Direito (UNISINOS). Mestre em Direito (UCS).Especialista em Direito de Família e Sucessões. Advogada.

Maria Claudia Crespo Brauner, Professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande/FURG. Coordenadora do Mestrado em Direito e Justiça Social MJS da FURG.

Doutora em Direito pela Université de Rennes 1- França. Pós-doutorado na Université de Montréal- Canadá. Professora de Bioética e Biodireito e Direito Ambiental. Pesquisadora produtividade do CNPq.

Published

2017-08-31

Issue

Section

Artigos