Fatores emocionais associados ao hábito de fumar em usuários de um programa antitabagismo
DOI:
https://doi.org/10.5020/18061230.2018.6536Palavras-chave:
Estratégia Saúde da Família, Programa Nacional de Controle do Tabagismo, Promoção da Saúde.Resumo
Objetivo: Caracterizar a população atendida por um programa de tratamento do tabagismo e identificar os fatores emocionais associados ao hábito de fumar. Métodos: Estudo transversal, realizado em 2016, com dados secundários extraídos dos registros do programa de tratamento do fumante do município de Água Clara, Mato Grosso do Sul, Brasil. Os dados analisados referem-se a 173 participantes que realizaram a entrevista inicial do programa, de janeiro de 2012 a setembro de 2015. Foram estudadas as variáveis: sexo, idade, história tabagística, grau de dependência da nicotina, fatores emocionais e outras condições de saúde-doença. Analisaram-se os dados por meio de estatística descritiva, e a associação do grau de dependência aos fatores emocionais foi analisada pelo teste exato de Fisher. Resultados: Verificou-se a predominância do sexo feminino (63,6%, n=110); com idade média de 45,99 anos; média de idade de início do hábito de fumar de 14,38 anos; e média de tempo de uso do cigarro de 31,62 anos. Dos sintomas apresentados, predominaram os transtornos emocionais (75,1%, n=130), com confirmação de 38,2% (66) para depressão. Com relação ao grau de dependência da nicotina, 68,2% (118) apresentaram grau “elevado ou muito elevado”, sendo observada associação entre nível “elevado e muito elevado” de dependência e fatores emocionais, como ansiedade e depressão (p<0,05). Conclusão: Os participantes do programa são mulheres em idade adulta, com tempo prolongado de uso do cigarro e decorrente presença de comprometimentos na saúde. Foi observada associação entre fatores emocionais como ansiedade e depressão e o maior grau de dependência da nicotina.Downloads
Referências
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