Fatores associados ao bem-estar em profissionais da atenção primária
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2021.11878Palavras-chave:
Pessoal da saúde, Atenção primária à saúde, Estresse psicológico, Saúde do trabalhador, Saúde ambientalResumo
Objetivo: Investigar fatores associados ao bem-estar subjetivo (BES) em profissionais da Atenção Primária a Saúde (APS). Métodos: Estudo transversal realizado em 2017 com 142 profissionais da APS de um município paulista que responderam aos instrumentos: Escala de BES (EBES), Escala de Conexão com a Natureza (ECN); Maslach Burnout Inventory (MBI); Estado de Saúde Autorreferido (ESA); Questionário sociodemográfico. Aplicou-se análise estatística, ajustados modelos de regressão linear múltipla, com resposta normal para explicar pontuações dos 3 domínios da escala EBES, em função das variáveis independentes estatisticamente mais fortes (p<0,20), em análise prévia bivariada. Considerou-se estatisticamente significativo se p<0,05. Resultados: Amostra com predomínio de pessoas do sexo feminino (n=116; 81,7%), cor da pele autoatribuída branca (n=123; 86,6%), idade até 35 anos (n=77; 54,2%), casadas ou em união estável (n= 91; 64,1%), com graduação ou pós (n=83; 58,5%) e trabalhadoras da saúde há mais de 5 anos (n= 102; 71,8). Maiores níveis de BES associados à escolaridade (ter graduação ou pós, p=0,039) e menores à idade (acima de 35 anos, p=0,025), ESA ruim ou muito ruim (p=0,005 para satisfação com a vida e p=0,028 para afetos positivos), hospitalização no último ano (p=0,017), morar sozinho (p=0,007) e burnout (p=0,004 na pontuação geral e p=0,030 na dimensão “despersonalização” do MBI). Conclusão: Aspectos sociodemográficos (idade acima de 35 anos e residir sozinho) impactam negativamente o bem-estar dos profissionais investigados, assim como condição ruim de saúde e grau de estresse relacionado ao trabalho. Ter graduação ou pós pode favorecer a satisfação com a vida.
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