Imigrantes brasileiros na Alemanha: adaptação cultural, estressores e recursos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v23i2.e12741

Palavras-chave:

adaptação cultural, contexto migratório, imigração brasileira, aculturação

Resumo

O processo migratório ocorre por diversos fatores, entretanto, pode ser dificultado quando a adaptação cultural não ocorre totalmente. Logo, compreender como o processo de adaptação cultural ocorre por meio da percepção do imigrante, revela informações importantes sobre esse processo. O presente artigo se apoia no modelo de aculturação de Berry (1990) e no modelo ABC-X duplo de McCubbin e Patterson (1983), com o objetivo de descrever o processo de adaptação de brasileiros na Alemanha. Participaram da pesquisa 113 brasileiros que residiam na Alemanha entre os anos de 2014 a 2016. Os participantes responderam a um questionário online contendo um inventário sociodemográfico e duas questões que exploravam possíveis estressores e recursos à adaptação. Os dados foram analisados através do software IRAMUTEQ, sendo os resultados divididos em dois corpus textuais: estressores e recursos, e as classes de respostas geradas foram nomeadas de acordo com o conteúdo que apresentavam. Os principais estressores foram relacionados a aspectos relacionais, especificamente a dificuldade na relação gerada pelo desconhecimento do idioma; a falta dos familiares que ficaram no Brasil; e as diferenças culturais entre os dois países, que causam confusão na comunicação e dificuldade nos relacionamentos. Alguns estressores viraram recursos com o passar do tempo, sendo o caso do idioma, presente em ambos os corpus textuais. A articulação entre o modelo ABC-X duplo de McCubbin e Patterson (1983) e a teoria da aculturação de Berry (1990) se mostrou válida, no sentido de que é possível descompartimentar as estratégias de aculturação desenvolvidas a partir dos estressores e dos recursos existentes e realizada pelas pessoas, observando como ao longo do tempo, estressores podem ser percebidos como recursos.

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Biografia do Autor

Edmylla Francyelle dos Santos Silva, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil

Formada em Psicologia (UFPA), e atualmente fazendo Mestrado no Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC/UFPA). Atua a quatro anos como acompanhante terapêutica (aplicadora). Integrante do Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento (LED-UFPA), onde atua como pesquisadora. Possui experiência em pesquisas relacionadas à Psicologia do Desenvolvimento Humano e Análise do Comportamento Aplicada. Possui interesse nas áreas de: Análise do Comportamento aplicada, Estudos sobre o desenvolvimento humano, Estudo de crianças com desenvolvimento atípico e Neuropsicologia.

Matheus dos Santos da Silveira, Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil

Atualmente, é estudante no Doutorado em Relações Internacionais (IRI/PUC-Rio). Bacharel em Relações Internacionais (UNAMA) e em Psicologia (UFPA). Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento (PPGTPC/UFPA), na linha de pesquisa de Ecoetologia do Desenvolvimento Humano e em Relações Internacionais (UNILA), na linha de pesquisa de Política Externa, Atores e Processos Internacionais. Membro do Grupo de Estudos em Gênero e Relações Internacionais (GENERI). Atualmente, é professor horista da Faculdade UNINORTE, Tucuruí (PA). Pesquisador do Observatório de Saúde Global e Diplomacia da Saúde, no Centro de Relações Internacionais em Saúde - CRIS/Fiocruz. Possui interesses nos seguintes temas: Estudos em Desenvolvimento Humano; Saúde Global (com ênfase na Saúde Mental Global); Estudos sobre Gêneros e Sexualidades (com ênfase na Perspectiva Querer); Sustentabilidades, Ambientes e Comportamentos (com ênfase nos estudos sobre a Amazônia). 

Clauber Wellington Pinheiro Torres, Centro de Referência da Assistência Social, São Sebastião da Boa Vista, Paraná, Brasil

Mestre em teoria e pesquisa do comportamento pelo Programa de Pós-graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará. Possui graduação em Psicologia pela Universidade da Amazônia.

Simone Souza da Costa Silva, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (1994), mestrado em Psicologia nesta mesma instituição (2001) e doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (2006 e pós doutora em Ciências da Reabilitação pela Universidade de Dortmund - Alemanha (2012) . Durante o mestrado, investigou a relação mãe-criança na situação de banho, no doutorado ampliou seu foco e investigou a estrutura e dinâmica das relações familiares em uma comunidade ribeirinha da Amazônia. Atualmente é professora no Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC/UFPA) onde atua no Programa de Teoria e Pesquisa do Comportamento (PPGTPC). Foi Vice diretora do NTPC por oito anos, no período de julho de 2013 à julho de 2021. Assumiu em julho de 2023 a vice coordenação do PPGTPC. Além das atividades desenvolvidas no PPGTPC atua na faculdade de psicologia e no Programa de Pós Graduação em Segurança Pública (PPGSP). Está como editora associada da Revista Brasileira de Educação Especial. Nos últimos anos desenvolveu pesquisas com famílias ribeirinhas e coordenou grupo de pesquisa que investigou os impactos gerados pelo Programa Bolsa Família (PBF).

Fernando Augusto Ramos Pontes, Universidade Federal do Pará, Belém, Pará, Brasil

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Pará (1986), mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (1990), doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1996) e pós-doutorado pela Universidade de Brasília (2002) e pela Technischen Universität Dortmund - Alemanha (2012). Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do Pará, vinculado ao Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento e ao Programa de Pós-graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento e também é professor do Programa de Pós-graduação e Segurança Pública da UFPA. Coordena em conjunto com mais 3 professoras o Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento, no qual desenvolve pesquisas na área da Ecologia do Desenvolvimento Humano e Redes de relações sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: Epistemologia de redes, Relacionamento Social, Redes de Relacionamento, Parentalidade, Coparentalidade, Cultura de Pares, Cultura da Brincadeira, Brinquedos e Brincadeiras Tradicionais.

Karl Christoph Kappler, Technische Universität, Dortmund, Deutschland

Possui graduação em Psicologia - Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (1987), mestrado em Psicologia - Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (1990) e doutorado em Psicologia - Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (1994) mestrado em Children's Rights - Universite de Fribourg (2004). Atualmente é Professor cadetratico na Faculdade de Ciencias de Reabilitacao na Technische Universität (TU) Dortmund / Universitäts-Allianz Ruhr (UAR), Alemanha. Foi Professor visitante no Depto. da Psicologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG; 1998-2001). 

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Publicado

25.05.2023

Como Citar

Silva, E. F. dos S., Silveira, M. dos S. da, Torres, C. W. P., Silva, S. S. da C., Pontes, F. A. R., & Kappler, K. C. (2023). Imigrantes brasileiros na Alemanha: adaptação cultural, estressores e recursos. Revista Subjetividades, 23(2), 1–15. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v23i2.e12741

Edição

Seção

Dossiê: Psicologia do Desenvolvimento no Brasil

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