Epidemiologia da mortalidade neonatal no Ceará no período de 2005-2015
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2018.8739Palavras-chave:
Mortalidade Infantil, Perfil de Saúde, Perinatologia, Atenção Primária à SaúdeResumo
Objetivo: Analisar os diferenciais da mortalidade infantil, sua distribuição espacial no estado do Ceará e traçar o perfil epidemiológico dos óbitos neonatais. Métodos: Estudo ecológico, tendo os municípios como unidade de análise, que utilizou técnicas de análise espacial e regressão linear para identificar aglomerados espaciais e tendências da mortalidade na série de 2005 a 2015. Os dados foram coletados no DATASUS, no Sistema de Informação de Mortalidade e no Sistema de Nascidos Vivos, utilizando-se a base cartográfica do estado do Ceará, por município, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: A taxa de mortalidade infantil no período analisado foi de 14,7 por mil nascidos vivos, com redução significativa da linha de tendência com ajuste linear de 63% (R2 =88; p<0,001), predomínio do componente neonatal precoce (53,7%) e distribuição heterogênea da mortalidade infantil entre os municípios. A maioria das crianças era do sexo masculino (56,3%), prematuras (60,7%), apresentaram baixo peso ao nascer (64,1%), nasceram de parto vaginal (57,6%), tiveram óbito após o parto (84,3%) e como causa do óbito, afecções originadas no período neonatal e malformações congênitas (96,2%). Segundo as genitoras, destacou-se a faixa etária de 20 a 34 anos (51,6%), com escolaridade inferior a 12 anos de estudo (62,8%). Conclusão: Aglomerados de autocorrelação espacial foram identificados para a mortalidade geral e a neonatal precoce. Apesar da redução significativa da mortalidade no período, alguns municípios apresentaram taxas acima da média do estado.Downloads
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