Profissionais de saúde da unidade de terapia intensiva: percepção dos fatores restritivos da atuação multiprofissional
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p43Palavras-chave:
Unidades de Terapia Intensiva, Equipe de Assistência ao Paciente, Comunicação Interdisciplinar.Resumo
Objetivo: Identificar a percepção dos profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre os fatores restritivos do trabalho em equipe multiprofissional. Métodos: Estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, que ocorreu em um hospital terciário de alta complexidade, localizado em Sobral/CE. Participaram nove entrevistados representantes da equipe multiprofissional da UTI. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada e analisados segundo a Análise de Conteúdo. Assim, as interlocuções com os profissionais foram apreendidas em quatro categorias: desrespeito entre os profissionais da equipe, excesso de demanda, falta de comunicação entre seus integrantes e falta de capacitação profissional. Resultados: O fator mais restritivo do trabalho em equipe multiprofissional na UTI foi a falta de respeito entre os integrantes da equipe, resultado das relações de hierarquia de poder, da falta de conhecimento do fazer de cada profissional, bem como da falta de comunicação dentro da equipe, evidenciando a necessidade de estratégias que potencializem a comunicação e o respeito entre os integrantes. Além disso, o excesso de demanda, somando-se a um ambiente estressante como a UTI e à falta de capacitação da equipe foram destacados nas falas como fatores considerados restritivos ao processo. Conclusão: Foi possível levantar os fatores restritivos do trabalho em equipe multiprofissional no cenário da UTI, o que pode colaborar para a construção e o fortalecimento das ações para superar esses desafios. Ratifica-se a importância da compreensão de que as ações a serem desenvolvidas são da equipe multidisciplinar como um todo, e não de um indivíduo apenas.Downloads
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