Estrutura de Capital dos Bancos Islâmicos e sua Relação com o Indicador de Desenvolvimento Financeiro Islâmico (IFDI)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/2318-0722.2023.29.e13534

Palavras-chave:

Finanças Islâmicas, IFDI, Estrutura de Capital, Desenvolvimento Financeiro

Resumo

O objetivo deste artigo é examinar o efeito da estrutura de capital no desenvolvimento financeiro de bancos islâmicos. Para medir o desenvolvimento financeiro islâmico, foi usado o Refinitiv Islamic Finance Development Indicator® (IFDI) em nível de país durante os anos de 2014 a 2019. Usando uma amostra de 105 bancos, cobrindo sistemas bancários em 19 países de maioria muçulmana, o estudo usou uma regressão do tipo Two-Stage least squares (2SLS) para controlar a causalidade reversa do IFDI à estrutura de capital. A relação não monotônica encontrada entre o desenvolvimento financeiro sobre o patrimônio líquido e os índices de capital dos bancos sugere que as emissões de ações com baixos índices de capital (inferiores a 48,42%) são caras e têm um efeito negativo em seu indicador de desenvolvimento. O resultado é consistente com a Teoria de Sinalização, que prevê que os bancos com melhor desempenho transmitam essas informações de forma confiável por meio de capital mais alto. O artigo justifica-se pela relevância internacional do tema e pelo início das discussões da criação do marco legal das Finanças Islâmicas no Brasil, em abril de 2021, pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ahmed Sameer El Khatib, Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Liberdade, São Paulo, Brasil

Graduado em Ciências Contábeis pela FEA/USP (2007), Mestre em Ciências Contábeis e Ciências Atuariais pela PUC/SP (2013) e Doutor em Administração de Empresas pela PUC/SP (2018). Em 2020 concluiu o Programa de Pós-Doutorado no Departamento de Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo. Recebeu o Prêmio de Melhor Dissertação de Mestrado em 2014 pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC-SP). Possui MBA em Finanças pela Fundação Instituto de Administração (2011) e MBA em IFRS pela FIPECAFI (2013). Atualmente é Doutorando em Educação pela PUC/SP (2020), tendo como foco de pesquisa a Educação Fiscal, Financeira e Previdenciária para jovens em São Paulo. Está cursando seu estágio pós-doutoral em Finanças na Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP com funding do Bahrein Islamic Bank (BisB) na área de estrutura de capital de bancos. 

Johan Hendrik Poker Junior, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil

Bacharel em Estatística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Mestre e Doutor em Administraçao Pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Pós-doutorado pelo CTI "Renato Archer". Professor Livre-Docente da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Coordenador do Laboratório de Finanças e Contabilidade (LABFIC) do Centro de Pesquisa em Administração (CEPAD). Leciona Administração Financeira I e II para o Bacharelado em Administração e Finanças Corporativas no Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA-FCA). Suas principais pesquisas incluem, mas não se limitam a, estudar o processo decisório em finanças corporativas (e sua relação com o mercado financeiro) e em finanças públicas, incluindo: vieses cognitivos, valores culturais, ciclo de vida organizacional, estrutura de capital, custo de capital, modelos de retorno de investimento, análise de risco financeiro e operacional, mercado financeiro eficiência financeira e qualidade do gasto. Atuou em empresas privadas dos setores educacional, bancário, de serviços financeiros, de energia e público.

Allan Silva de Carvalho, Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Liberdade, São Paulo, Brasil

Mestrando e Graduando em Ciências Contábeis e Bacharel em Ciências Econômicas (2019), com ênfase em Finanças Corporativas e Mercados de Capitais, pelo Centro Universitário FECAP, onde possui o cargo de auxiliar administrativo. Auxilia no desenvolvimento de pesquisas do Instituto de Finanças FECAP, desempenha o papel de editor-executivo da Revista Finanças FECAP, atua na coordenação administrativa do Núcleo de Estudos de Conjuntura Econômica da FECAP (NECON FECAP), entre outras atividades. Atua nas áreas de Economia e Administração - subárea em Ciências Contábeis.

Referências

Abdel-Hameed, B. (2003). Assessing the performance of Islamic banks: some evidence from the middle east. Islamic

Economic Studies,11(1), 32-57.

Aggarwal, R., & Goodell, J. W. (2014). National cultural dimensions in finance and accounting scholarship: An important

gap in the literatures? Journal of Behavioral and Experimental Finance,1, 1-12.

Akbar, S.,Khan, S.,Haq, Z.U., & Khan, M. I.(2022). Capital structure dynamics of Shariah-compliant vs noncompliant

firms: evidence from Pakistan. International Journal of Islamic and Middle Eastern Finance and Management,16(2),

-383. https://doi.org/10.1108/IMEFM-06-2021-0239

Al-Hunnayan, S. H. (2020). The capital structure decisions of Islamic banks in the GCC. Journal of Islamic Accounting and Business Research,11(4), 745-764. https://doi.org/10.1108/JIABR-02-2017-0026

Alipour, M., Mohammadi, M.F.S., & Derakhshan, H. (2015), Determinants of capital structure: an empirical study of firms in Iran. International Journal of Law and Management,57(1), 53-83. https://doi.org/10.1108/IJLMA-01-2013-0004

Al-Kayed, L. T., Zain, S. R. S. M., & Duasa, J. (2014). The relationship between capital structure and performance

of Islamic banks. Journal of Islamic Accounting and Business Research,5(2), 158-181. https://doi.org/10.1108/

JIABR-04-2012-0024

Archer, S., & Karim, R. A. A. (2006). On capital structure, risk sharing and capital adequacy in Islamic banks. International Journal of Theoretical and Applied Finance, 9(3), 269- 280.

Aremu, M. A., Ekpo, I. C., Mustapha, A. M., & Adedoyin, S. I. (2013). Determinants of capital structure in Nigerian

banking sector. International Journal of Academic Research in Economics and Management Sciences, 2(4), 27-43.

Ayub, M. (2007). Understanding Islamic finance. John Wiley & Sons.

Baldwin, K., & Alhalboni, M. (2020). The impact of profit-sharing investment accounts on shareholders’ wealth. Journal of International Financial Markets, Institutions and Money, 69, 1-39. https://doi.org/10.1016/j.intfin.2020.101253.

Bajaj, Y., Kashiramka, S., & Singh, S. (2020). Application of capital structure theories: a systematic review. Journal of

Advances in Management Research,18(2),173-199. https://doi.org/10.1108/JAMR-01-2020-0017.

Bastos, D. D., Nakamura, W. T., & Basso, L. F. C. (2009). Determinantes da estrutura de capital das companhias

abertas na América Latina: Um estudo empírico considerando fatores macroeconômicos e institucionais. RAM -

Revista de Administração Mackenzie,10(6), 47-77.

Berger, A. N. (1995). The relationship between capital and earnings in banking. Journal of money, credit and Banking,

(2), 432-456.

Berger, A. N., & Di Patti, E. B. (2002). Capital structure and firm performance: A new approach to testing agency theory and an application to the banking industry. Finance and Economics Discussion Series (FEDS). Board of Governors of the Federal Reserve System. https://www.federalreserve.gov/pubs/feds/2002/200254/200254pap.pdf

Chapra, M. U. (1996). Monetary Management in an Islamic Economy. Islamic Economic Studies,4(1),1-35. https://

ssrn.com/abstract=3165360

Chapra, M. U. (2000). Why has Islam prohibited interest? Rationale behind the prohibition of interest. Review of Islamic Economics,9, 5-20.

Chapra, M. U. (2001). Islamic economic thought and the new global economy. Islamic Economic Studies, 9(1), 1-16.

Costa, A. L. (2016). As possibilidades de relacionamento entre capitalismo e a economia islâmica a partir da perspectiva de Muhammad Baqir Assadr. [Tese de Doutorado], Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-10052016-144311/

Eid, W., Jr. (1996). Custo e Estrutura de Capital: o Comportamento das Empresas Brasileiras. RAE - Revista de

Administração de Empresas, 36(4), 51-59. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-75901996000400006

El-Chaarani, H., Ismail, T. H., El-Abiad, Z., & El-Deeb, M. S. (2022). The impact of COVID-19 on financial structure

and performance of Islamic banks: A comparative study with conventional banks in the GCC countries. Journal

of Economic and Administrative Sciences, head-of-print (ahead-of-print), 1-29.https://doi.org/10.1108/JEAS-07-

-0138

Flamini, V., McDonald, C. A., & Schumacher, L. B. (2009). The determinants of commercial bank profitability in Sub-

Saharan Africa. IMF Working Paper, 9(15),1-30. https://ssrn.com/abstract=1356442

Fredriksson, A., & Oliveira, G. M. (2019). Impact evaluation using Difference-in-Differences. RAUSP Management

Journal, 54(4), 519-532. https://doi.org/10.1108/RAUSP-05-2019-0112

Guizani, M., & Ajmi, A. N. (2021). The capital structure decision of Islamic and conventional banks: empirical

evidence from Malaysia. Asia-Pacific Journal of Business Administration, 13(2),216-234. https://doi.org/10.1108/

APJBA-06-2020-0218

Gropp, R., & Heider, F. (2009). The determinants of bank capital structure. Working Paper N.1096. European Central

Bank.

Haneef, M. A. (1995). Contemporary Islamic economic thought: A selected comparative analysis. Alhoda UK.

Harkati, R., Alhabshi, S. M. & Kassim, S. (2020). Does capital adequacy ratio influence risk-taking behaviour of

conventional and Islamic banks differently? Empirical evidence from dual banking system of Malaysia. Journal

of Islamic Accounting and Business Research,11(9), 1989-2015. https://doi.org/10.1108/JIABR-11-2019-0212

Haron, S. (2004). Determinants of Islamic bank profitability. Global Journal of Finance and Economics,11(1), 1-22.

Hassan, M. K., & Bashir, A-H. M. (2003, December). Determinants of Islamic banking profitability. [Apresentação de

trabalho]. 10th ERF Annual Conference, Morocco, África,7, 2-31.

Hausman, J. A. (1978). Specification tests in econometrics. Econometrica: Journal of the econometric society,46(6),

-1271. https://www.jstor.org/stable/1913827

Hoffman, P. (2011). Determinants of the profitability of the US banking industry. International Journal of Business and Social Science,2(22), 225-269.

Iqbal, M. (2001). Islamic and conventional banking in the nineties: A comparative study.

Islamic Economic Studies,18(2). 1-27.

Indomo, I. L. & Lubis, A. W. (2022). Capital structure behaviour among Indonesian property developers during different business cycles. Journal of Financial Management of Property and Construction,28(1), , 91-106. https://doi.

org/10.1108/JFMPC-07-2021-0050

Islamic Financial Services Board. (2020). Conceptual Framework to Islamic Financial Statements. https://www.ifsb.

org/published.php

Kabir, H., Farhat, J., & Al-Zu’bi, B. (2003). Dividend signaling hypothesis and short-term asset concentration of Islamic

interest free banking. Islamic Economic Studies, 11(1),1-30.

Kamali, M. H. (2000). Islamic Commercial Law: An Analysis of Futures and Options. Cambridge.

Modigliani, F., & Miller, M. H. (1958). The cost of capital, corporate finance and the theory of investment. The American economic review,48(3), 261-297.

Modigliani, F., & Miller, M. H. (1963). Corporate income taxes and the cost of capital: A correction. The American

economic review, 53(3), 433-443.

Naceur, S. B. (2003). The determinants of the Tunisian banking industry profitability: Panel evidence. Universite Libre

de Tunis working papers,10, 1-17.

Obeidat, B. Y., Shannak, R. O., Masa’deh, R. E. M. D. T., & Al-Jarrah, I. (2012). Toward better understanding for Arabian

culture: Implications based on Hofstede’s cultural model. European Journal of Social Sciences, 28(4), 512-522.

Pamplona, E., Silva, T. P. da, & Nakamura, W. T. (2021). Determinantes da estrutura de capital de empresas industriais brasileiras nos períodos de prosperidade e crise econômica. Enfoque: Reflexão Contábil, 40(2), 135-152.

Paltrinieri, A., Dreassi, A., Migliavacca, M., & Piserà, S. (2020). Islamic finance development and banking ESG scores:

Evidence from a cross-country analysis. Research in International Business and Finance, 51, 1-13.

Rasiah, D. (2010). Theoretical framework of profitability as applied to commercial banks in Malaysia. European Journal of Economics, Finance and Administrative Sciences, 19(19), 75-97.

Samad, A., & Hassan, M. K. (1999). The performance of Malaysian Islamic bank during 1984- 1997: An exploratory

study’. International Journal of Islamic Financial Services,1(3), 1-14.

Tripathy, N., & Asija, A. (2017). The Impact of Fi-nancial Crisis on the Determinants of Capital Structure of Listed Firms

in India. Journal of International Business and Economy, 18(1), 101-121.

Sharpe, I. G. (1995). Determinants of capital structure of Australian trading banks. Asia Pacific. Journal of Management, 12(2), 97-121.

Siddiqi, M. N. (1983). Issues in Islamic banking. Islamec Fundation.

Sufian, F. (2007). The efficiency of Islamic banking industry in Malaysia: Foreign vs domestic banks. Humanomics,

(3), 174-192.

Thomson Reuters. (2020). ICD-REFINITIV Islamic Finance Development Report 2020. IFDI. https://icd-ps.org/uploads/

files/ICD-Refinitiv%20IFDI%20Report%2020201607502893_2100.pdf

Valdez, S., & Molyneux, P. (2007). An introduction to global financial markets. Palgrave Macmillan.

Weber, O., Diaz, M., & Schwegler, R. (2014). Corporate social responsibility of the financial sector–strengths, weaknesses and the impact on sustainable development. Sustainable Development, 22(5), 321-335.

Wooldridge, J. M. (2009). Introductory Econometrics A Modern Approach. South-Western Cengage Learning.

Downloads

Publicado

10.04.2023

Como Citar

KHATIB, A. S. E.; POKER JUNIOR, J. H.; CARVALHO, A. S. de. Estrutura de Capital dos Bancos Islâmicos e sua Relação com o Indicador de Desenvolvimento Financeiro Islâmico (IFDI). Revista Ciências Administrativas, [S. l.], v. 29, p. 1–15, 2023. DOI: 10.5020/2318-0722.2023.29.e13534. Disponível em: https://ojs.unifor.br/rca/article/view/13534. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos