Elevação de níveis pressórios em uma comunidade quilombola
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2017.6135Palavras-chave:
Hipertensão, Atenção Primária à Saúde, Saúde Pública.Resumo
Objetivo: Verificar a prevalência da elevação dos níveis de pressão arterial em uma comunidade remanescente de quilombo. Métodos: Estudo transversal descritivo, quantitativo, com amostra não probabilística, desenvolvido na Comunidade Quilombola Boca da Mata (Maranhão), no período de dezembro de 2013 a abril de 2014, com 67 famílias, por meio de coleta de dados sócio-demográficos e de saúde/doença, além da aferição da pressão arterial e da medida do peso e da altura. Para verificar a relação entre variáveis, aplicou-se o teste do Qui-Quadrado com p≤0,05. Resultados: Amostra composta de 74 indivíduos com média de idade de 43 anos (±19,17), sendo 63,51% (n=47) mulheres e 36,49% (n=27) homens. Observou-se que 36,49% (n=27) dos participantes apresentaram elevação dos níveis pressóricos e, desses, 17,57% (n=13) possuíam diagnóstico prévio de hipertensão arterial, bem como referiram uso de medicação anti-hipertensiva. Os participantes previamente diagnosticados como hipertensos, 38,4% (n=5), não apresentaram pressão arterial controlada (maior que 140/90 mmHg). Dentre os participantes com pressão arterial alterada, 42,55% (n=20) eram do sexo feminino. Em relação aos dados antropométricos, o índice de massa corporal apresentou média de 23,43 Kg/m2, onde 22,22% (n=18) apresentavam excesso de peso. Conclusão: Existe nesta comunidade uma alta prevalência de quilombolas com níveis pressóricos elevados.Downloads
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