Interação Mãe-Bebê com Sintomas Somáticos Funcionais e a Capacidade de Mentalização Materna
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v23iEsp.%201.e12924Palavras-chave:
capacidade de mentalização, alexitimia, sintomas somáticos funcionais, interação mãe-bebêResumo
Na primeira infância, os sintomas somáticos funcionais, que são manifestações do sofrimento da criança pela via cororal, podem indicar dificuldades na interação pais-bebê. Estas podem ser oriundas de um prejuízo na Capacidade de Mentalização (CM) materna, caracterizado como uma inabilidade em perceber a si e aos outros como seres psicológicos, bem como levar em consideração os estados mentais, seus e dos demais. A presença de um funcionamento alexitímico é considerado indicador de prejuízo na CM, já que representa uma menor sensibilidade do cuidador para identificar, acolher e traduzir as necessidades do bebê, trazendo implicações para o desenvolvimento infantil. Nesse estudo, objetivou-se, compreender a interação mãe-bebê em duplas cujas mães possuem prejuízos na CM, e os bebês apresentam sintomas somáticos funcionais. Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, de Estudo de Casos Múltiplos. Participaram três duplas mãe-bebê, cujas mães possuíam entre 24 a 34 anos e que apresentaram prejuízos na CM. Os instrumentos utilizados foram a Ficha de dados Sociodemográficos e Clínicos, a Toronto Alexithymia Scale (TAS-26), as Entrevistas sobre história de vida da mãe, sobre a maternidade e a relação mãe-criança, e o Interaction Assessment Procedure (IAP). A análise qualitativa dos dados ocorreu através de três categorias denominadas História de vida materna, Interação mãe-bebê e Sintomas somáticos funcionais do bebê. Os achados identificaram manifestações sintomáticas no bebê de sono, pele e respiração em mães com funcionamento alexitímico. As mães tiveram relacionamentos conturbados com os seus cuidadores, podendo ter influenciado na interação mãe-bebê, caracterizando-se por uma estruturação inconsistente por parte das mães e responsividade e envolvimento moderados por parte dos bebês. Concluiu-se que a presença de conflitos relacionados às figuras parentais maternas pode expressar a presença de conflitos transgeracionais e reverberar na CM materna, expressa nas dificuldades em decodificar e traduzir as emoções de seus bebês, influenciando no tipo de interação estabelecido com eles.Downloads
Referências
Akhtar, S. (2007). Primeiros relacionamentos e sua internalização. In E. Person, A.M. Cooper, & G. Gabbard (Eds), Compêndio de psicanálise (pp. 54-66). Artmed.
Almeida, V. & Machado, P. P. P. (2004). Somatização e alexitimia: Um estudo nos cuidados de saúde primários. International Journal of Clinical and Health Psychology, 4(2), 285-298. http://repositorium.uminho.pt/bitstream/1822/1710/1/Somatiza%C3%A7%C3%A3o%20e%20Alexitimia.pdf
Bateman, A., & Fonagy, P. (2006). Mentalization-based treatment for borderline personality disorder: A practical guide. Oxford University Press.
Bateman, A., & Fonagy, P. (2016). Mentalization-based treatment for personality disorders: A practical guide. Oxford University Press.
Batista-Pinto, E. (2004). Os sintomas somáticos funcionais e as consultas terapêuticas pais/bebê. Estudos de Psicologia, 9(3), 451-457. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000300007
Brazelton, T. B., & Cramer, B. G. (1992). As primeiras relações. Martins Fontes.
Carneiro, B. V., & Yoshida, E. M. P. (2009). Alexitimia: Uma revisão do conceito. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 25(1), 103-108. https://doi.org/10.1590/S0102-37722009000100012
Bowlby, J. (1990). Apego e perda (vol. 3). Martins Fontes.
Casetto, S. J. (2006). Sobre a importância de adoecer: Uma visão em perspectiva da psicossomática psicanalítica no século XX. Psychê, 10(17), 121-142. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=30701708
Cohen, N. J., Muir, E., & Lojkasek, M. (2006). Watch, wait and wonder: An infant-led approach to infant-parent psychotherapy. Infant Mental Health Journal, 14(2), 1–8. https://perspectives.waimh.org/wp-content/uploads/sites/9/2019/07/Scan_6-28-2019_15-28-54_41.pdf
Cramer, B., & Rodrigues, C. (1993). Profissão: Bebé. Martins Fontes.
Debray, R. (1988). Bebês/mães em revolta: Tratamentos psicanalíticos conjuntos dos desequilíbrios psicossomáticos precoces. Artes Médicas.
De Felice, E. M. (2006). Vivências da maternidade e suas consequências para o desenvolvimento psicológico do filho. Vetor Editora.
Dias, H. Z. J., Rubin, R., Dias, A. V., & Gauer, G. J. C. (2007). Relações visíveis entre pele e psiquismo: Um entendimento psicanalítico. Psicologia Clínica, 19(2), 23-34. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-56652007000200002
Donelli, T. M. S., Schaefer, M. P., Mortari, E. M., Trage, F., Becker, D., Kunzler, M., Alves, A. de A., & Bittencourt, A.C. O. (2020). Intervenções para a promoção do funcionamento reflexivo parental. In: S. R. F. Enumo, T. L. Dias, F. P. Ramos (Orgs), Intervenções psicológicas para promoção de desenvolvimento e saúde na infância e adolescência (pp. 287-304). Editora Appris.
Ensink, K., Fonagy, P., Normandin, L., Berthelot, N., Biberdzic, M., & Duval, J. (2015). O papel protetor da mentalização de experiências traumáticas: Implicações quando da entrada na parentalidade. Estilos da Clínica, 20(1), 76-91. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i1p76-91
Ferraz, F. C. (2007). A tortuosa trajetória do corpo na psicanálise. Revista Brasileira de Psicanálise, 41(4), 66-76. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0486-641X2007000400007&script=sci_arttext
Flores, M. R., Souza, A. P. R. D., Moraes, A. B. D., & Beltrami, L. (2013). Associação entre indicadores de risco ao desenvolvimento infantil e estado emocional materno. Revista CEFAC, 15(2), 348-360. https://doi.org/10.1590/S1516-18462012005000046
Fonagy, P., Gergely, G., Jurist, E., & Target, M. (2002). Affect regulation, mentalization, and the development of the self. Other Books.
Fonagy, P., Target, M., Steele, H., & Steele, M. (1998). Reflective-functioning manual, version 5.0, for application to adult attachment interviews. London University College.
Freire, L. (2010). Alexitimia: Dificuldade de expressão ou ausência de sentimento? Uma análise teórica. Psicologia: Teoria e pesquisa, 26(1), 15-24. https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000100003
Gil, A. C. (2010). Métodos e técnicas de pesquisa social (5ª Ed). Atlas.
Golse, B. (2004). O bebê, seu corpo e sua psique: Explorações e promessas de um novo mundo (apego, psicanálise e psiquiatria perinatal). In: R. O. de Aragão (Org.), O bebê, o corpo e a linguagem (pp. 15-40). Casa do Psicólogo.
Klein, M. (1982). Os progressos da psicanálise. Zahar
Kreisler, L. (1978). A criança psicossomática. Editorial Estampa.
Kreisler, L., Fain, M., & Soulé, M. (1981). A criança e seu corpo: Psicossomática da primeira infância. Zahar.
Levandowski, D. C., Marin, A. H., Frizzo, G. B., Donelli, T. M. S., & Maia, G. N. (2020). Sintomas psicofuncionais em bebês: Caracterização e avaliação. In: R. Gorayeb, M. C. Miyazaki & M. Teodoro (Orgs.), PROPSICO: Programa de Atualização em Psicologia Clínica e da Saúde: Ciclo 4 (pp. 121–51). Artmed Panamericana. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 3)
Marty, P. (1993). A psicossomática do adulto. Artes Médicas.
McDougall, J. (1982). Alexithymia: A psychoanalytic viewpoint. Psychotherapy and Psychosomatics, 38(1-4), 81-90. https://doi.org/10.1159/000287617
McDougall, J. (1991). Em defesa de uma certa anormalidade: Teoria e clínica psicanalítica. Artes Médicas.
McDougall, J. (1996). Teatros do corpo: O psicossoma em psicanálise. Martins Fontes.
Mesa, A. M., & Gómez, A. C. (2010). La mentalización como estrategia para promover la salud mental en bebés prematuros. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 8(2), 835-848. http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S1692-715X2010000200005&script=sci_arttext
Müller, P. W., Marin, A. H., & Donelli, T. M. S. (2015). Olha o aviãozinho! A relação mãe e bebê com dificuldades alimentares. Aletheia, 46, 187-201. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=115048330015
Núcleo da Infância e Família da Universidade Federal do Rio Grande do Sul [NUDIF] (2008). Entrevista sobre experiência da maternidade. Instituto de Psicologia, UFRGS. Instrumento interno.
Peruchi, R. C., Donelli, T. M. S., & Marin, A. H. (2016). Ajustamento conjugal, relação mãe-bebê e sintomas psicofuncionais no primeiro ano de vida. Quaderns de Psicologia, 18(3), 55-67. https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1363
Pinto, E. B. (2007). A análise das interações pais/bebê em abordagem psicodinâmica: Clínica e pesquisa. In: C. A. Piccinini, & M. L. Seidl-de-Moura (Orgs.), Observando a interação pais-bebê-criança: Diferentes abordagens teóricas e metodológicas (pp. 37-72). Casa do Psicólogo.
Ranña, W. (1997). Psicossomática e o infantil: Uma abordagem através da pulsão e da relação objetal. In: F. C. Ferraz & R. M. Volich (Orgs.), Psicossoma: psicossomática psicanalítica (pp. 103-128). Casa do Psicólogo.
Rask, C. U., Christensen, M. F., Borg, C., Søndergaard, C., Thomsen, P. H., & Fink, P. (2009). The soma assessment interview: New parent interview on functional somatic symptoms in children. Journal of Psychosomatic Research, 66(5), 455-464. https://doi.org/10.1016/j.jpsychores.2008.10.012
Rask, C. U., Ørnbøl, E., Olsen, E. M., Fink, P., & Skovgaard, A. M. (2013). Infant behaviors are predictive of functional somatic symptoms at ages 5-7 years: Results from the Copenhagen Child Cohort CCC2000. The Journal of Pediatrics, 162(2), 335-342. https://doi.org/10.1016/j.jpeds.2012.08.001
Robert-Tissot, C., Rusconi-Serpa, S., Bachman, J.-P., Besson, G., Cramer, B., Knauer, D., Muralt, M. de, & Palacio-Espasa, F. (1989). Le questionnaire “Sympton Check-List”. In : S. Lebovici. P. Mazet, & J.-P. Visier (Orgs.), L’evaluation des interactions précoces entre le bébé et sespartenaires (pp. 179-186). Eshel.
Santos, M. N. D., & Donelli, T. M. S. (2020). Traumas infantis e as relações interpessoais e com o bebê no puerpério. Avaliação Psicológica, 19(3), 243-253. http://dx.doi.org/10.15689/ap.2020.1903.17037.03
Scalco, M. O. & Donelli, T. M. S. (2014). Os sintomas somáticos funcionais e a relação mãe-bebês gêmeos aos nove meses de idade. Temas em Psicologia, 22(1), 55-66. https://doi.org/10.9788/TP2014.1-05
Schechter, D. S., Suardi, F., Manini, A., Cordero, M. I., Rossignol, A. S., Merminod, G., Gex-Fabry, M., Moser, D. A., & Serpa, S. R. (2015). How do maternal PTSD and alexithymia interact to impact maternal behavior?. Child Psychiatry & Human Development, 46(3), 406-417.https://doi.org/10.1007/s10578-014-0480-4
Serra, R., ClaustreJané, M., & Bonillo, A. (2013). Síntomas somáticos funcionales en una muestra española: Psicopatología y estilos educativos. Anales de Pediatría, 79(2), 101-107. https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2012.09.008
Shai, D., & Belsky, J. (2011). When words just won’t do: Introducing parental embodied mentalizing. Child Development Perspectives, 5(3), 173-180. https://doi.org/10.1111/j.1750-8606.2011.00181.x
Sifneos, P. E. (1991). Affect, emotional conflict, and deficit: An overview. Psychotherapy and Psychosomatics, 56, 116-122. https://www.jstor.org/stable/45113964
Slade, A. (2005). Parental reflective functioning: An introduction. Attachment and Human Development, 7(3), 269–281. https://doi.org/10.1080/14616730500245906
Slade, A., Sadler, L. S., & Mayes, L. C. (2005). Minding the baby: Enhancing parental reflective functioning in a nursing/mental health home visiting program. In: J. G. Allen, & P. Fonagy (Eds.), The handbook of mentalization-based treatment. John Wiley & Sons.
Stein, L. L., & Donelli, T. M. S. (2021). Percepções de mães com funcionamento alexítimico sobre a maternidade e o bebê com sintoma somático funcional. Boletim-Academia Paulista de Psicologia, 41(100), 74-92. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1415-711X2021000100009&script=sci_arttext
Taylor, G. J., Ryan, D., & Bagby, R. M. (1985). Toward the development of a new self-report alexithymia scale. Psychotherapy and Psychosomatics, 44(4), 191-199. https://doi.org/10.1159/000287912
Tenenbojm, E., Rossini, S., Estivill, E., Segarra, F., & Reimão, R. (2010). Causas de insônia nos primeiros anos de vida e repercussão nas mães: Atualização. Revista Paulista de Pediatria, 28(2), 221-226. https://doi.org/10.1590/S0103-05822010000200015
Tonelli, H. (2014). Etapas da aquisição da capacidade de inferir estados mentais no desenvolvimento da psique infantil. Revista PsicoFAE: Pluralidades em Saúde Mental, 3(1), 87-102. https://psico.fae.emnuvens.com.br/psico/article/view/9
Viegas, P. C., & Ramires, V. R. R. (2012). Pré-adolescentes em psicoterapia: capacidade de mentalização e divórcio altamente conflitivos dos pais. Estudos de Psicologia, 29(Suppl. 1), 841-849. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2012000500020
Walker, L. S., Garber, J., & Green, J. W. (1991). Somatization symptoms in pediatric abdominal pain patients: Relation to chronicity of abdominal pain and parent somatization. Journal of Abnormal Child Psychology, 19, 379–394. https://doi.org/10.1007/BF00919084
Wendland, J. (2001) A Abordagem clínica das interações pais-bebê: Perspectivas teóricas e metodológicas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 14(1), 45-56. https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000100004
Wiese, E. B. P., & Leenders, F. (2006). Interaction Assessment Procedure–IAP: A qualitative approach to parent/infant interaction. In: 10th WAIMH World Congress. World Association for Infant Mental Health. https://waimh.org/page/past_congresses
Yin, R. K. (2015). Estudo de caso: Planejamento e métodos. Bookman Editora.
Yürümez, E., Akça, Ö. F., Uğur, Ç., Uslu, R. I., & Kılıç, B. G. (2014). Mothers’ alexithymia, depression and anxiety levels and their association with the quality of mother-infant relationship: A preliminary study. International Journal of Psychiatry in Clinical Practice, 18(3), 190-196. https://doi.org/10.3109/13651501.2014.940055
Zamberlan, M. A. T. (2002). Interação mãe-criança: Enfoques teóricos e implicações decorrentes de estudos empíricos. Estudos de Psicologia, 7(2), 399-406. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2002000200021
Zanatta, D., & Benetti, S. P. D. C. (2012). Representação mental e mudança terapêutica: Uma contribuição da perspectiva psicanalítica da teoria das relações objetais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(1), 93-100.https://doi.org/10.1590/S0102-37722012000100012
Zeanah, C. H., Benoit, D., & Barton, M. (1993). Working model of the child interview. https://medicine.tulane.edu/sites/medicine.tulane.edu/files/pictures/WMCI%202011.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Subjetividades
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.
