Estudo epidemiológico dos servidores afastados por transtornos mentais em uma instituição pública de educação
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2022.12031Palavras-chave:
Transtornos Mentais. Saúde do Trabalhador. Servidores Públicos. Educação. Saúde Pública.Resumo
Objetivo:Investigar as características sociodemográficas, ocupacionais e de morbidade dos servidores que tiveram licenças por transtorno mental e comportamental (TMC), bem como as associações dessas características com o afastamento precoce. Métodos: Estudo longitudinal (coorte retrospectiva), realizado no Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE), com vistas ao delineamento do perfil epidemiológico dos servidores afastados por TMC (n=250), no período de 2010 a 2018, e as associações das características epidemiológicas (sexo, grupo do cargo, local de trabalho, tempo na instituição, estado civil, faixa etária e remuneração) com o afastamento precoce, através das curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier. Resultados: Ocorreram 684 afastamentos por TMC em 250 servidores (incidência de 4,9%), resultando em 22.409 dias perdidos de trabalho (DAW) e efeitos financeiros de aproximadamente R$ 6.845.220. Houve um aumento na quantidade de afastamentos, de DAW e da taxa de incidência de servidores afastados ao longo do período do estudo. O grupo dos transtornos do humor (F30-F39) da CID-10 apresentou-se como a principal causa de afastamento por TMC (n=367; 53,6%) e DAW (13.057). A análise de sobrevida mostrou afastamento precoce nos servidores do interior, solteiros, com faixa etária de 18 a 39 anos, tempo de serviço na instituição de até 9 anos e classe econômica C. Conclusão: Houve crescimento no IFCE, entre 2010 e 2018, dos afastamentos, dos DAW e da incidência de servidores afastados por TMC, com predominância dos transtornos do humor, os quais geraram efeitos financeiros elevados para a instituição. Evidenciou-se associação positiva entre algumas características sociodemográficas e o afastamento precoce por TMC.
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