Consumir e Consumir-se: Gozo e Capitalismo na Contemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v19i3.e7400Palavras-chave:
desejo, frustração, gozo, consumismo.Resumo
Em tempos de um capitalismo fluido e que se retroalimenta ideologicamente, em que a pretensa necessidade do consumo desenfreado de objetos de desejo aponta para a promessa da conquista de um gozo irrestrito, a herança do ensino e da clínica de Lacan, sustentada por seu retorno a Freud, reafirma-se como um poderoso instrumento de análise, crítica e desalienação social. A partir disso, o presente artigo pretende analisar criticamente, por meio da proposição lacaniana dos discursos e do laço social, a recente cultura do consumo e o papel planejado da frustração do gozo nas relações sociais e de mercado, além da influência desses elementos como produtores de subjetividade. O fenômeno do consumo excessivo se torna altamente relevante por tomar grandes proporções na constituição do sujeito da pós-modernidade, fazendo-se indispensável para uma análise das relações sociais, econômicas e culturais na contemporaneidade.Downloads
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