A influência da idade materna sobre as condições perinatais -doi:10.5020/18061230.2004.p56

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar a influência da idade materna sobre as condições perinatais e verificar a freqüência de agravos à saúde materno-fetal nas idades extremas da vida reprodutiva da mulher. Estudo documental onde foram verificados registros oficiais de 39.285 nascidos vivos em Fortaleza em 2002. A população estudada foi dividida segundo a faixa etária materna em Grupos I, II e III (10 a 20, 21 a 40 e acima de 40 anos, respectivamente). O estudo correlacionou a idade materna com as variáveis: número de consultas pré-natal, idade gestacional, tipo de parto, Apagar no primeiro minuto e peso ao nascer. A partir dos resultados obtidos observamos que o Grupo II usufruiu de acompanhamento pré-natal mais rigoroso comparando-se aos Grupos I e III. Verificamos ocorrência de parto pré-termo em 5,9% das gestantes adolescentes e daquelas acima de 40 anos, freqüência esta significativamente maior do que a encontrada no Grupo II (5%). Jovens adolescentes apresentaram maior incidência de parto normal e mulheres acima de 40 anos, de parto cesárea. A taxa de bebês com asfixia moderada e grave nos Grupos I e III (19,1 e 21,6%, respectivamente) foi maior do que no Grupo II (18%). Detectamos maior incidência de baixo peso nos Grupos I (8,1%) e III (10,8%), quando comparados ao Grupo II (6,8%). Os achados sugerem que a gravidez nos extremos da vida reprodutiva encontra-se associada a acompanhamento pré-natal menos eficiente, prematuridade, anoxia e baixo peso. Em relação ao tipo de parto, entretanto, a gravidez precoce apresenta maior incidência de partos normais e a gravidez tardia, de cesáreas.