Risco ergonômico e condição de saúde funcional em bancários operadores de caixa
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2018.6481Palavras-chave:
Transtornos Traumáticos Cumulativos, Trabalhadores, Ergonomia.Resumo
Objetivo: Avaliar o risco ergonômico e a saúde funcional de bancários operadores de caixa. Métodos: Estudo quantitativo e transversal cuja coleta de dados ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2015, numa sala reservada na própria agência bancária. Constituiu-se da aplicação do “Censo de Ergonomia”, juntamente com questionário com variáveis relacionadas a características da saúde, focado nos sistemas osteomuscular e características ocupacionais, sendo aplicado em caixas bancários de Criciúma e região. Na análise estatística, utilizou-se o programa SPSS, com dados simples expostos em frequência e, para as correlações, utilizou-se o teste Qui-Quadrado, com nível de confiança de 95%. Resultados: Participaram do estudo 85 trabalhadores ativos, dos quais 57 (67,1%) relataram presença de sintomas de dor/desconforto, sendo que os locais mais acometidos foram: ombro (44; 51,8%), cervical (38; 44,7%) e coluna dorso lombar (31; 36,5%). Não foi encontrada associação entre dor/desconforto e a prática de exercícios nem com o uso de medicamentos para trabalhar. Quanto à presença de inadequações ergonômicas, 43 (50,6%) relataram presença de inadequações organizacionais; 32 (37,7%), ambientais; e 23 (27,1%), físicas. Encontrou-se correlação entre dor no ombro e inadequação física no ambiente de trabalho (p=0,013), bem como com a organizacional (p=0,040); cervicalgia com inadequação organizacional (p=0,012), e coluna dorso lombar com inadequações do ambiente de trabalho (p=0,044). Conclusão: O percentual de caixas bancários com sintomatologia musculoesquelética mostrou-se elevado, caracterizando a atividade como de risco potencializado, especialmente pelas condições ergonômicas organizacionais de trabalho.Downloads
Referências
Ministério da Saúde (BR). Política Nacional de Promoção da Saúde. 3a ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. (Série B. Textos Básicos de Saúde. Série Pactos pela Saúde, v. 7).
Moraes PWT, Bastos AVB. Os sintomas de LER/DORT: um estudo comparativo entre bancários com e sem diagnóstico. Psicol Ciênc Prof. 2017;37(3):624-37.
Silva LS, Navarro VL. organização do trabalho e saúde de trabalhadores bancários. Rev Latinoam Enferm. 2012;20(2):226-34.
Brasil. Instrução Normativa INSS/DC nº 98 de 05 de dezembro de 2003. Aprova Norma Técnica sobre Lesões por Esforços Repetitivos- LER ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho– DORT. Diário Oficial União; Brasília. 10 dez 2003.
Souza NSS, Santana VS. incidência cumulativa anual de doenças musculoesqueléticas incapacitantes relacionadas ao trabalho em uma área urbana do Brasil. Cad. Saúde Pública [online]. 2011;27(11):2124-34.
Ministério da Previdência Social (BR). Informações estatísticas gerais da Previdência Social [acesso em 2016 Mar 31]. Disponível em: http://creme.dataprev. gov.br/infologo/GCON/Ver07.php
Souza NSS, Santana VS, Albuquerque-Oliveira PR, Barbosa-Branco A. Doenças do trabalho e benefícios previdenciários relacionados à saúde, Bahia, 2000. Rev Saúde Pública. 2008; 42(4):630-8.
Nunes MS, Longen, WC. Incidência de alterações relacionadas à LER/DORT: uma análise do fenômeno junto aos bancários de Criciúma- Santa Catarina. Criciúma: Universidade do Extremo Sul Catarinense; 2003.
Scopel J, Oliveira PAB, Wehrmeister FC. LER/DORT na terceira década da reestruturação bancária: novos fatores associados? Rev Saúde Pública. 2012;46(5):875-85.
Ministério do Trabalho e Emprego (BR). Norma Regulamentadora 17 - Ergonomia. Brasília: TEM; 2007.
Jackson JM Filho, Lima FPA. Análise Ergonômica do Trabalho no Brasil: transferência tecnológica bem-sucedida? Rev Bras Saúde Ocup. 2015;40(131):12-7.
Marques GS, Giongo CR. Trabalhadores Bancários em Sofrimento: uma análise da literatura nacional. Rev Psicol Organ Trab. 2016;16(3):220-35.
Ragadali A Filho, Leal I, Anjos QS, Leite SA, Danilussi DP. Lesões por Esforços Repetitivos (LER): uma doença misteriosa do trabalho. Rev Saberes. 2015;3(2):76-89.
Couto HA, Cardoso OS. Censo de ergonomia. Belo Horizonte: Ergo; 2007.
Garlet E, Santos LA, Perufo LD, Godoy LP, Marzall LF. A iluminação natural como fator de desempenho em ambientes industriais. Rev Adm UFSM. 2015;8(Esp):24-34.
Pontes ALR. Influência do projeto das aberturas no conforto térmico de apartamentos e residências unifamiliares [trabalho de conclusão de curso]. Curitiba: Universidade Federal Tecnológica do Paraná; 2014.
Farias VHV, Buriti AKL, Rosa MRD. ocorrência de perda auditiva induzida pelo ruído em Carpinteiros. Rev CEFAC. 2012;14(3):413-22.
Sznelwar LI. Saúde dos bancários. São Paulo: Publicher; 2011.
Rodrigues AF, Quilião PL, Pinheiro LSM, Carneiro CMG, Carneiro CFG, Peres DPS. Identificação do uso de álcool em bancários. SMAD Rev Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. 2016;12(4):207-13.
Barreto MAA. Análise sobre a jornada de trabalho dos bancários: a discussão sobre o exercício de cargos de confiança, horas extraordinárias. Âmbito Jurídico. Jan. 2012.
Oliveira RA, Souza STM. Lesões por esforços repetitivos / distúrbios osteomusculares relacionados à atividade bancária. Rev Elet Sistemas Gestão. 2015;10(1):124-32.
Martins LV, Baú LMS, Marziale MHP, Franco BAS. Exercícios físicos e seus efeitos nas queixas osteomusculares e na satisfação do trabalho. Rev Enferm UERJ. 2011;19(4):587-91.
Gaviraghi D, Antoni CD, Amazarray MR, Schaefer LS. Medicalização, uso de substâncias e contexto de trabalho em bancários do Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Psicol Organ Trab. 2016;16(1):61-72.
Luís BCC, Scarsi CN , Longen WC. Regulações posturais relacionadas ao uso de microcomputadores no trabalho administrativo: Relações com a disfunção da coluna cervical. Rev Inova Saúde. 2014;3(1):108-25.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à RBPS, não sendo permitida sua apresentação a outro periódico. Junto ao envio do manuscrito, autores devem encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Direitos Autorais assinada por todos os autores, bem como, sua contribuição individual na confecção do mesmo e deverá ser enviada no formato pdf.
O autor poderá depositar a versão final do artigo, com revisão por pares “postprint” em qualquer repositório ou website de acordo com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.