Práticas integrativas e complementares - análise documental e o olhar de profissionais da saúde
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2019.9439Palavras-chave:
Terapias Complementares, Homeopatia, Acupuntura, Sistema Único de SaúdeResumo
Objetivo: Investigar a implantação das práticas integrativas e complementares e avaliar o uso, formação e aceitação dessas práticas pelos profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS). Métodos: Estudo dividido em dois momentos: a) documental retrospectivo, realizado pela leitura sistemática dos relatórios das Conferências Municipais de Saúde (2005-2015) de Curitiba, Paraná, Brasil, identificando propostas relativas à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC); b) quantitativo transversal, realizado em um Distrito Sanitário de Saúde do município analisado, em 2017, com 240 profissionais de Unidades Básicas de Saúde (UBS). Coletaram-se os dados a partir de entrevista semiestruturada, a qual incluiu variáveis socioeconômicas e as práticas integrativas e complementares (PIC): conhecimento da PNPIC; formação em PIC; desenvolvimento de PIC na APS; acesso ao encaminhamento; ser usuário de PIC; opinião sobre benefícios das PIC na APS. Os resultados foram analisados por meio de frequências e percentuais. Resultados: Das 2.975 propostas analisadas, identificaram-se 20 referentes à PINPIC, o que representa 0,71% do total. Os dados primários apontam que 81,3% (n=195) dos profissionais desconhecem a PNPIC, 98,7% (n=237) acreditam nos benefícios da oferta da APS, 5,8% (n=14) possuem formação e, destes, 2,1% (n=5) ofertam PIC na APS. Conclusão: A proposta de implantação de PIC no município investigado é incipiente. No distrito sanitário estudado existe pouca utilização, embora haja um crescente interesse e aceitação das PIC pelos profissionais da saúde que atuam na APS.Downloads
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