O que nos Ensinam os Autistas sobre sua Posição na Linguagem
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i3.e12781Keywords:
Autismo, Linguagem, PsicanáliseAbstract
Neste artigo, interrogamos o modo particular de uso da linguagem utilizado pelo sujeito autista. Apoiados em leituras de autobiografias de autistas adolescentes e adultos e em fragmentos da escuta de um caso clínico, utilizamos como método de pesquisa a psicanálise aplicada associada à revisão bibliográfica e à construção do caso clínico a partir da recordação de fragmentos da escuta do caso. Fizemos um percurso bibliográfico pelos principais autores que tratam das questões referentes à linguagem no autismo e um percurso por alguns relatos autobiográficos de sujeitos autistas e seu fazer com a enunciação. Concluímos, a partir do caso Luca, que o uso de duas línguas para se expressar, a linguagem técnica sustentada por sua ilha de competência e o uso de neologismos apontam para a dimensão estrutural do autismo. Ou seja, esse sujeito, ao não assentir à incorporação da voz do Outro, para depois recusá-la, demonstra sua dificuldade em estabelecer uma posição de sujeito da enunciação. No entanto, de modo particular, Luca mostra seu modo único de estruturar um saber diante de alíngua para se fazer enunciador.
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