O enfrentamento à violência no âmbito da estratégia saúde da família: desafios para a atenção em saúde
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2017.p229Palavras-chave:
Assistência à Saúde, Atenção Primária à Saúde, Violência.Resumo
Objetivo: Compreender os desafios enfrentados pelos profissionais da Estratégia Saúde da Familia (ESF) no desenvolvimento da assistência à saúde em áreas vulneráveis à violência. Métodos: Estudo descritivo com abordagem qualitativa, do qual participaram dez profissionais da ESF no município de Aracati, Ceará, Brasil. As informações foram coletadas em março de 2016, por meio de entrevistas semiestruturadas. Após organização e codificação dos dados, seguiu-se a etapa da análise de conteúdo, evidenciando os seguintes fragmentos: Percepções sobre o fenômeno violência; Cuidado em saúde em território de risco; O medo e a resiliência no desenvolvimento da atenção; e Limitações assistenciais e estratégias de enfrentamento à violência. Resultados: O desempenho da assistência à saúde em situações de violência envolve questões de ordem social, físicas e psicológicas. As drogas, o tráfico, a criminalidade, as disputas pelo poder, o tiroteio e a morte permearam o cotidiano dos usuários e dos profissionais da ESF. Entre as principais limitações do cuidado em saúde destacam-se a insegurança e o medo no desempenho do cuidado e as dificuldades de acesso aos domicílios por estarem em área de risco. Conclusão: O desempenho da assistência em áreas vulneráveis à violência representa a exposição dos profissionais a situações adversas, havendo necessidade de resiliência diante das adversidades e, sobretudo, do apoio de gestores e autoridades públicas para que estes possam desenvolver estratégias que facilitem a assistência aos usuários da Atenção Primária inseridos em áreas permeadas pela violência.Downloads
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