Onde está o Outro nos Estudos Organizacionais e da Administração?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/2318-0722.2022.28.e12144

Palavras-chave:

O Outro, Outridade, Estudos Organizacionais, Administração.

Resumo

O objetivo deste ensaio teórico é trazer uma reflexão sobre o tratamento do Outro no transcurso dos Estudos Organizacionais e da Administração. Destarte, tentamos instigar o aprofundamento na temática do Outro, assim como de sua problematização. Para tanto, partindo de uma perspectiva merleu-pontyana discutimos o problema da existência do Outro, para logo discorrer sobre o tratamento dado ao Outro nos Estudos Organizacionais e da Administração. No percurso destes Estudos, na sua maior parte, privilegiou-se a herança das filosofias ocidentais, que geralmente possuem no seu âmago um solipsismo sem saída em que o Outro é reduzido ao Mesmo. Desta forma é necessário quebrar essas correntes esmagadoras do Outro para poder falar não de processos de constituição, de definição do Outro, mas dos entrelaçamentos do Mesmo com o(s) Outro(s), que criam o social e também as organizações e que se manifestam em experiências vividas, sentidas e percebidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rocío del Pilar López Cabana, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campus de Chapadão do Sul

Doutora em Administração pela Universidade Estadual de Maringá. Professora do Curso de Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de Chapadão do Sul.

Elisa Yoshie Ichikawa, Universidade Estadual de Maringá

Mestre em Administração e Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora Associada no Departamento de Administração da Universidade Estadual de Maringá

Referências

AKTOUF, O. Administração e teorias das organizações contemporâneas: Rumo a um humanismo radical crítico? Organizações & Sociedade, v. 8, n. 21. Maio/Agosto, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S1984-92302001000200001

BERTERO, C. O. Resenha: Handbook de estudos organizacionais. Volume 2: reflexões e novas direções - (Stewart R. Clegg, Cynthia Hardy e Walter R. Nord (Orgs.) - 2001). Revista de Administração Contemporânea, v. 6, n. 3, p. 215-217, 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-65552002000300014

BROWN. The reproduction of othering. Feminism & Psychology, v. 5, n. 4, p. 535-538, 1995. DOI: https://doi.org/10.1177/0959353595054014

CARRIERI, A. P. As gestões e as sociedades. Farol - Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, v. 1, n. 1, p. 19-57, ago. 2014. DOI: https://doi.org/10.25113/farol.v1i1.2592

CHAUÍ, M. Merleau-Ponty: a obra fecunda. Cult – Revista Brasileira de Cultura. Ano 11, n. 123. abril, 2008. Link. Acesso em: 20 abr. 2020.

CHANLAT, J-F. Gestão empresarial: uma perspectiva antropológica. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

CUNLIFFE, A. L. “Crafting qualitative research: Morgan and Smircich 30 years on”. Organizational Research Methods, v. 14, n. 4, p. 647-673, 2011. DOI: https://doi.org/10.1177/1094428110373658

________________. Alterity: The passion, politics, and ethics of self and scholarship. Management Learning, v. 49, n. 1, p. 8–22, 2018. DOI:

https://doi.org/10.1177/1350507617737454

DE CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1998.

____________ . A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

DELLAGNELO, E. L. MACHADO-DA-SILVA, C. L. Novas formas organizacionais: onde se encontram as evidências empíricas de ruptura com o modelo burocrático de organizações? Organizações e Sociedade, v. 7, n. 19, p. 19-33, 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S1984-92302000000300002

DESCARTES, R. Discurso do método; As paixões da alma; Meditações metafísicas; Objeções e respostas. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. (Os Pensadores).

FALABRETTI, E. A presença do Outro: inter-subjetividade no pensamento de Descartes e de Merleau-Ponty. Revista de Filosofia Aurora, Curitiba, v. 22, n. 31, p. 515-541, jul./dez. 2010. DOI: https://doi.org/10.7213/rfa.v22i31.2533

FAŸ, E. Derision and Management. Organization, v. 15, n. 6, p. 831–850, 2008. FAYOL, H. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1960. DOI: https://doi.org/10.1177/1350508408095816

FAYOL, H. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1960.

FINEMAN, S. A emoção e o processo de organizar. In. CLEGG, S. R; HARDY, C. NORD, W; CALDAS, M.; FACHIN,R.; FISCHER, T. (Orgs). Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2010.

FLORES-PEREIRA, M. T. Cultura organizacional, corpo artefato e embodiment: etnografia em uma livraria de shopping center. Tese (Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2007.

FLANKLIN, K. Educação e ética: o reconhecimento da alteridade na educação. In. GUÉRIOS, E; STOLTZ, T. (Orgs.) Educação e alteridade. São Carlos: EduFSCar, 2010.

GUELDENBERG, S.; HELTING, H. Bridging, The Great Divide‟: Nonaka‟s Synthesis of „Western‟ and „Eastern‟ Knowledge Concepts Reassessed. Organization, v. 14, n. 1. p. 101-122, 2007. DOI: https://doi.org/10.1177/1350508407071862

GUÉRIOS, E; STOLTZ, T. Educação e Alteridade. In GUÉRIOS, E; STOLTZ, T. (Orgs.) Educação e alteridade. São Carlos: EduFSCar, 2010.

GÜLERCE, A. Selfing as, with, and without othering: Dialogical (im)possibilities with Dialogical Self Theory. Culture & Psychology, v. 20, n. 2, p. 244-255, 2014. DOI: https://doi.org/10.1177/1354067X14526897

HAND, S. The other voice: ethics and expression in Emmanuel Levinas. History of the human sciences, v. 10, n. 3, p. 56-68, 1997. DOI: https://doi.org/10.1177/095269519701000305

HEGEL, G. W. F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1992.

HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 2012.

HERZBERG, F. O conceito de higiene como motivação e os problemas do potencial humano de trabalho. In. HAMPTON, D. R. (Org.). Conceitos do comportamento humano na administração. São Paulo: EPU, 1973.

HUSSERL, E. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. São Paulo: Madras, 2001.

KENNY, K.; FOTAKI, M. From gendered organizations to compassionate borderspaces: Reading corporeal ethics with Bracha Ettinger. Organization, v. 22, n. 2, p. 183–199, 2015. DOI: https://doi.org/10.1177/1350508414558723

KRUMER-NEVO, M. The Arena of Othering: A Life-Story Study with Women Living in Poverty and Social Marginality. Qualitative Social Work, v. 1, n. 3, p. 303-318, 2002. DOI: https://doi.org/10.1177/1473325002001003642

LACAN, J. O eu e o outro. In. O Seminário - Livro 1: os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979a, p. 50-65.

________. O sujeito e o outro (I): a alienação. In: O Seminário - Livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979b. Cap. XVI, p.193-204.

________. Introdução do grande outro. In. O Seminário - Livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 296-311.

LAHMAN, M. K. E. Always Othered: ethical research with children. Journal of early childhood research, v. 6, n. 3, p. 281-300, 2008. DOI: https://doi.org/10.1177/1476718X08094451

LÉVINAS, E. Totalidade e infinito. Lisboa: Edições 70, 1980.

MASLOW, A. H. Uma teoria da motivação humana. In. BALCÃO, Y. F.; CORDEIRO, L. L. O comportamento humano na empresa: uma ontologia. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, Instituto de Documentação, 1971.

MAYO, E. The human problems of na industrial civilization. Londres: Routledge, 1933.

________. The social problems of an industrial civilization. Londres: Routledge, 1945.

MCKINNEY, C. A Hermeneutic of Pause(ing): A Considered Responding to Other as “Not-I”. Feminist Theology, v. 23, n. 3, p. 292– 303, 2015. DOI: https://doi.org/10.1177/0966735015579337

MERLEAU-PONTY, M. A fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2015.

___________________. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 2014.

___________________. A prosa do mundo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

MORGAN, G. Imagens da organização: edição executiva. São Paulo: Atlas, 2006.

NASCIMENTO, K. A revolução conceptual da administração: implicações para a formulação dos papéis e funções essenciais de um executivo. Revista de administração pública, v. 6, n. 2, p. 5-52, abr./jun. 1972.

PLATÃO. O Sofista. eBook: O Dialeto, 2003. Link Acesso em: 30 jul. 2020.

REED, M. Teorização organizacional: Um campo historicamente contestado. In. CLEGG, S. R; HARDY, C. NORD, W; CALDAS, M.; FACHIN,R.; FISCHER, T. (Orgs). Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 2010.

ROETHLISBERGER, F. J.; DICKSON, W. J. Management and the worker: Cambridge: Harvard University Press, 1961.

SANTOS, R. O quiasma do mundo: a questão da alteridade em Merleau-Ponty. Curitiba: CRV, 2017.

SARTRE, J. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Petrópolis: Vozes, 2011.

SACHUK, M. I. Gestão empresarial: o sonho de poder motivar o indivíduo a participar na organização. Maringá: Eduem, 2002.

Downloads

Publicado

26.08.2022

Como Citar

LÓPEZ CABANA, R. del P.; ICHIKAWA, E. Y. Onde está o Outro nos Estudos Organizacionais e da Administração?. Revista Ciências Administrativas, [S. l.], v. 28, p. e12144, 2022. DOI: 10.5020/2318-0722.2022.28.e12144. Disponível em: https://ojs.unifor.br/rca/article/view/12144. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos