A Infância Marginal e o Governo do (Im)Possível

Auteurs-es

  • Tassiana Machado Quagliatto Universidade Federal de Uberlândia
  • João Luiz Leitão Paravidini Universidade Federal de Uberlândia

DOI :

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.6949

Mots-clés :

genealogia, infância marginal, psicanálise.

Résumé

As crianças passaram a ser fonte de interesse e preocupação social e política a partir do advento da modernidade. A criação de legislação para o cuidado da infância surge para tentar resolver o problema das crianças que se encontravam fora da norma, que estavam à margem do padrão médio, o qual se denomina, neste trabalho, de infância marginal. Busca-se resgatar a história dessa infância no Brasil e trazer à tona a trama discursiva acerca das relações de poder e de saber, na modernidade e na contemporaneidade, que engendram ideias e práticas sobre as crianças marginais. A partir desse levantamento, pôde-se perceber que as propostas de governamentalidade da infância marginal fracassam continuamente, bem como o uso de práticas violentas e segregatórias que retornam o tempo todo no trato com essas crianças. Para se analisar tais achados, desenvolve-se uma hipótese das intenções públicas para com a infância marginal, estendendo-se às políticas e práticas atuais, como as de investimento na primeira infância. Por fim, propõe-se um direcionamento para pensar uma forma possível de cuidado com a infância marginal.

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Bibliographies de l'auteur-e

Tassiana Machado Quagliatto, Universidade Federal de Uberlândia

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (2011). Especialização em Psicologia da Saúde, com ênfase em saúde mental da criança, adolescente e adulto, pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP/ EPM (2014 - carga horária: 3.840h). Mestre em Psicologia Aplicada (Linha de pesquisa: Psicanálise e Cultura) pela Universidade Federal de Uberlândia (2017). Foi Bolsista do Projeto de Ensino em Graduação (PIBEG), financiado pela Universidade Federal de Uberlândia, na área de Psicologia Social. Concluiu os 7 Módulos Fundamentais da Obra de Sigmund Freud, CEEPU, 252 horas. Concluiu Módulos de Aprimoramento sobre Avaliação-Intervenção Psicanalítica Conjunta Pais-Filhos e A Clínica Psicanalítica de Crianças. Iintegra o grupo de pesquisa e extensão em Psicanálise e Saúde Mental Infantil, uma parceria do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia e a Prefeitura Municipal de Uberlândia. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Clínica e da Saúde, com interesse principalmente nos seguintes temas: Psicanálise e Saúde Mental.

João Luiz Leitão Paravidini, Universidade Federal de Uberlândia

Doutorado em Ciências Médicas, Pós-Doutorado pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Uberlândia e da Prefeitura Municipal de Uberlândia.

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Publié-e

2018-04-30

Comment citer

Quagliatto, T. M., & Paravidini, J. L. L. (2018). A Infância Marginal e o Governo do (Im)Possível. Revista Subjetividades, 18(1), 45–55. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.6949

Numéro

Rubrique

Estudos Teóricos

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