As Dimensões do Corpo na Perversão Comum: Objeto, Imagem e Borda
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v19i1.e6781Palavras-chave:
corpo, contemporaneidade, psicanálise, perversão.Resumo
O presente trabalho busca abordar os diferentes lugares que o corpo ocupa nas relações contemporâneas. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico dos principais autores que tratam da temática, utilizando-se do método e da teoria psicanalítica como recurso para a produção fundante de uma análise interpretativa. Após a apresentação e introdução dos caminhos que conduziram a produção deste estudo, o corpo é situado na conjuntura da teoria psicanalítica e perpassa diferentes tópicos de discussão. Neste sentido, é abarcado como objeto na medida em que representa os investimentos da exploração industrial promotora da liberação e bombeamento das pulsões e situado como imagem através do imperativo de gozo. Nestes enfoques o corpo se faz ser representado por uma perversão comum nas tentativas de dar conta de aspectos singulares do mundo contemporâneo. O corpo também é concebido como borda quando resta como consistência na inscrição entre o sujeito e o outro, legitimando a constituição de relações. Reconhecer estas peculiaridades do contemporâneo nos coloca na posição de assumir que, para além das investigações psíquicas, os corpos precisam ser indagados e cuidados.Downloads
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