Profissionalização do artesanato e identidade do artesão: pensando a configuração do campo do artesanato no Ceará
DOI:
https://doi.org/10.5020/23180714.2012.27.2.411-424Palavras-chave:
Identidade. Mercado. Tradição.Resumo
O artesanato no Ceará, atividade de trabalhadores autônomos, veio no decorrer da segunda metade do século XX se configurando nos planos governamentais de modernização do Estado como meio de inclusão de uma mão de obra que a indústria estava incapaz de absorver. No entanto, foi no mercado que se formava com o desenvolvimento do turismo que o artesanato se fortaleceu como veículo de transmissão dos símbolos da região, evidenciando uma identificação que singularizava o Estado cearense no mercado contemporâneo. Objetivamos com esta pesquisa entender o processo de construção dos significados do artesanato no Ceará contemporâneo. A preocupação econômica de inclusão social, que se ordenou no discurso do grupo dominante que assumira o governo do Estado cearense desde 1987, tinha um caráter de controle social dos grupos populares que faziam uso costumeiro das atividades econômicas tidas como tradicionais. Introduzir os artesãos na proposta do mercado contemporâneo para o Ceará significava, para as ações políticas governamentais, condicioná-los a uma aprendizagem comercial, produtiva e estética distante da realidade econômica e social do local de suas produções. O resultado das tensões entre a ação do Estado, a intervenção de intelectuais e artistas, como também das ações dos artesãos, contribuiu para a produção dos significados do artesanato contemporâneo cearense que se fabricavam na dinâmica de seu próprio campo de atuação. Sendo assim, utilizaremos como metodologia o cotejamento entre as fontes documentais encontradas nas instituições governamentais, nos acervos de organizações artesanais e produzidas nos depoimentos orais.Downloads
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Publicado
2012-07-20
Como Citar
Cardoso, F. T. (2012). Profissionalização do artesanato e identidade do artesão: pensando a configuração do campo do artesanato no Ceará. Revista De Humanidades, 27(2), 411–424. https://doi.org/10.5020/23180714.2012.27.2.411-424
Edição
Seção
Artigos