Conhecimento de recomendações nutricionais por outros profissionais da Estratégia Saúde da Família
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2021.11195Palavras-chave:
Atenção Básica à Saúde, Orientações Nutricionais, Diabetes Mellitus, Hipertensão.Resumo
Objetivo: Analisar o conhecimento dos profissionais da estratégia saúde da família sobre as orientações nutricionais para diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e hipertensão arterial sistêmica (HAS). Métodos: Estudo transversal descritivo realizado em 11 Unidades de Atenção Primária à Saúde do município de Fortaleza entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020. Foi aplicado um questionário com 67 médicos e enfermeiros, contendo questões relacionadas às recomendações nutricionais das sociedades de referência em DM2 e HAS, e do Guia Alimentar para a População Brasileira. Os dados foram analisados de forma descritiva, utilizando frequências absolutas e relativas. Resultados: Os conteúdos mais abordados foram: redução de peso (98,5%), consumo de frutas e legumes (85,1%), consumo de sal e de açúcar simples (77,6%). O reconhecimento das diretrizes nutricionais das sociedades de referência foi insuficiente, destacando-se: proporção de carboidratos na dieta do paciente diabético (17,9%), consumo de café e pressão arterial (22,4%), consumo de açúcar pelo diabético (34,3%), consumo de leite e pressão arterial (37,3%). Em relação às orientações do Guia Alimentar, todos os entrevistados consideraram que os alimentos ultraprocessados devem ser evitados, e que as refeições feitas em horários semelhantes todos os dias e consumidas com atenção favorecem a digestão dos alimentos. Conclusão: As orientações nutricionais propostas pelo Guia Alimentar tiveram maior percentual de reconhecimento, em comparação às diretrizes das sociedades de referência.Downloads
Referências
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.
Lobo LAC, Canuto R, Dias-da-Costa JS, Pattussi MP. Tendência temporal da prevalência de hipertensão arterial sistêmica no Brasil. Cad Saúde Pública. 2017; 33(6):1-13.
Pinho NAD, Oliveira RDCBD, Pierin AMG. Hipertensos com e sem doença renal: avaliação de fatores de risco. Rev Esc Enferm USP. 2015; 49(spe):101-8.
Schuster J, Oliveira AD, Bosco SMD. O papel da nutrição na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares e metabólicas. Rev Soc Cardiol Estado Rio Grande do Sul. 2015; 1(28):1-6.
Silocchi C, Junges JR. Equipes de atenção primária: dificuldades no cuidado de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis. Trabalho, Educação e Saúde. 2017; 15(2), 599-615.
Lima LA, Nedel FB, Olinto MTA, Baldisserotto J. Hábitos alimentares de hipertensos e diabéticos atendidos em um serviço de Atenção Primária à Saúde do Sul do Brasil. Rev Nutr. 2015; 28(2):197-206.
Oliveira JEP, Montenegro RM, Vencio S. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo: Clannad, 2019.
Malachias MVB, Plavnik FL, Machado CA, Malta D, Scala LCN, Fuchs S. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2016; 107(3):1-6.
Jesus NSD, Nogueira ADR, Pachu CO, Luiz RR, Oliveira GMMD. Adesão ao tratamento e Controle da Pressão Arterial após participação no ReHOT. Arq Bras Cardiol. 2016; 107(5):437-45.
Brandão AA, Alessi A, Feitosa AM, Machado CA, Figueiredo CEP, Amodeo C et al. 6ª Diretrizes de Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial e 4ª Diretrizes de Monitorização Residencial da Pressão Arterial. Arq Bras Cardiol. 2018; 110(5):1-29.
Rosa R, Nita ME, Rached R, Donato B, Rahal E. Estimated hospitalizations attributable to Diabetes Mellitus within the public healthcare system in Brazil from 2008 to 2010: study DIAPS 79. Rev Assoc Med Bras. 2014; 60(3):222-30.
Matos PF, Neves AS. A importância do Nutricionista na Atenção Básica à Saúde. Rev Práxis. 2009; 1(2):11-15.
Barbosa LB. Nível de conhecimento nutricional versus hábitos alimentares e estado nutricional de hipertensos e diabéticos usuários de uma unidade básica de saúde de Maceió, Alagoas [dissertação]. Maceió: Universidade Federal de Alagoas; 2014.
Teixeira JDF, Goulart MR, Busnello FM, Pellanda LC. Conhecimento e atitudes sobre alimentos ricos em sódio por pacientes hipertensos. Arq Bras Cardiol. 2016; 106(5):404-10.
Plano municipal de saúde de Fortaleza. Plano municipal de saúde de Fortaleza 2018-2021. Fortaleza: PMF; 2017. [acesso em 2020 mai 20]. Disponível em: https://saude.fortaleza.ce.gov.br/images/planodesaude/20182021/_Plano-Municipal-de-Saude-de-Fortaleza-2018-2021_.pdf.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
American Diabetes Association. Summary of revisions: standards of medical care in diabetes—2020. Diabetes Care. 2020; 43(Suppl 1), S4-S6.
American Heart Association. Guideline on the primary prevention of cardiovascular disease. Circulation. 2019;140:e596–e646.
Adams KM, Butsch WS, Kohlmeier M. The state of nutrition education at US medical schools. J Biomed Educ. 2015; 2015(1):1-7.
Barros MB, Rodrigues BD, Porto LK, Ferreira IP, Botelho NM. Atitudes e Conhecimentos de Estudantes de Medicina sobre Nutrição Clínica. Rev Bras Educ Med. 2019; 43(1):127-34.
Kushner RF, Van Horn L, Rock CL, Edwards MS, Bales CW, Kohlmeier M, et al. Nutrition education in medical school: a time of opportunity. Am J Clin Nutr. 2014; 99(5):1167S-73S.
Gadenz SD, Harzheim E, Castro SMDJ, Hauser L, Drehmer M. Elaboração e validação de uma medida para avaliar o conhecimento de médicos de atenção primária do Brasil sobre recomendação nutricional para controle da hipertensão. Cad Saúde Colet. 2019; 27(4):404-11.
Lindemann IL, Mendoza-Sassi RA. Orientação para alimentação saudável e fatores associados entre usuários da atenção primária à saúde no sul do Brasil. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. 2016; 29(1): 34-42.
Santos RP, Horta PM, Souza CS, Santos CA, Oliveira HBS, Almeida LMR, et al. Aconselhamento sobre alimentação e atividade física: prática e adesão de usuários da atenção primária. Rev Gaúch Enferm. 2012;33(4):14-21.
Guimarães AB, Tapety FI, Martins MCC, Lago EC, Ramos CV. Formação do enfermeiro na atenção nutricional de usuários na estratégia saúde da família. Rev Enferm UFPI. 2015; 4(3):59-64.
WHO. Information note about intake of sugars recommended in the WHO guideline for adults and children. Geneva, 2015. [acesso em 2020 jun 2]. Disponível em: https://www.who.int/nutrition/publications/guidelines/sugar_intake_information_note_en.pdf?ua=1#:~:text=The%20World%20Health%20Organization's%20new,10%25%20of%20total%20energy%20intake.
Previdelli AN, Goulart RMM, Aquino, RC. Balanço de macronutrientes na dieta de idosos brasileiros: análises da Pesquisa Nacional de Alimentação 2008-2009. Rev Bras Epidemiol. 2017; 20(1); 70-80.
Zanetti ML, Arrelias CCA, Franco RC, Santos MAD, Rodrigues FFL, Faria HTG. Adesão às recomendações nutricionais e variáveis sociodemográficas em pacientes com diabetes mellitus. Rev Esc Enferm USP. 2015; 49(4): 619-25.
Dyson PA, Twenefour D, Breen C, Duncan A, Elvin E, Goff L, et al. Diabetes UK evidence‐based nutrition guidelines for the prevention and management of diabetes. Diabetic medicine. 2018; 35(5):541-47.
Rietsema S, Eelderink C, Joustra ML, van Vliet IM, van Londen M, Corpeleijn E, et al. Effect of high compared with low dairy intake on blood pressure in overweight middle-aged adults: results of a randomized crossover intervention study. Am J Clin Nutr. 2019; 110(2):340-48.
Villaverde P, Lajous M, MacDonald CJ, Fagherazzi G, Boutron-Ruault MC, Bonnet F. Dairy product consumption and hypertension risk in a prospective French cohort of women. Nutr Jornal. 2020; 19(12):1-8.
Vissers LE, Sluijs I, van der Schouw YT, Forouhi NG, Imamura F, Burgess S, et al. Dairy product intake and risk of type 2 diabetes in EPIC-InterAct: a Mendelian randomization study. Diabetes care. 2019; 42(4):568-75.
Zhang Z, Hu G, Caballero B, Appel L, Chen L. Habitual coffee consumption and risk of hypertension: a systematic review and meta-analysis of prospective observational studies. Am J Clin Nutr. 2011; 93(6):1212-19.
Lima SML, Portela MC, Koster I, Escosteguy CC, Ferreira VMB, Brito C, et al. Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica à hipertensão arterial. Cad Saúde Pública. 2009; 25(9): 2001-11.
Mion Junior D, Silva GVD, Gusmão JLD, Machado CA, Amodeo C, Nobre F, et al. Os médicos brasileiros seguem as diretrizes brasileiras de hipertensão? Arq Bras Cardiol. 2007; 88(2): 212-17.
Herforth A, Arimond M, Álvarez-Sánchez C, Coates J, Christianson K, Muehlhoff E. A global review of food-based dietary guidelines. Adv Nutr. 2019; 10(4): 590-605.
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
Borelli M, Domene SMA, Mais LA, Pavan J, Taddei JADAC. A inserção do nutricionista na Atenção Básica: uma proposta para o matriciamento da atenção nutricional. Ciênc Saúde Coletiva. 2015; 20, 2765-78.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à RBPS, não sendo permitida sua apresentação a outro periódico. Junto ao envio do manuscrito, autores devem encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Direitos Autorais assinada por todos os autores, bem como, sua contribuição individual na confecção do mesmo e deverá ser enviada no formato pdf.
O autor poderá depositar a versão final do artigo, com revisão por pares “postprint” em qualquer repositório ou website de acordo com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.