Prevalência e fatores associados às anomalias congênitas em recém-nascidos

Autores

  • Elzo Pereira Pinto Junior Instituto de Saúde Coletiva Universidade Federal da Bahia
  • Leandro Alves da Luz Bacharel em Saúde Coletiva. Mestre em Saúde Comunitária. Doutorando em Saúde Pública (ISC/UFBA). Salvador – Bahia, Brasil
  • Marina Aguiar Pires Guimarães Fisioterapeuta. Mestre em Ciências da Reabilitação (UFMG). Doutoranda em Ciências da Saúde (UFMG). Belo Horizonte – Minas Gerais, Brasil
  • Lívia Teixeira Tavares Fisioterapeuta. Especialista em Terapia Intensiva com área de atuação em Neonatologia e Pediatria (COFFITO/ASSOBRAFIR). Salvador – Bahia, Brasil
  • Tatiana Ribeiro Santos Brito Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Pediátrica pela Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências (FBDC). Salvador – Bahia, Brasil
  • Gabriela Di Filippo Souza Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal. Doutoranda em Ciências e Saúde (ICS/UFBA). Salvador – Bahia, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2017.6467

Palavras-chave:

Anomalias Congênitas, Fatores de Risco, Recém-nascido, Epidemiologia, Sistemas de Informação em Saúde.

Resumo

Objetivo: Descrever a prevalência e analisar os fatores associados às anomalias congênitas em recém-nascidos (RN). Métodos: Estudo transversal com base em 33.141 declarações de nascidos vivos (DNVs) de bebês cujas mães eram residentes em Salvador, Bahia, em 2014. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva, seguida de análise bivariada da associação entre anomalias congênitas e características maternas, gestacionais e dos RN, com estimação de razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). Após a análise bivariada, procedeu-se a análise de regressão logística multivariada. Resultados: A prevalência de anomalias congênitas foi 1,0%, sendo as principais causas condições ligadas ao sistema osteomioarticular (52,1%). A análise multivariada evidenciou maior prevalência de anomalias em recém-nascidos do sexo masculino (RP=1,40; IC95%:1,12-1,74), com baixo peso ao nascer (RP=2,34; IC95%:1,77 - 3,08) e escore de Apgar insatisfatório ao quinto minuto (RP=3,34; IC95%: 2,30 – 4,82), cujas mães tinham menos de 18 anos ou mais de 35 anos (RP=1,69; IC95%: 1,17-2,43) e realizaram parto cesárea (RP=1,46; IC95%:1,17-1,83). Conclusão: Encontrou-se baixa prevalência de malformações congênitas, sendo esse desfecho associado às mães em extremo de idade e quadro clínico adverso ao nascimento, como baixo peso e Apgar insatisfatório.

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Publicado

2017-09-29

Como Citar

Pinto Junior, E. P., Luz, L. A. da, Guimarães, M. A. P., Tavares, L. T., Brito, T. R. S., & Souza, G. D. F. (2017). Prevalência e fatores associados às anomalias congênitas em recém-nascidos. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 30(3). https://doi.org/10.5020/18061230.2017.6467

Edição

Seção

Artigos Originais