Impacto da COVID-19 em doenças de notificação compulsória no Norte do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2022.12777Palavras-chave:
Doenças de Notificação Compulsória, COVID-19, Sistemas de Informação em Saúde, Epidemiologia DescritivaResumo
Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia COVID-19 em doenças de notificação compulsória no Norte do Brasil. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo realizado com dados das bases Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) e SIH/SUS (Sistema de Informações Hospitalares do SUS) sobre meningite bacteriana e viral, dengue, febre hemorrágica da dengue, arboviroses, sífilis, tuberculose, hanseníase e hepatites virais. Utilizou-se estatística descritiva para avaliação da variação nos números absolutos das notificações e internações do período de 2015 a 2020 e suas variações médias. Resultados: As notificações e internações de meningite, arboviroses não-dengue, hanseníase, leptospirose e hepatites virais, em geral, demonstraram redução de 50 até 80% em relação a períodos anteriores. Houve variabilidade regional com dengue e febre hemorrágica da dengue, com aumentos e reduções independentes. As sífilis adquirida, gestacional e congênita demonstraram queda de até 60% nas notificações e nas internações, exceto sífilis congênita, que se manteve em estabilidade. As notificações e as internações de tuberculose se mantiveram estáveis em toda a região. Conclusão: Houve redução geral de mais da metade das notificações e das internações hospitalares, apresentando um impacto variável, dependendo do Estado e do processo de
endemia de cada sub-região.
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