Violência sexual infantil: o que racismo e machismo têm a ver com isso?
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v23i3.e12667Palavras-chave:
racismo, machismo, violência sexual, violência sexual infantilResumo
Intencionamos discutir a violência sexual infantil e compreender de que forma “racismo” “machismo” se articulam em sua perpetração. Analisar tal violência em interface com os dois conceitos permite refletir sobre os aspectos interseccionais dessa questão e sua participação nas construções subjetivas daqueles que a perpetram e naquelas que a experienciam. Tomamos o recurso da escrevivência - a experiência de quem escreve como ponto de partida e, também, de passagem para o compartilhamento de experiências semelhantes. Pesquisas foram realizadas nos sítios acadêmicos buscando mapear e conhecer de que forma a temática vem sendo trabalhada. Utilizamos como descritores: violência sexual infantil, meninas negras, racismo e machismo em suas possíveis combinações. Foram analisados o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e dados do Atlas da Violência 2019 - IPEA e do Boletim Epidemiológico da Violência Sexual contra Criança e Adolescentes no Brasil 2018 - Ministério da Saúde. As análises foram feitas de forma transversal contemplando o objetivo aqui proposto. De antemão e de forma explícita, não foi possível encontrar análises que contemplam o enredamento entre racismo e machismo na perpetração dos crimes de violência sexual infantil. Questionamos: como as questões de raça/cor são consideradas pelas produções acadêmicas? Na psicologia, que leitura temos das relações étnico-raciais? O que os resultados refletem sobre a psicologia e mesmo da ciência? Esperamos que os dados aqui levantados e as reflexões propostas possam trazer luz a um fenômeno cujo crescimento exponencial é dolorosamente alarmante, bem como possam promover aprofundamentos teóricos e práticos para fazer face às questões que se colocam como urgentes e necessárias de serem abordadas.Downloads
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