Repercussão do trabalho infantil urbano na saúde de crianças e adolescentes - 10.5020/18061230.2013.p9
DOI:
https://doi.org/10.5020/2613Palavras-chave:
Trabalho de Menores, Saúde do Trabalhador, Políticas Públicas.Resumo
Objetivo: Analisar a saúde de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantilurbano. Métodos: Participaram do estudo 32 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idadeinscritos no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) de três diferentes regiõesda cidade de São Paulo. Os participantes foram avaliados individualmente, através de umaanamnese ocupacional, sistematizada por ficha de avaliação, para coleta de dados referentesà atividade laboral e foi aplicada a Escala de Estresse Infantil (EEI). A análise estatística dosdados foi realizada com os softwares EVOC 2000 e SPSS. Resultados: Verificou-se que areciclagem foi a ocupação predominante, totalizando 59,38% (19) da amostra, e o métodocoletivo teve predominância em relação ao individual. Mais de 90% (29) dos participantesutilizavam equipamentos de proteção na atividade laboral e 71,88% (23) deles não sentemfalta da ocupação exercida. Entre os participantes que apresentaram sinais significativos deestresse, a maioria trabalha ou trabalhava com reciclagem e ainda exerce a atividade laboral.Quando analisada a Escala de Estresse Infantil, observou-se que há mais sinais de estresseem trabalhadores infantis quando comparados aos ex-trabalhadores e existe correlaçãosignificativa entre trabalho e estresse (p=0,008). Conclusões: Observou-se que a atividadelaboral na infância pode causar transtornos de natureza psicofisiológica e, apesar de aamostra ter sido pequena, foram apontadas questões deletérias dessa atividade para criançase adolescentes. Foi evidenciado ainda que, embora um grande percentual seja incluído noprograma, eles permanecem exercendo a atividade laboral.Downloads
Referências
Programme on the elimination of Child Labour. Every child counts: new global estimates on child labor.Geneva; 2002.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios;2010.
Ministério da Saúde (BR). Trabalho infantil: diretrizes para atenção integral à saúde de crianças e adolescentes economicamente ativos. Brasília: Ministério da Saúde;2005.
Ministério da Saúde (BR). Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
Nobre LCC. Trabalho de crianças e adolescentes: os desafios da intersetorialidade e o papel do Sistema Único de Saúde. Ciênc Saúde Coletiva, 2003;8(4):863-71.
Centro de Referencia em Saúde do Trabalhador de São Paulo - CEREST/SP. O compromisso do SUS na erradicação do trabalho de crianças e controle do trabalho adolescente. São Paulo; 2004
Organização Internacional do Trabalho - OIT. Módulo de auto aprendizagem sobre saúde e segurança no trabalho infantil e juvenil. Brasília: Ministério daSaúde; 2006.
Asmus CIRF, Raymundo CM, Barker SL, Pepe CCCA,Ruzany MH. Atenção integral à saúde de adolescentes em situação de trabalho: lições aprendidas. Ciênc Saúde. 2005;10(4):953-60.
Cruz Neto O, Moreira MR. Trabalho infanto-juvenil:motivações, aspectos legais e repercussão social. Cad Saúde Pública. 1998;14(2):437-41.
Brasil. Presidência da República. Trabalho Infantil no Brasil: questões e políticas. Brasília; 1998.
Barros RP, Mendonça R. Trabalho infantil no Brasil:rumo à erradicação. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; 2010.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.Pesquisa Nacional por Amostragem de Domícílios:suplemento especial. Brasília; 2001.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (BR). Orientações técnicas: gestão do programa de erradicação do trabalho infantil no SUAS. Brasília;2010.
Ministério da Saúde (BR). Notificação de acidentes de trabalho fatais, graves e com crianças e adolescentes.Brasília; Ministério da Saúde; 2006.
Diário Oficial da Cidade de São Paulo. Lei 13.399:Dispõe sobre a criação de subprefeituras no município de São Paulo. São Paulo; 2002.
Organização Internacional do Trabalho - OIT.Convenção nº 182 sobre proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação.Genebra; 1999.
Campos HR, Alverga AR. Trabalho Infantil e ideologia:contribuição ao estudo da crença indiscriminada da dignidade do trabalho. Estudos de Psicologia,2001;6(2):227-33.
Fassa, AG; Facchini, LA; Dall’agnol, MM; Christiani,DC. Child labor and health: problems and perspectives.Int J Occup Med Environ Health. 2000;6(1):55–62.
Lucarelli MDM, Lipp MEN. Validity of the child stress symptoms inventory. Psicol Reflex Crit. 1999;12(1):71-88.
Lipp MN, Romano ASF. O stress infantil. Estud Psicol.1987;4:42-54.
Brasil. Portaria SIT no 25, alterações / atualizações.NR 6: equipamentos de proteção individual. Brasília:Diário Oficial da União; 2011.
Fischer FM, Martins IS, Oliveira DC, Teixeira LR,Latorre MRDO, Cooper SP. Occupational acidentes among middle and high school students in two small towns of São Paulo State, Brazil. Rev Saúde Pública,2003;37(3):351-6.
Fischer FM, Oliveira DC, Nagai R, Teixeira LR,Lombardi Júnior M, Latorre MRDO, Cooper SP.Job control, job demands, social support at work and health among adolescent workers. Rev Saúde Pública. 2005;39(2):245-53.
Asmus CIRF, Barker SL, Ruzany MH, Meirelles ZV.Riscos ocupacionais na infância e na adolescencia:uma revisão. J Pediatr. 1996;72(4):203-08.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à RBPS, não sendo permitida sua apresentação a outro periódico. Junto ao envio do manuscrito, autores devem encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Direitos Autorais assinada por todos os autores, bem como, sua contribuição individual na confecção do mesmo e deverá ser enviada no formato pdf.
O autor poderá depositar a versão final do artigo, com revisão por pares “postprint” em qualquer repositório ou website de acordo com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.