Ecossistemas de Empresas Sociais: Uma Perspectiva Internacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/2318-0722.2024.30.e14026

Palavras-chave:

empresas sociais, negócios sociais, investimento de impacto, ecossistemas

Resumo

O objetivo desta pesquisa é oferecer uma perspectiva do ecossistema internacional de empresas sociais a partir das percepções e expectativas de investidores, empreendedores, representantes de instituições de finanças sociais, governos, ONGs, aceleradoras, agentes de responsabilidade social corporativa e consultores, com vistas a identificar caminhos para fortalecimento do campo no Brasil. Recorre-se à literatura de empresas sociais e ecossistemas de empresas sociais. Através de uma abordagem qualitativa exploratória, foram conduzidas 29 entrevistas semiestruturadas, complementadas com coleta documental. A análise, a partir das perspectivas de atores internacionais, reforça a importância de três possíveis elementos para consideração no Brasil: a diversificação dos investimentos de impacto, a qualificação dos empreendedores sociais e o incentivo e a promoção de um movimento global para uma nova mentalidade. Os resultados sintetizam uma estrutura para a promoção dos ecossistemas de empresas sociais, contribuindo para o debate brasileiro e a promoção do conhecimento no campo. A partir das perspectivas de atores internacionais, o estudo agrega novos dados para pesquisas futuras assim como formas práticas de promover o ecossistema de empresas sociais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Golbspan Lutz, Pontifícia Universidade Católica, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Doutora em Gestão Estratégica pela PUCRS. É mestre em Gestão com ênfase em Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade pela UFRGS e pós-graduada em Finanças pela UFRGS. Fernanda é integrante dos diversos grupos de pesquisa, incluindo Sustentabilidade e Negócios com Impacto Social na PUCRS, Sustentabilidade e Inovação na UFRGS e Gestão Social, Mudanças, Aprendizagem e Competências Organizacionais na Unisinos. Foi aluna visitante na HEC Montreal, trabalhando com a professora Natalia Aguilar Delgado em seu projeto de tese (2021) como parte do seu doutorado-sanduíche do Programa CAPES PRINT. Tem uma vasta experiência profissional na áreas de Finanças e atuou corporativamente em empresas como as Lojas Renner, Grupo RBS e Wal-mart.

Maira Petrini, Pontifícia Universidade Católica, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Professor visitante na HEC Montreal - Canadá (2017), Doutorado em Administração pela Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas - SP (2006) e Mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999). Professora adjunta do Programa de Pós-Graduação em Administração da PUC RS, nos últimos anos tem desenvolvido trabalhos e pesquisas na área de Administração, com ênfase em temas relativos à sustentabilidade e sua adoção estratégica nas empresas. Dentro desta temática, os projetos de pesquisa em andamento envolvem o debate das novas economias, os negócios de impacto sócio ambiental, empreendedorismo social e organizações híbridas. Com experiência profissional na área de Sistemas e Tecnologia de Informação, atuou corporativamente em empresas como Procergs, Hospital Israelita Albert Einstein e IBM e, mais recentemente, atuando em consultorias ad hoc em sustentabilidade.

Ana Clara Aparecida Alves de Souza, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Professora Visitante no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS - Campus Canoas). Coordenadora da Incubadora Social e Tecnológica do IFRS Campus Canoas (SocialTec). Membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi / IFRS Campus Canoas). Realizou estágio Pós-Doutoral no Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) de 2019 a 2022. Doutora em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Administração e Controladoria pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com estágio de pesquisa na HEC Montréal - Canadá, sob supervisão da Professora Marlei Pozzebon. Graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduada em Administração pela Estácio. É co-líder do grupo de pesquisa Sustentabilidade e Negócios com Impacto Social, liderado pela Professora Maira Petrini da PUCRS. 

Referências

Adner, R. (2017). Ecosystem as structure: An actionable construct for strategy. Journal of management, 43(1), 39-58. https://doi.org/10.1177/0149206316678451

Agrawal, A., & Hockerts, K. (2019). Impact investing: Review and research agenda. Journal of Small Business & Entrepreneurship, 33(3), 1-29. https://doi.org/10.1080/08276331.2018.1551457

Aliança pelos Investimentos e Negócios de Impacto. (2020). O ecossistema de investimentos e negócios de impacto entre 2015 e 2020: Evidências e Relatos sobre os Avanços do Campo no Brasil a partir de 15 Recomendações. Instituto da Cidadania Empresarial. https://aliancapeloimpacto.org.br/wp-content/uploads/2020/12/2020-relatorioalianca-15-20-v09.pdf

Altman, E. J., Nagle, F., & Tushman, M. L. (2022). The translucent hand of managed ecosystems: Engaging communities for value creation and capture. Academy of Management Annals, 16(1), 70-101. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3344435

Austin, J., Stevenson, H., & Wei‐Skillern, J. (2006). Social and commercial entrepreneurship: Same, different, or both? Entrepreneurship theory and practice, 30(1), 1-22. https://doi.org/10.5700/rausp1055

Bacq, S., & Lumpkin, T. (2020). Social Entrepreneurship and COVID‐19. Journal of Management Studies, 58(1), 285-288. https://doi.org/10.1111/joms.12641

Bardin, L. (2004). Análise de Conteúdo (3a ed.). Edições 70.

Battilana, J., Obloj, T., Pache, A., & Sengul, M. (2020). Beyond Shareholder Value Maximization: Accounting for Financial/Social Tradeoffs in Dual-Purpose Companies. Academy of Management Review, 47(2), 237-260. https://doi.org/10.5465/amr.2019.0386

Battilana, J., & Dorado, S. (2010). Building sustainable hybrid organizations: The case of commercial microfinance organizations. Academy of management Journal, 53(6), 1419-1440. https://doi.org/10.5465/AMJ.2010.57318391

Barki, E. (2015). Negócios de Impacto: Tendência ou Modismo?. GV Executivo, 14(1), 14-17. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvexecutivo/article/viewFile/49183/47996

Barki, E., Rodrigues, J., & Comini, G. M. (2020). Negócios de Impacto: Um Conceito em Construção. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 9(4), 477-501. https://doi.org/10.14211/regepe.v9i4.1980

Biggs, R., Westley, F., & Carpenter, S. (2010). Navigating the back loop: Fostering social innovation and transformation in ecosystem management. Ecology and society, 15(2). https://doi.org/10.5751/ES-03411-150209

Bozhikin, I., Macke, J., & Costa, L. F. (2019). The role of government and key non-state actors in social entrepreneurship. Journal of cleaner production,226, 730-747. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2019.04.076

Bugg-Levine, A., & Emerson, J. (2011). Impact investing: Transforming how we make money while making a difference. Innovations: Technology, Governance, Globalization, 6(3), 9-18. https://doi.org/10.1162/INOV_a_00077

Bull, M., & Ridley-Duff, R. (2019). Towards an appreciation of ethics in social enterprise business models. Journal of Business Ethics, 159(3), 619-634. https://doi.org/10.1007/s10551-018-3794-5

Cohen, R., & Serafeim, G. (2020). How to Measure a Company’s Real Impact. Harvard Business Review.

Creswell, J. W. (2002). Educational research: Planning, conducting, and evaluating quantitative. Prentice Hall.

Dart, R. (2004). Being “business-like” in a nonprofit organization: A grounded and inductive typology. Nonprofit and voluntary sector quarterly, 33(2), 290-310. https://doi.org/10.1177/0899764004263522

Defourny, J., & Nyssens, M. (2017). Fundamentals for an international typology of social enterprise models. VOLUNTAS: International Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations, 28(6), 2469-2497. https://doi.org/10.1007/s11266-017-9884-7

Hazenberg, R., Bajwa-Patel, M., Mazei, M., Roy, M. J., & Baglioni, S. (2016). The role of institutional and stakeholder networks in shaping social enterprise ecosystems in Europe. Social Enterprise Journal, 12(3), 302-321. https://doi.org/10.1108/SEJ-10-2016-0044

Hume, V., Davidson, A., & Guttentag, M. (2020). Investimentos de Impacto na América Latina: Tendências 2018 & 2019. Aspen Network of Development Entrepreneurs. https://andeglobal.org/wp-content/uploads/2021/02/LatAm-Impact-Investing-2018-2019-PT.pdf

Força Tarefa de Finanças Sociais. (2015). Carta de Princípios para Negócios de Impacto no Brasil. Instituto de Cidadania Empresarial (IEC). https://ice.org.br/wp-content/uploads/pdfs/Carta_Principios.pdf

Jones, M. B. (2007). The multiple sources of mission drift. Nonprofit and Voluntary Sector Quarterly, 36(2), 299-307. https://doi.org/10.1177/0899764007300385

Kapoor, R. (2018). Ecosystems: Broadening the locus of value creation. Journal of Organization Design, 7(1), 1-16. https://doi.org/10.1186/s41469-018-0035-4

Lopes, D da S., Jr., Vicente, M., Inacio, E., Jr., & Fischer, B. B. (2020). Fatores socioeconômicos como motivadores para o empreendedorismo social. Revista de Ciências da Administração, 22(56), 75-90. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2020.e61471

Letaifa, S. B., Reynoso, J. (2015). Toward a service ecosystem perspective at the base of the pyramid. Journal of Service Management, 26(5), 684-705. https://doi.org/10.1108/JOSM-04-2015-0133

Lutz, F., Petrini, M., & Delgado, N. A. (2023). Beyond mission drift: understanding the spaces of vulnerability in social enterprises’ missions. Social Enterprise Journal, 19(5), 519-535. https://doi.org/10.1108/SEJ-11-2022-0104

Mair, J., & Rathert, N. (2020). Let us Talk about Problems: Advancing Research on Hybrid Organizing, Social Enterprises, and Institutional Context. In D. A. Anderson, M. Lounsbury, & S. Paul (Eds.), Organizational Hybridity: Perspectives, Processes, Promises (Cap. 9, pp. 189-208). Emerald Publishing Limited.

Mazzei, M., & Roy, M. J. (2017). From policy to practice: Exploring practitioners’ perspectives on social enterprise policy claims. VOLUNTAS: International Journal of Voluntary and nonprofit organizations, 28(6), 2449-2468. https://doi.org/10.1007/s11266-017-9856-y

Nicolopoulou, K., Karataş‐Özkan, M., Vas, C., & Nouman, M. (2017). An incubation perspective on social innovation: The London Hub–a social incubator. R&D Management, 47(3), 368-384. https://doi.org/10.1111/radm.12179

Oliveira, P. R. V., Kieling, A. P., & Alberton, A (2021). Fazer o Bem Faz Bem: O Caso da A&P Alimentos. Revista Ciências Administrativas, 27(3), 1-13. https://doi.org/10.5020/2318-0722.2021.27.3.10317

Pipe Social. (2019). O que são negócios de impacto: características que definem empreendimentos como negócios de impacto. Instituto de Cidadania Empresarial (ICE).

https://aliancapeloimpacto.org.br/wp-content/uploads/2020/03/ice-estudo-negocios-de-impacto-2019-web.pdf

Pandey, S., Lall, S., & Pandey, S. K. (2017). The appeal of social accelerators: What do social entrepreneurs value?. Journal of Social Entrepreneurship, 8(1), 88-109. 10.1080/19420676.2017.1299035

Pandit, V., & Tamhane, T. (2017). Impact investing: Purpose-driven finance finds its place in India. Global Impact Investing Network. https://thegiin.org/assets/Impact-investing-finds-its-place-in-India.pdf

Petrini, M., Scherer, P., & Back, L. (2016). Modelo de negócios com impacto social. Revista de Administração de Empresas, 56, 209-225.

Phillips, W., Lee, H., Ghobadian, A., O’Regan, N., & James, P. (2015). Social innovation and social entrepreneurship: A systematic review. Group & Organization Management, 40(3), 428-461. https://doi.org/10.1177/1059601114560063

Pipe Social (2019). 2º Mapa de Negócios de Impacto: Social+ Ambiental. Pipe Labo.

PNUD Brasil, Sebrae. (2018). Gestão do Conhecimento no Ecossistema de Negócios de Impacto no Brasil. Sebrae. https://sinapse.gife.org.br/download/gestao-de-conhecimento-no-ecossistema-de-negocios-de-impacto-no-brasil

Polese, F., Carrubbo, L., Bruni, R., & Maione, G. (2017). The viable system perspective of actors in eco-systems. The TQM Journal, 29(6), 783-799. https://doi.org/10.1108/TQM-05-2017-0055

Prahalad, C. K. (2009). The fortune at the bottom of the pyramid, revised and updated 5th anniversary edition: Eradicating poverty through profits. FT Press.

Roundy, P. T. (2017). Social entrepreneurship, and entrepreneurial ecosystems: Complementary or disjoint phenomena? International Journal of Social Economics, 44(9), 1252-1267. https://doi.org/10.1108/IJSE-02-2016-0045

Stam, E. (2015). Entrepreneurial ecosystems and regional policy: A sympathetic critique. European Planning Studies, 23(9), 1759-1769. https://doi.org/10.1080/09654313.2015.1061484

Sudek, R. (2006). Angel investment criteria. Journal of Small Business Strategy, 17(2), 89-104. https://libjournals.mtsu.edu/index.php/jsbs/article/view/68

Tekula, R., & Andersen, K. (2019). The role of government, nonprofit, and private facilitation of the impact investing marketplace. Public Performance & Management Review, 42(1), 142-161. https://doi.org/10.1080/15309576.2018.1495656

United Nations Development Programme. (2008). Creating value for all: Strategies for doing business with the poor. United Nations.

Walchhütter, S., & Iizuka, E. S. (2019). Tensões organizacionais inerentes como elemento distintivo à natureza dos negócios sociais. Revista de Ciências da Administração, 21(53) 129-143. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2019V21n53p129

Yin, R. K. (2015). Estudo de Caso: Planejamento e métodos. Bookman Editora.

Yunus, M. (2009). Creating a world without poverty: Social business and the future of capitalism. Public Affairs.

Zahra, S. A., & Nambisan, S. (2012). Entrepreneurship and strategic thinking in business ecosystems. Business horizons, 55(3), 219-229. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2011.12.004

Downloads

Publicado

04.03.2024

Como Citar

LUTZ, F. G.; PETRINI, M.; SOUZA, A. C. A. A. de. Ecossistemas de Empresas Sociais: Uma Perspectiva Internacional. Revista Ciências Administrativas, [S. l.], v. 30, p. 1–15, 2024. DOI: 10.5020/2318-0722.2024.30.e14026. Disponível em: https://ojs.unifor.br/rca/article/view/14026. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos