Nominações na Adolescência e sua Relação com o Autor de Ato Infracional
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20i2.e9923Palavras-chave:
nominação, nome, sujeito, adolescência, ato infracional.Resumo
Este texto pretende localizar pontos de novas saídas na trajetória de vida de adolescentes e jovens adultos que estiveram, de alguma forma, envolvidos com a prática de atos infracionais. Perguntamo-nos em que medida o acontecimento vivido pelo adolescente pode ser acolhido por ele como uma nova amarração entre os registros real, simbólico e imaginário, a qual sustente a decisão pelo desligamento na relação com a criminalidade, reinterpretando e acrescentando novos aportes à teoria sociológica do desligamento do crime. Metodologicamente, servimo-nos da narrativa memorialística, que visa recuperar a história de vida a partir da associação livre inconsciente de jovens atravessados pela criminalidade. O material que possibilitou tal acesso é composto por 14 áudios de narrativas, que foram colhidas por diferentes duplas de pesquisadoras/es que integravam o núcleo de pesquisa responsável, em diferentes territórios do município no qual se realizou a investigação. Para este trabalho, foi feito um recorte composto por fragmentos das narrativas de três adolescentes (até 17 anos), sete jovens adultos (entre 18 e 20 anos) e quatro adultos (acima de 20 anos) do sexo masculino. Os casos nos ensinam que, enquanto o nome, na adolescência, apresenta uma função de separação em relação à alienação ao Outro, a nominação estaria relacionada a uma amarração dos três registros, como efeito de sua incidência sobre o modo de gozo. A dimensão da nominação ensina, no trabalho com o adolescente, que as expectativas do mundo adulto podem se tornar ideais muito distantes do que indica a trajetória do sujeito, único que pode orientar sua causa e cernir um nome para o gozo.Downloads
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