A autonomia no âmbito da política nacional de promoção de saúde
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2016.p585Palavras-chave:
Autonomia, Políticas Públicas de Saúde, Promoção da Saúde.Resumo
Objetivo: Discutir a concepção de autonomia circunscrita pelas políticas públicas de saúde no contexto brasileiro, privilegiando como cenário de análise a Política Nacional de Promoção de Saúde. Métodos: Pesquisa exploratória, realizada em maio de 2015, com análise documental dos textos oficiais articulados a literatura sobre o tema para problematizar os resultados encontrados. Resultados: A noção de autonomia é entendida como um aspecto inerente ao homem, adquirindo uma posição cognoscível no interior das políticas públicas. Isso indica que, atualmente, as práticas em saúde inspiradas por essa compreensão estão sendo pautadas por uma perspectiva reflexiva. Com a pesquisa na literatura foi possível ampliar essa concepção de autonomia, demonstrando que qualquer normatividade está encarnada e origina-se a partir do mundo. Conclusão: Entende-se que, com a ampliação do conceito, promove-se uma ruptura com as práticas vigentes, levando a pensar na possibilidade e, porque não dizer, na necessidade de um redimensionamento, no qual a vida e toda a sua especificidade se tornem tão importantes quanto as categorias do entendimento dela derivadas.Downloads
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