Série histórica de mortalidade por suicídio em município paulista segundo dados epidemiológicos
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2021.11393Palavras-chave:
Mortalidade, Suicídio, Fatores de risco, EpidemiologiaResumo
Objetivo: Analisar a tendência e o perfil epidemiológico do suicídio, em um município de grande porte do interior do estado de São Paulo, no período de 2000 a 2018. Métodos: Estudo ecológico de série temporal realizado em 2019 que analisou a mortalidade por suicídio na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil, no período de 2000 a 2018. A coleta ocorreu por meio de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, sendo as variáveis: sexo, idade, raça, categoria do óbito, mês e local de ocorrência, com dados analisados pelo número/taxa de óbitos e taxas de óbitos padronizadas por faixa etária e sexo. Estimaramse modelos de regressão linear simples para número de óbitos e ano. Na análise da proporção de óbitos por suicídio e demais variáveis estudadas utilizou-se teste de qui-quadrado com significância de 5%. Resultados: Ocorreram 904 óbitos por suicídio, com aumento significativo ao longo dos anos e taxa geral de 3,20/100.000 hab. (2000) e 5,42/100.000 hab. (2018). Observou-se aumento no sexo masculino 5,30/100.000 hab. (2000) e 8,45/100.000 hab. (2018), faixas etárias de 20 a 40 incompletos com 3,53/100.000 hab. (2000) e 6,84/100.000 hab. (2018) e de 40 a 60 incompletos com 4,69/100.000 hab. (2000) e 7,61/100.000 hab. (2018). A maioria dos óbitos ocorreu com pessoas brancas (673; 74,9%), por enforcamento (503; 55,6%), em domicílio (524;58,0%), em setembro (93; 10,3%) e dezembro (92; 10,2%). Conclusão: Houve crescente aumento das taxas de suicídios em Campinas no período analisado, sendo as vítimas predominantemente homens, adultos, brancos, por enforcamento e realizado em domicílios.
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