Refeições servidas em unidade de alimentação e nutrição: uma avaliação da saúde dos trabalhadores

Autores

  • Priscila de Lima Batista Curso de Nutrição do Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, PR, Brasil.
  • Lize Stangarlin Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
  • Laissa Benites Medeiros Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, Brasil
  • Ana Lúcia Serafim Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil.
  • Naína Lopes de Souza de Jesus Pós-graduação MBA em Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar - Universidade Tuiuti do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
  • Caroline dos Santos Peixoto Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, RS, Brasil.
  • Mariane Rossato Moreira Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p578

Palavras-chave:

Programas e Políticas de Nutrição e Alimentação, Doença Crônica, Alimentação Coletiva, Estado Nutricional.

Resumo

Objetivo: Avaliar a composição nutricional das refeições servidas em uma Unidade de Alimentação e Nutrição em relação aos parâmetros nutricionais estabelecidos pelo Programa de Alimentação do Trabalhador e avaliar os fatores de risco associados às Doenças Crônicas Não Transmissíveis existentes nos beneficiados. Métodos: Realizou-se estudo observacional, transversal e descritivo em uma Unidade de Alimentação e Nutrição, localizada em uma empresa do setor de prestação de serviços automotivos, no município de Curitiba-PR, em outubro de 2014. Para a coleta de dados, obtiveram-se informações referentes à composição nutricional das refeições servidas no período do almoço, durante um mês. Realizou-se avaliação antropométrica e aplicou-se um questionário para avaliar o estilo de vida de 19 funcionários da empresa. Resultados: Na média geral, o valor energético total (1.311,7 Kcal), proteínas (19%), gorduras totais (32%), fibras (21,14 g), sódio (1828,6 mg) e o percentual proteico-calórico (12%) das refeições estavam acima dos limites estabelecidos pelo Programa de Alimentação do Trabalhador. Constatou-se que 53% dos funcionários estavam com sobrepeso, 21% eram fumantes, 58% não praticavam atividade física e 32% apresentavam alguma patologia, sendo o diagnóstico de hipertensão arterial relatado por todos os funcionários. Conclusão: As refeições servidas na Unidade de Alimentação e Nutrição avaliada estavam inadequadas aos parâmetros estabelecidos para a alimentação do trabalhador, o que pode acarretar prejuízo à saúde dos beneficiários quando associado aos principais fatores de riscos encontrados, como sobrepeso, sedentarismo e prevalência de hipertensão arterial, além do não cumprimento à legislação trabalhista brasileira.

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Publicado

2015-12-30

Como Citar

Batista, P. de L., Stangarlin, L., Medeiros, L. B., Serafim, A. L., de Jesus, N. L. de S., Peixoto, C. dos S., & Moreira, M. R. (2015). Refeições servidas em unidade de alimentação e nutrição: uma avaliação da saúde dos trabalhadores. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 28(4), 578–586. https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p578

Edição

Seção

Artigos Originais