Afastamento do trabalho em profissionais de enfermagem por etiologias psicológicas

Autores

  • Robson Douglas de Oliveira Centro Universitário Campos de Andrade
  • Eduardo Borba Neves Universidade Tecnológica Federal do Paraná
  • Cleverson Higa Kaio Hospital Geral de Curitiba (Exército Brasileiro)
  • Leandra Ulbricht Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.5020/2337

Palavras-chave:

Saúde Mental, Doenças do Trabalho, Absenteísmo.

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a incidência e o tempo dos afastamentos ligados especificamente às causas psicológicas entre profissionais de enfermagem. Além disso, procurou identificar fatores de risco para os afastamentos e sugerir ações que possam mitigar os problemas encontrados. Métodos: Foi feito um estudo ecológico, retrospectivo, no maior hospital público de Curitiba- PR, com dados de 3.692 profissionais de enfermagem (2.294 auxiliares de enfermagem, 590 técnicos de enfermagem e 808 enfermeiros), de janeiro de 2007 a setembro de 2010. Realizou-se uma pesquisa exploratória de revisão para formar o arcabouço teórico deste estudo. Foram identificadas as incidências anuais de cada tipo de afastamento por causas psicológicas, entre os profissionais de enfermagem. Resultados: Verificou-se que a principal causa de afastamentos foram os episódios depressivos (F32), com 784 afastamentos. Quanto ao tempo de afastamento, a causa que por mais tempo afastou os enfermeiros (média de 40,62 dias) foi o transtorno afetivo bipolar (F31). Os auxiliares e os técnicos em enfermagem se afastaram devido ao transtorno depressivo recorrente (F33), em média, por 40,47 e 54,33 dias, respectivamente. Conclusão: Houve uma alta incidência dos episódios depressivos e o tempo médio de afastamento devido a causas psicológicas foi superior a 30 dias, o que aponta a necessidade de investimentos na prevenção e no cuidado à saúde dos profissionais de enfermagem. doi:http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2013.p554

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo Borba Neves, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Doutor em Engenharia Biomédica pela COPPE/UFRJ (2009). Doutor em Saúde Pública e Meio Ambiente pela ENSP / FIOCRUZ (2011). Doutor em Educação e Cultura Militares pelo Departamento de Ensino e Pesquisa (Exército Brasileiro). Mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro(2007). Mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (2003). É graduado em Educação Fisica pela Escola de Educação Fisica do Exército (1998), graduação em Fisioterapia pela Universidade Estácio de Sá (2002). Atualmente é Docente do Programa de Pós-graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Tecnologica Federal do Paraná.

Referências

Nishide VM, Benatti MCC, Alexandre NMC. Ocorrência de acidente do trabalho em uma unidade de terapia intensiva. Rev Latinoam Enferm. 2004;12(2):204-11.

Nowak NL, Campos GA, Borba EO, Ulbricht L, Neves EB. Fatores de risco para acidentes com materiais perfurocortantes. Mundo Saúde. 2013;37(4):419-26.

Bezerra MLS, Neves EB. Perfil da produção científica em saúde do trabalhador. Saúde Soc. 2010;19(2):384-94.

Raffone AM, Hennington EA. Avaliação da capacidade funcional dos trabalhadores de enfermagem. Rev Saúde Pública. 2005;39(4):669-76.

Grazziano ES. Estratégia para redução do estresse e Burnout entre enfermeiros hospitalares. [tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2008.

Murofuse NT, Abranches SS, Napoleao AA. Reflexões sobre estresse e Burnout e a relação com a enfermagem. Rev Latinoam Enferm. 2005;13(2):255-61.

Veríssimo OM, Gomes J, Menezes SA, Gonçalves R,Andrade M. Estresse ocupacional: manifestações de sintomas físicos, psicológicos e sociais dos profissionaisde enfermagem de uma maternidade pública no Brasil, Fortaleza-Ceará. Cienc Trab. 2012;14(45):254-9.

Jacques MGC. Abordagens teórico-metodológicas em saúde/doença mental & trabalho. Psicol Soc.2005;15(1):97-116.

Marquieviz J, Alves IS, Neves EB, Ulbricht L.A Estratégia de Saúde da Família no controle da tuberculose em Curitiba (PR). Ciênc Saúde Coletiva.2013;18(1):265-71.

Neves EB, Souza MN, Almeida RMVR. Military parachuting injuries in Brazil. Injury. 2009;40(8):897-900.

Brant LC, Gomez CM. Da tristeza à depressão: a transformação de um mal-estar em adoecimento no trabalho. Interface Comun Saúde Educ.2008;12(26):667-76.

Jaerger GPSD, Mota Neto JIS. O Papel da lamotrigina no tratamento da depressão bipolar: uma revisão da literatura. In: Anais do XII ENPOS; 2010; Pelotas(RS), Brasil. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas;2010.

Angst J, Sellaro R. Historical perspectives and natural history of bipolar disorders. Biol Psychiatry.2000;48(6):445-57.

Kessler RC, Mcgonagle KA, Zhao S, Nelson CB, Hughes M, Eshleman S. Lifetime and 12-month prevalence of DSM-III-R psychiatric disorders in theUnited States. Results from the National Comorbidity Survey. Arch Gen Psychiatry. 1994;51(1):8-19.

Andrade LH, Lólio CA, Gentil V, Laurenti R. Epidemiologia dos transtornos mentais em uma área definida de captação da cidade de São Paulo, Brasil.Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 2002;37(5):316-25.

Kaplan HI, Sadock BJ, Grebb JÁ. Compêndio de Psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2007.

Dal Pai D, Lautert L, Krug JS. Psicodinâmica e saúde mental do trabalhador de enfermagem: ritmo acelerado e intensificação do fazer. Enferm foco (Brasília).2011;2(1):38-43.

Araújo TM, Aquino E, Menezes G, Santos CO, Aguiar L. Aspectos psicossociais do trabalho e distúrbios psíquicos entre trabalhadoras de enfermagem. RevSaúde Pública. 2003;37(4):424-33.

Cavalcante FG, Minayo MCdS, Mangas RMN. Different aspects of depression in suicide among the elderly. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(10):2985-94.

Rombaldi AJ, Silva MCd, Gazalle FK, Azevedo MR, Hallal PC. Prevalence of depressive symptons and associated factors among southern Brazilian adults: cross-sectional population-based study. Rev BrasEpidemiol. 2010;13(4):620-9.

Mussi SV, Soares MRZ, Grossi R. Transtorno bipolar: avaliação de um programa de psicoeducação sob o enfoque da análise do comportamento. Rev Bras TerComport Cogn. 2013;15(2):45-63.

Quarantini LC, Rodrigues Netto L, Andrade-Nascimento M, Almeida A, Galvão AS, Miranda Scippa A. Transtornos de humor e de ansiedade comórbidos em vítimas de violência com transtorno do estresse pós-traumático. Rev Bras Psiquiatr. 2011;31(Suppl.2):S66-S76.

Ores LC, Quevedo LA, Jansen K, Carvalho AB,Cardoso TA, Souza LDM, et al. Suicide risk and health risk behavior among youth between the ages of 18 and 24 years: a descriptive study. Cad Saúde Pública. 2012;28(2):305-12.

Candido MCFS, Furegato ARF. Atenção da Enfermagem ao portador de transtorno depressivo:Uma reflexão. SMAD Rev Eletrônica Saúde MentalAlcool Drog. 2005;1(02):02-13.

Publicado

2014-09-05

Como Citar

Oliveira, R. D. de, Neves, E. B., Kaio, C. H., & Ulbricht, L. (2014). Afastamento do trabalho em profissionais de enfermagem por etiologias psicológicas. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 26(4), 554–562. https://doi.org/10.5020/2337

Edição

Seção

Artigos Originais