Distribuição espacial das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Atenção Básica no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2022.11945Palavras-chave:
Terapias Complementares, Medicina Tradicional, Promoção da Saúde, Atenção Primária à Saúde.Resumo
Objetivo: Analisar a distribuição espacial das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) na Atenção Básica (AB) brasileira para a ampliação da discussão sobre sua oferta. Métodos: Estudo ecológico transversal realizado em 2020, a partir do sistema público brasileiro de informação em saúde do ano de 2019. Para análise, analisou-se a variável dependente quantidade de atendimentos, enquanto as variáveis independentes deram-se por território, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a cobertura da AB. Para as comparações estatísticas utilizaram-se os testes de qui-quadrado de Pearson e correlação de Spearman. Resultados: Considerando AB, secundária e terciária do Sistema Único de Saúde (SUS), a prevalência total de atendimentos em 2019 apresentou-se por 1.593.128. Separando e analisando exclusivamente a AB (n=51.352; 3.2%), a maior prevalência de atendimentos apresentou-se nas regiões Sudeste (n=15.210; 29,7%) e Nordeste (n=12.559; 24.4%), com ocorrências maiores de sessões de eletroestimulação (n=6.397; 12,4%) e de práticas corporais em Medicina Tradicional Chinesa (n=4.588; 8,9%). As correlações deram-se positivas entre atendimentos e população (r=0,62), e entre atendimentos e IDH (r=0,24). Conclusão: Evidenciou-se que a distribuição espacial das PICS na AB é desigual ao se considerar as prevalências de cada região. Já as correlações positivas podem representar a procura por alternativas de cuidado frente a condições crônicas, queixas musculoesqueléticas e insatisfação com a Medicina Moderna; fatores que geralmente provocam o aumento pela procura de PICS, principalmente em regiões onde o desenvolvimento social mais elevado favorece a autonomia da pessoa.
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