Análise Lexical sobre o/a Jovem Nem-Nem no Documento Trabalho Decente e Juventude/OIT
DOI :
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21i3.e11349Mots-clés :
juventude, jovem nem-nem, intervenções, OIT, psicologiaRésumé
Jovens que nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego têm sido nomeados/as como jovens nem-nem, em diferentes contextos sociais. Tanto no Brasil quanto em outros países do mundo, a juventude nem-nem tem ocupado um lugar de destaque no meio acadêmico, na mídia e nas intervenções por parte do Estado e de outros atores sociais, todos buscando formas de atuar sobre o problema. Diante desse cenário, buscamos compreender as noções construídas sobre os/as jovens nomeados/as como nem-nem, bem como as propostas de controle e regulação produzidas por diferentes atores da sociedade para eles/as. A partir de uma pesquisa documental, apresentamos neste artigo os resultados de uma análise lexical realizada com o auxílio do programa ALCESTE – Análise Lexical por Contexto de um Conjunto de Segmentos de Texto. Os resultados destacam os principais universos semânticos sobre os/as jovens nomeados/as nem-nem em trechos retirados de onze (11) edições do documento Trabalho Decente e Juventude da Organização Internacional do Trabalho. Problematizamos algumas noções que convidam a pensar os/as jovens ditos/as nem-nem como sujeitos vulneráveis e como grupo de risco, sendo as respostas mais imediatas direcionadas ao investimento na subjetividade do/a jovem, reatualizando o mito dos/as jovens pobres como classe perigosa, sem com isso levar em consideração a reprodução social da nossa desigualdade.
Téléchargements
Références
Abramo, H. W. (1997). Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. Revista Brasileira de Educação, (5-6), 25-36. Link
Adrião, K. (2014). Perspectivas feministas na interface com o processo de pesquisa-intervenção-pesquisa com grupos no campo psi. Labrys, coletânea feminismos e psicologia, 26, 79-93.
Amaro, M. (2015, janeiro 09). O próximo “nem-nem” pode ser você. Revista Exame. Link
Antunes, R. (2020). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo.
Cardoso, A. (2013). Juventude, trabalho e desenvolvimento: Elementos para uma agenda de investigação. Caderno CRH, 26(68), 293-314. DOI: 10.1590/S0103-49792013000200006
Castells, M. (2000). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.
Castro, R. D., Lino, T. R., & Mayorga, C. (2020). Desobediências epistêmicas: Propostas feministas e antirracistas em direção a um projeto de ciência e sociedade decolonial. Cadernos de Estudos Culturais, 2(2), 209-226.
Chacham, A. S., Maia, M. B., & Camargo, M. B. (2012). Autonomia, gênero e gravidez na adolescência: Uma análise comparativa da experiência de adolescentes e mulheres jovens provenientes de camadas médias e populares em Belo Horizonte. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, 29(2), 389-407. DOI: 10.1590/S0102-30982012000200010
Corseuil, C. H. L., Franca, M. P., & Poloponsky, K. (2020). Inserção dos jovens brasileiros no mercado de trabalho num contexto de recessão. Novos estudos CEBRAP, 39(3), 501-520. DOI: 10.25091/s01013300202000030003
Foucault, M. (2008). Nascimento da biopolítica. Curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes.
Franco, A. C. F., Lemos, F. C. S., Ferreri, M. A., Passarinho, L., & Macedo, A. E. A. (2014). Algumas interrogações acerca das produções midiáticas sobre a juventude. Fractal: Revista de Psicologia, 26(2), 415-428. DOI: 10.1590/1984-0292/872
Gergen, K. J., & Gergen, M. (2010). Construcionismo social: Um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos.
Gomes, L. F. (2014). Geração Nem-Nem+: uma bomba-relógio. Link
Groppo, L. A. (2017). Juventudes e políticas públicas: Comentários sobre as concepções sociológicas de juventude. Revista Diversidades,14, 9-17.
Guareschi, N. (2008). Cultura, identidades e diferenças. Reflexão e Ação, 16(2), 10-18.
Guareschi, N. M. F., Reis, C. D., Huning, S. M., & Bertuzzi, L. D. (2007). Intervenção na condição de vulnerabilidade social: Um estudo sobre a produção de sentidos com adolescentes do programa do trabalho educativo. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 7(1), 17-27.
Guimarães, A. S. A. (2016). Formações nacionais de classe e raça. Tempo Social, 28(2), 161-182. DOI: 10.11606/0103-2070.ts.2016.109752
Guimarães, L. G. S. (2014). Juventude e desenvolvimento social na América Latina: Um estudo sob a perspectiva da cooperação. Hegemonia, Revista Eletrônica de Relações Internacionais do Centro Universitário Unieuro, 13, 202-234.
Hirata, H,. & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595-609. DOI: 10.1590/S0100-15742007000300005
Ilustre Colegio Nacional de Doctores y Licenciados en Ciencias Políticas y Sociología. (2011). Desmontando a ni-ni: Um estereotipo juvenil em tempos de crisis. Madrid: Edición Injuve.
Koury, M. G. P. (2011). Medos urbanos e mídia: O imaginário sobre juventude e violência no Brasil atual. Sociedade e Estado, 26(3), 471-486. DOI: 10.1590/S0102-69922011000300003
Kronberger, N., & Wagner, W. (2008). Palavras-chave em contexto: Análise estatística de textos. In M. Bauer, & G. Gaskell (Orgs.), Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: Um manual prático (pp. 416-441). Petrópolis, RJ: Vozes.
Lugones, M. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas,22(3), 935-952.
Martins, A. (n/d). Não estuda nem trabalha: Crise econômica e social lançam alerta sobre “geração nem-nem”. Link
Mayorga, C., & Prado, M. A. M. (2010). Democracia, instituições e a articulação de categorias sociais. In C. Mayorga (Org.), Universidade cindida, universidade em conexão: Ensaios sobre e democratização da universidade (pp. 46-70). Belo Horizonte: Editora UFMG.
Menezes Filho, N. A., Cabanas, P. H. F., & Komatsu, B. K. (2013). A condição “nem-nem” dos jovens é permanente? (Policy Paper 7). São Paulo: Centro de Políticas Públicas/Insper.
Monteiro, J. (2013). Quem são os jovens nem-nem? Uma análise sobre os jovens que não estudam e não participam do mercado de trabalho (Texto para Discussão n.34). Rio de Janeiro: FGV-IBRE.
Neri, M. C. (2021). Juventudes, educação e trabalho: Impactos da pandemia nos nem-nem. Rio de Janeiro: FGV Social.
Neves, D. P. (2008). Itinerários ocupacionais, juventude e gestão de empregabilidade. Antropolítica (UFF), 26, 113-138.
Oficina Internacional del Trabajo. (2013). Una generación en peligro. Ginebra: OIT.
Oficina Internacional del Trabajo. (2016). Perspectivas sociales y del empleo en el mundo 2016: Tendencias entre los jóvenes. Ginebra: OIT.
Oliveira, D. C., Gomes, A. M. T., & Marques, S. C. (2005). Análise estatística de dados na pesquisa das representações sociais: Alguns princípios e uma aplicação ao campo da saúde. In M. S. S. Menin, & A. M. Shimizu (Orgs.), Experiência e representação social: Questões teoricas e metodológicas (pp.157-199). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Oliveira, F., Gianordoli-Nascimento, I., Santos, T., & Freitas, J. (2015). Fronteiras e pertenças: Representações sociais e dinâmicas identitárias do tráfico de drogas na revista Veja (1968-2010). Psicologia e Saber Social, 4(2), 277-297. DOI: 10.12957/psi.saber.soc.2015.12385
Pereira, A. P. (2019). Adolescência e juventude: Contribuições e desafios de escritos soviéticos para a análise da realidade brasileira. Obutchénie: Revista de Didática e Psicologia Pedagógica, 3(3), 1-25. DOI: 10.14393/OBv3n3.a2019-51706
Plan International. (2017). As meninas e os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Uma análise da situação das meninas no Brasil. São Paulo: Plan International.
Rabinow, P. (2002). Antropologia da razão. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.
Rivas, A. (2015). A América Latina depois do PISA. Lições aprendidas da educação em sete países (2000-2015). Cidade Autônoma de Buenos Aires: Fundação Cippec.
Saffioti, H. (1979). A mulher na sociedade de classes: Mito e realidade. Petrópolis, RJ: Vozes.
Sá-Silva, J. R., Almeida, C. D., & Guindani, J. F. (2009). Pesquisa documental: Pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, 1(1), 1-15.
Silva Junior, P. R., & Mayorga, C. (2016). Experiências de jovens pobres participantes de programas de aprendizagem profissional. Psicologia e Sociedade, 28(2), 298-308.
Silva Junior, P. R., & Mayorga, C. (2019). Jovens nem-nem brasileiros/as: Entre desconhecimento das experiências, espetacularização e intervenções. DESIDADES-Revista Eletrônica de Divulgação Científica da Infância e Juventude, 7, 10-23.
Silva, I. A. (2018). Respostas da Política Nacional de Juventude para a realidade das mulheres da geração “nem-nem”. Uma análise das ações de educação e trabalho. Revista Juventude e Políticas Públicas, 1(2), 167-176.
Silva, M. S. R., Melo, M. M., & Vieira, J. C. (2020). Reestruturação produtiva e seus efeitos sobre o mercado de trabalho jovem. Revista Contribuciones a las Ciencias Sociales en línea, (1). Link
Souza, J. (2006). A gramática social da desigualdade brasileira. In J. Souza (Org.), A invisibilidade da desigualdade brasileira (pp. 23-53). Belo Horizonte: Editora UFMG.
Spink, P. K., Ribeiro, M. A., Conejo, S., & Souza, E. (2014). Documentos de domínio público e a produção de informações. In M. J. P. Spink, J. M. Brigagao, V. L. Nascimento & M. P. Cordeiro (Orgs.), A produção de informação na pesquisa social: Compartilhando ferramentas (pp. 207-229). Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais.
Tommasi, L. (2010). “Juventude em pauta”: A juventude como campo de intervenção social (Projeto de Pesquisa). Rio de Janeiro: Universidade Federal Fluminense.
Tommasi, L. (2014). Juventude, projetos sociais, empreendedorismo e criatividade: Dispositivos, artefatos e agentes para o governo da população jovem. Passagens: Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, 6(2), 287-311.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Revista Subjetividades 2021
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes Conditions 4.0 International.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.