Risco para doenças cardiovasculares em mulheres detentas
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2019.8994Palavras-chave:
Prisões, Mulheres, Atenção à Saúde, Promoção da SaúdeResumo
Objetivo: Traçar o perfil antropométrico e avaliar a presença de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas em mulheres em regime prisional fechado. Métodos: Estudo transversal, quantitativo e analítico, desenvolvido em um sistema prisional fechado, em uma capital do Nordeste brasileiro, do qual participaram 64 mulheres detentas. Coletaram-se os dados a partir de entrevista estruturada sobre o perfil e o consumo alimentar das mulheres, e foram aferidas medidas antropométricas: peso, estatura, circunferência do braço (CB), circunferência da cintura (CC) e circunferência do quadril (CQ). Resultados: As detentas eram adultas jovens, solteiras e possuíam baixa escolaridade. As doenças mais relatadas foram: hipertensão arterial, insuficiência coronariana e diabetes. A frequência de sobrepeso ou obesidade foi de 33,3% (n=13) e 56,0% (n=14) nas faixas etárias até 30 anos (G1) e acima de 30 anos (G2), respectivamente. Quanto ao risco, levando-se em consideração a CC, 3,3% (n=6) e 40,0% (n=10) apresentaram risco muito elevado de complicações metabólicas associadas à obesidade nos grupos G1 e G2, respectivamente. Na avaliação da relação circunferência da cintura/quadril, verificou-se que 94,9% (n=37) (G1) e 72,0% (n=18) (G2) não apresentaram risco elevado (p=0,022). Conclusão: O grupo de detentas com maior faixa etária, idade acima de 30 anos, apresentou valores maiores de média da circunferência de cintura, todavia não apresentando risco elevado (relação circunferência da cintura/quadril), apesar do alto consumo de alimentos não saudáveis.Downloads
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