Profissionais de saúde da unidade de terapia intensiva: percepção dos fatores restritivos da atuação multiprofissional

Autores

  • João Dutra de Araujo Neto Hospital Estadual Dirceu Arcoverde - HEDA, Parnaíba, PI
  • Isabella Suanne Pereira da Silva Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE
  • Loise Elena Zanin Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE
  • Abigail de Paulo Andrade Escola de Saúde Pública do Ceará – ESP/CE, Fortaleza, CE
  • Kesia Marques Moraes Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p43

Palavras-chave:

Unidades de Terapia Intensiva, Equipe de Assistência ao Paciente, Comunicação Interdisciplinar.

Resumo

Objetivo: Identificar a percepção dos profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre os fatores restritivos do trabalho em equipe multiprofissional. Métodos: Estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, que ocorreu em um hospital terciário de alta complexidade, localizado em Sobral/CE. Participaram nove entrevistados representantes da equipe multiprofissional da UTI. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada e analisados segundo a Análise de Conteúdo. Assim, as interlocuções com os profissionais foram apreendidas em quatro categorias: desrespeito entre os profissionais da equipe, excesso de demanda, falta de comunicação entre seus integrantes e falta de capacitação profissional. Resultados: O fator mais restritivo do trabalho em equipe multiprofissional na UTI foi a falta de respeito entre os integrantes da equipe, resultado das relações de hierarquia de poder, da falta de conhecimento do fazer de cada profissional, bem como da falta de comunicação dentro da equipe, evidenciando a necessidade de estratégias que potencializem a comunicação e o respeito entre os integrantes. Além disso, o excesso de demanda, somando-se a um ambiente estressante como a UTI e à falta de capacitação da equipe foram destacados nas falas como fatores considerados restritivos ao processo. Conclusão: Foi possível levantar os fatores restritivos do trabalho em equipe multiprofissional no cenário da UTI, o que pode colaborar para a construção e o fortalecimento das ações para superar esses desafios. Ratifica-se a importância da compreensão de que as ações a serem desenvolvidas são da equipe multidisciplinar como um todo, e não de um indivíduo apenas.

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Biografia do Autor

João Dutra de Araujo Neto, Hospital Estadual Dirceu Arcoverde - HEDA, Parnaíba, PI

Mestre em Saúde da Família pela Universidade Federal do Ceará, UFC; Especialista em Terapia Intensiva pela Escola de Saúde Pública do Ceará, ESP-CE; Especialista em Fisioterapia Hospitalar pela Universidade Estadual do Piauí, UESPI; Fisioterapeuta Intensivista na UTI-NEO no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, HEDA e Fisioterapeuta do Núcleo de Apoio a Saúde da Família, NASF em Parnaíba - PI.

Isabella Suanne Pereira da Silva, Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE

Fonoaudióloga no Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE

Loise Elena Zanin, Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE

Mestra em Saúde da Família com ênfase em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Título de Especialista em Motricidade Orofacial pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, Especialização em Motricidade Orofacial pela Universidade de Ribeirão Preto - SP. Fonoaudióloga e Coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Regional Norte - Sobral-CE.

Abigail de Paulo Andrade, Escola de Saúde Pública do Ceará – ESP/CE, Fortaleza, CE

Mestra em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e residencia-medica pela Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Atualmente é Professor substituto da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Professora do Instituto Superior de Teologia Aplicada e Membro de comitê assessor da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA.

Kesia Marques Moraes, Hospital Regional Norte - HRN, Sobral, CE

Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Especialista em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica e em Saúde da Família. Trabalha no Hospital Regional Norte como Coordenadora de Enfermagem da UTI Pediátrica e Central de Transportes de Pacientes e Membro do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar - ISGH.

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Publicado

2016-05-16

Como Citar

de Araujo Neto, J. D., Pereira da Silva, I. S., Zanin, L. E., Andrade, A. de P., & Moraes, K. M. (2016). Profissionais de saúde da unidade de terapia intensiva: percepção dos fatores restritivos da atuação multiprofissional. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 29(1), 43–50. https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p43

Edição

Seção

Artigos Originais