A Política das Imagens e a Ética do Desejo nas Autorrepresentações Contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp2.e10428Palabras clave:
arte, psicanálise, autorrepresentação, política, contemporaneidade.Resumen
Este artigo debruça-se sobre a articulação entre psicanálise e arte contemporânea, ressaltando a dimensão política desses campos – aqui compreendidos como espaços que possibilitam a subversão da lógica homogeneizante de identidades. Nesse sentido, acreditamos que a obra de arte em sua complexidade constitutiva não se reduz a uma verdade tautológica. O objeto e suas imagens suportam uma latência, uma temporalidade sobreposta, operando enquanto ato de sujeito: obra do inconsciente, logo, suportada pela complexa rede de condensações e deslocamentos. Abordaremos certas estratégias de resistência que utilizam as imagens (e as selfies) como instrumento de luta contra os processos de dessubjetivação e assujeitamento. Vislumbraremos possibilidades de novas maneiras de ser e estar no mundo, de novas configurações; aberturas para a diversidade, para a diferença, para a singularidade do sujeito. Nesse sentido, refletiremos sobre a especificidade fotográfica não apenas sob o ponto de vista da crítica da representação, mas também dando destaque para as importantes “políticas da representação”, que reafirmam a heterogeneidade nas múltiplas identidades de sujeitos que, ainda hoje, sofrem duras penas por não compactuarem com as normas colonizadoras, sexistas e patriarcais de nossa sociedade.Descargas
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