Busca por cuidados de saúde: itinerário terapêutico de crianças egressas de unidades neonatais
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2021.11708Palavras-chave:
Atenção à Saúde, Cuidado da Criança, Medicina Tradicional, Automedicação, Unidades de Terapia Intensiva NeonatalResumo
Objetivo: Compreender os caminhos percorridos por mães e cuidadoras na busca pelo cuidado de crianças egressas de unidades neonatais. Métodos: Estudo qualitativo e exploratório, realizado entre maio e junho de 2018, com mães e cuidadoras de crianças nascidas entre 2014 e 2015, egressas de duas unidades neonatais públicas de uma capital do Nordeste brasileiro. Realizaram-se 14 entrevistas semiestruturadas, e se utilizou análise de conteúdo na modalidade temática. Apreenderam-se três categorias que evidenciam possíveis caminhos percorridos para o cuidado, perpassando, em sua maioria, pelos três setores: “O setor informal como ponto de partida para o cuidado”, “O uso do setor popular como prática de cura”, “O uso do setor profissional: alternativa para consulta”. Resultados: O setor informal foi o mais relatado pelas cuidadoras. Em geral, a primeira escolha era pela automedicação orientada de forma transgeracional, pelas avós. O uso do setor popular foi influenciado pelo conhecimento prévio das famílias e sua percepção do processo saúde-doença. A cultura biomédica perpassou os três setores e influenciou na construção do itinerário terapêutico. No setor profissional identificou-se vínculo frágil, principalmente na atenção primária. Conclusão: Os caminhos percorridos por mães e cuidadoras de egressos de unidades neonatais apontaram sobreposição da medicalização em detrimento dos saberes populares. Acolher e manejar os repertórios sociais e culturais das famílias pode contribuir para fortalecer vínculos terapêuticos com o setor profissional. A Atenção Primária à Saúde precisa ser fortalecida para garantir a qualificação do cuidado às crianças.Downloads
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