Automedicação em pacientes renais crônicos hemodialíticos
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2020.9906Palavras-chave:
Diálise Renal, Farmacoepidemiologia, Medicamentos Sem Prescrição, Uso de Medicamentos, Pacientes Ambulatoriais, Insuficiência Renal CrônicaResumo
Objetivo: Analisar o uso de medicamentos por automedicação em pacientes renais crônicos hemodialíticos. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado em um centro de tratamento hemodialítico, na região Sudoeste da Bahia, em março de 2015, por meio da aplicação de formulário contendo variáveis sociodemográficas, clínicas e farmacoterapêuticas de 170 pacientes. A amostra compôs-se de pacientes em tratamento hemodialítico crônico há mais de um ano, com idade maior ou igual a 18 anos. Utilizou-se o Epidata 3.1 como banco de dados. Realizou-se análise descritiva e empregou-se o método de regressão logística binária, usado para avaliar a associação entre automedicação e variáveis independentes, utilizando o programa SPSS, versão 21.0. Resultados: Dos participantes, 64,1% (109) eram homens, com idade média de 50,5 anos (± 14,9); 57% (98) possuíam renda menor que um salário mínimo; 20% (34) nunca estudaram; 48,2% (82) estavam dialisando em período de um a cinco anos e 92,9% (158) não possuíam plano de saúde. Contabilizaram-se 104 medicamentos utilizados por automedicação, com destaque para o calcitriol (9,6%) e a clonidina (6,7%). Verificou-se que pacientes com maior escolaridade (OR=1,32; IC95%=1,32-28,72) e que usam sobra de medicamentos em casa (OR=22,48; IC95%=6,53-77,38) têm mais chances de se automedicar. Conclusão: Há baixa frequência de automedicação na população de renais crônicos investigada, sendo associada ao uso de medicamentos guardados em casa e à baixa escolaridade.Downloads
Referências
Ferraz FHRP, Rodrigues CIS, Gatto GC, Sá NM. Differences and inequalities in relation to access to renal replacement therapy in the BRICS countries. Ciênc Saúde Colet. 2017;22(7):2175-85.
Sesso RC, Lopes AA, Thomé FS, Lugon JR, Martins CT. Brazilian chronic dialysis survey 2016. J Bras Nefrol. 2017;39(3):261-6.
Oliveira JGR, Silva GB Jr, Vasconcelos JE Filho. Doença renal crônica: explorando novas estratégias de comunicação para promoção da saúde. Rev Bras Promoç Saúde. 2018;31(4):1-8.
Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Vigilância em Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3a ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.
Saran R, Robinson B, Abbott KC, Bragg-Gresham J, Chen X, Gipson D, et al. US Renal Data System 2019 Annual Data Report: epidemiology of kidney disease in the United States. Am J Kidney Dis. 2020;75(suppl 1).
Teixeira FIR, Lopes MLH, Silva GAS, Santos RF. Survival of hemodialysis patients at a university hospital. J Bras Nefrol. 2015;37(1):64-71.
Weir MR, Fink JC. Safety of medical therapy in patients with chronic kidney disease and end-stage renal disease. Curr Opin Nephrol Hypertens. 2014;23(3):306-13.
Gerlack LF, Werlang MC, Bós AJG. Drug related problems in outpatient older adults assisted in an university hospital in Rio Grande do Sul, Brazil. Rev Bras Farm Hosp Serv. 2015;6(1):13-7.
Secoli SR, Marquesini EA, Fabretti SC, Corona LP, Romano-Lieber NS. Self-medication practice trend among the Brazilian elderly between 2006 and 2010: SABE Study. Rev Bras Epidemiol. 2018;21(Suppl 2):E180007.
Pereira FGF, Araújo MJP, Pereira CR, Nascimento DS, Galiza FT, Benício CDAV. Automedication in active elderly people. J Nurs UFPE. 2017;11(12):4919-28.
Bertoldi AD, Pizzol TSD, Ramos LR, Mengue SS, Luiza VL, Tavares NUL, et al. Sociodemographic profile of medicines users in Brazil: results from the 2014 PNAUM survey. Rev Saúde Pública. 2016;50(Suppl 2):5s.
Prado MAMB, Franscisco PMSB, Bastos TF, Barros MBA. Use of prescription drugs and self-medication among men. Rev Bras Epidemiol. 2016;19(3):596-608.
Koley M, Saha S, Ghosh A, Ganguly S, Arya JS, Choubey G. Self-medication tendencies of patients visiting outpatient departments of Government homeophatic medical colleges and hospitals in West Bengal, India. Int J High Dilution Res. 2013;12(45):178-89.
Nepomuceno FCL, Melo IM Jr, Silva EA, Lucena KDT. Religiosidade e qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise. Saúde Debate. 2014;38(100):119-28.
Machado-Alba JE, Echeverri-Cataño LF, Londoño-Builes MJ, Moreno-Gutiérrez PA, Ochoa-Orozco SA, Ruiz-Villa JO. Social, cultural and economic factors associated with self-medication. Biomédica. 2014;34(4):580-8.
Domingues PHF, Galvão TF, Andrade KRC, Araújo PC, Silva MT, Pereira MG. Prevalence and associated factors of self-medication in adults living in the Federal District, Brazil: a cross-sectional, population-based study. Epidemiol Serv Saúde. 2017;26(2):319-30.
World Health Organization. Guidelines for ATC classification and DDD assignment [Internet]. Oslo: WHO Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology; 2018 [acesso em 2019 Abr 12]. Disponível em: https://www.whocc.no/atc_ddd_index_and_guidelines/guidelines/
Sawalha AF. A descriptive study of self-medication practices among Palestinian medical and nonmedical university students. Res Soc Adm Pharm. 2008;4(2):164-72.
Auta A, Banwat SB, Sariem CN, Shalkur D, Nasara B, Atuluku MO. Medicines in Pharmacy Students’ Residence and Self-medication Practices. J Young Pharm. 2012;4(2):119-23.
Barros ARR, Griep RH, Rotenberg L. Self-medication among nursing workers from public hospitals. Rev Latino-Am Enfermagem. 2009;17(6):1015-22.
Galato D, Madalena J, Pereira GB. Self-medication among university students: the influence of the field of study. Ciênc Saúde Colet. 2012;17(12):3323-30.
Institute of Medicine. The healthcare imperative: lowering costs and improving outcomes: workshop series summary [Internet]. Washington, DC: The National Academies Press; 2010 [acesso em 2019 Abr 12]. Disponível em: http://books.nap.edu/catalog.php?record_id=12750
Suleman S, Ketsela A, Mekonnen Z. Assessemnt of self-medication practices in Assendabo town, Jimma zone, southwestern Ethiopia. Res Soc Adm Pharm. 2009;5(1):76-81.
Baldoni AO, Ayres LR, Martinez EZ, Dewulf NLS, Santos V, Obreli-Neto PR, et al. Pharmacoepidemiological profile and polypharmacy indicators in elderly outpacients. Braz J Pharm Sci. 2013;49(3):443-52.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n° 98, de 1° de agosto de 2016. Brasília: Anvisa; 2016.
Santoro D, Satta E, Messina S, Costantino G, Savica V, Bellinghieri G. Pain in end-stage renal disease: a frequent and neglected clinical problem. Clin Nephrol. 2013;79(Suppl 1):2-11.
Jain D, Green JA. Health literacy in kidney disease: review of the literature and implications for clinical practice. World J Nephrol. 2016;5(2):147-51.
St Peter WL, Wazny LD, Patel UD. New models of chronic kidney disease care including pharmacists: improving medication reconciliation and medication management. Curr Opin Nephrol Hypertens [Internet]. 2013 [acesso em 2019 Abr 12];22(6):656-62. doi: 10.1097/MNH.0b013e328365b364
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à RBPS, não sendo permitida sua apresentação a outro periódico. Junto ao envio do manuscrito, autores devem encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Direitos Autorais assinada por todos os autores, bem como, sua contribuição individual na confecção do mesmo e deverá ser enviada no formato pdf.
O autor poderá depositar a versão final do artigo, com revisão por pares “postprint” em qualquer repositório ou website de acordo com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.