Entrelaçamentos entre Psicanálise, Educação e Política: Experiências nos Espaços Escolares
DOI :
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e11475Mots-clés :
psicanálise, educação, política, espaços escolares.Résumé
Neste artigo, temos como objetivo explorar alguns entrelaçamentos entre os campos da psicanálise, da educação e da política. Começamos com as contribuições freudianas sobre a dinâmica dos grupos, nas quais destacamos a submissão ao líder como forma de controlar hostilidades, porém também a possibilidade de se conceber fratrias que vão além dessa alienação. Seguimos com o que nos diz Winnicott sobre o espaço potencial enquanto lugar para o brincar criativo e para certa concordância possível, tanto no nosso psiquismo quanto entre aqueles que compartilham desta atmosfera. Abordamos, em seguida, o grupo analítico de Balint como exemplo de dispositivo clínico que segue, de forma semelhante, nessa linha traçada. Passamos, enfim, a discutir e a compartilhar três experiências cujo fio condutor consiste em serem relatos de pesquisa no espaço escolar, ilustrando a temática estudada. Além de atravessadas por questões psicanalíticas, educacionais e políticas, essas vivências ressaltam a possibilidade de existência de coletivos que funcionem enquanto espaços criativos. Nessa perspectiva, acreditamos que podem existir lugares de cooperação e de concordância, apesar de inevitáveis conflitos. A partir disso, colocamos a seguinte questão: esses lugares podem ser vinculados a um tipo de posicionamento mais democrático? Por fim, defendemos que mesmo havendo a confrontação - por ser intrínseca à vida humana - pode existir diferentes possibilidades de criar soluções coletivamente.Téléchargements
Références
Balint, M. (1998). O médico, seu paciente e a doença. Editora Atheneu.
Birman, J. (2010). Governabilidade, força e sublimação: Freud e a filosofia política. Revista Psicologia USP, 21(3), 531-556. DOI: 10.1590/S0103-65642010000300005
Blanchard-Laville, C. (2005). Os professores: Entre o prazer e o sofrimento. Edições Loyola.
Butler, J. (2015). Relatar a si mesmo: Crítica da violência ética. Editora Autêntica.
Dardot, P., & Laval, C. (2007). Comum: Ensaio sobre a revolução no Séc. XXI. Editora Boitempo.
Dunker, C. (17 de fevereiro de 2016). Políticas de identidade e a busca de um novo modelo de crítica. Revista Fórum [Notícias]. Link
Freud, S. (1996a). Escritores criativos e devaneios. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 9, pp. 131-143). Imago. (Originalmente publicado em 1907)
Freud, S. (1996b). Totem e tabu. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 13, pp. 11-163). Imago. (Originalmente publicado em 1913)
Freud, S. (1996c). Além do princípio do prazer. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 18, pp.12-75). Imago. (Originalmente publicado em 1920)
Freud, S. (1996d). Psicologia de Grupo e Análise do Ego. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 18, pp. 79-154). Imago. (Originalmente publicado em 1921)
Freud, S. (1996e). O futuro de uma ilusão. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 21, pp. 11-63). Imago. (Originalmente publicado em 1927)
Freud, S. (1996f). O mal-estar na civilização. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 21, pp. 65-148). Imago. (Originalmente publicado em 1930)
Freud, S. (1996g). Por que a guerra? In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 22, pp. 191-208). Imago. (Originalmente publicado em 1933)
Freud, S. (1996h). Análise terminável e interminável. In J. Strachey (Ed.), J. Salomão (Trans.), Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 23, pp. 223-270). Imago. (Originalmente publicado em 1937)
Kehl, M. R. (2000). Função fraterna. Editora Relume Dumará.
Laval, C. (2019). A escola não é uma empresa: O neoliberalismo em ataque ao ensino público. Editora Boitempo.
Maciel, M. R. (2018). Jovens ocupam as escolas: Novas ações políticas e psicanálise. Revista Percurso, 61, 51-58. Link
Pechberty, B. (2007). O debate entre o cuidado e a educação: Práticas clínicas atuais. Revista Estilos da Clínica, 12(22), 14-25. DOI: 10.11606/issn.1981-1624.v12i22p14-25
Pedroza, R. L. S. (2010). Psicanálise e educação: Análise das práticas pedagógicas e formação do professor. Revista Psicologia da Educação, 30, 81-96. Link
Singer, H. (2010). República de crianças: Sobre experiências escolares de resistência. Editora Mercado das Letras.
Sousa, T. R. (2019). Psicanálise, educação e infância: Experiência de educação criativa e brincante em uma Comunidade de Aprendizagem [Tese de Doutorado, Universidade de Brasília]. UnB: RIUnb - Repositório Instituicional da UnB. Link
Winnicott, D. W. (1975). O brincar e a realidade. Imago Editora.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Revista Subjetividades 2022
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.