As estratégias de sobrevivência à violência utilizadas pelos agentes comunitários de saúde
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2021.11152Palavras-chave:
Violência. Agentes Comunitários de Saúde. Estratégia Saúde da Família.Resumo
Objetivo: identificar as estratégias de sobrevivência à violência utilizadas pelos agentes comunitários de saúde (ACS) residentes e trabalhadores em território de alta vulnerabilidade e violência urbana. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo, de abordagem qualitativa. Realizou-se a coleta de dados com 12 ACS, através de entrevistas semi estruturadas, no período de março a abril de 2019. As entrevistas foram gravadas e transcritas e se procedeu à análise do tipo interpretação dos sentidos. Os temas empíricos foram agrupados em duas categorias: violência no território e estratégias de enfrentamento à violência usadas pelos ACS. Resultados: Dentre os entrevistados, seis trabalham em territórios com disputas entre facções e seis em áreas sem disputas entre comandos. Entretanto, mesmo os que trabalham em áreas sem disputas, sentem a interferência da violência em sua saúde. As estratégias encontradas de sobrevivência diante da violência foram classificadas em três tipos: comportamentais, estratégias de utilização de práticas preventivas e medidas de proteção mental. Conclusão: “Ser cego, surdo e mudo” e “manter distância da polícia” constituíram as principais estratégias adotadas em situação de violência nos territórios.Downloads
Referências
Ministério da Saúde (BR). Portaria nº. 2436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica [acesso em 2019 ago 01]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
Simões AL, Freitas CM. Análise sobre condições de trabalho de Equipe de Saúde da Família, num contexto de vulnerabilidades, Manaus (AM). Saúde em Debate. 2016; 40(109):47-58.
Santos, LFB.; David, HMSL. Percepções do estresse no trabalho pelos Agentes Comunitários de Saúde. Rev Enferm. 2011; 19(1):52-7.
Lessa MGG. O agente comunitário de saúde em Fortaleza: vivências profissionais [dissertação]. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará; 2013.
Machado, CB, et al. Violência urbana e repercussão nas práticas de cuidado no território da saúde da família. Rev Enferm UERJ. 2016; 24(5):1-6.
Gonçalves HCB, Queiroz MR, Delgado PGG. Violência urbana e saúde mental: desafios de uma nova agenda? Fractal Rev Psicol. 2017; 29(1):17-23.
Almeida, JF. Exposição à violência comunitária dos agentes da Estratégia Saúde da Família e repercussões sobre suas práticas de trabalho: um estudo qualitativo [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2015.
Tinoco MM. A relação saúde / doença no processo de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde: uma revisão de literatura [dissertação]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2015.
Minayo MCS. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. 14a ed. São Paulo: HUCITEC; 2014.
Minayo MCS (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 33a ed. Petrópolis: Vozes; 2013.
Santana JP, Castro JL. Os sanitaristas de Jucás e o agente de saúde: entrevista com Antonio Carlile Holanda Lavor e Miria Campos Lavor. Natal: UNA; 2017.
Bauman Z. (tradução Plínio Dentzien). Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 2003.
Vial EA, Junges JR, Olinto MTA, Machado PS, Pattussi MP. Violência urbana e capital social em uma cidade no Sul do Brasil: um estudo quantitativo e qualitativo. Rev Panam Salud Publica. 2010; 28(4):289-297.
Krug EG, Mercy JA, Dahlberg LL, Zwi AB. Relatório Mundial sobre Violência e Saúde. The Lancet. 2002; 360(9339):1083-1088.
Lancman S, et al. Repercussões da violência na saúde mental de trabalhadores do Programa Saúde da Família. Rev Saúde Pública. 2009; 43(4):682-688.
Andrade EM, Nakamura E, Paula CS, Nascimento R, Bordin IA, Martin DA. A visão dos profissionais de saúde em relação à violência doméstica contra crianças e adolescentes: um estudo qualitativo. Saúde Soc. 2011; 20(1):147-155.
Alonso CMC, Beguin PD, Duarte FJCM. Work of community health agents in the Family Health Strategy: meta-synthesis. Rev. Saúde Pública. 2018; 52(14):1-13.
Paiva, LFS. “AQUI NÃO TEM GANGUE, TEM FACÇÃO”: as transformações sociais do crime em Fortaleza, Brasil. Cad. CRH. 2019; 32(85):165-184.
Alba MZ. Retomar o debate logo. Reciis Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2018; 12(4):357-363.
Nogueira ML. Expressões da precarização no trabalho do agente comunitário de saúde: burocratização e estranhamento do trabalho. Saude soc. 2019; 28(3):309-323.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os manuscritos apresentados devem destinar-se exclusivamente à RBPS, não sendo permitida sua apresentação a outro periódico. Junto ao envio do manuscrito, autores devem encaminhar a Declaração de Responsabilidade e de Direitos Autorais assinada por todos os autores, bem como, sua contribuição individual na confecção do mesmo e deverá ser enviada no formato pdf.
O autor poderá depositar a versão final do artigo, com revisão por pares “postprint” em qualquer repositório ou website de acordo com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.