A Pulsão Anarquista e a Resistência diante da Morte e da Massificação
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.16.3.84-96Palabras clave:
psicanálise, pulsão de morte, anarquismoResumen
Este artigo propõe uma reflexão em torno do conceito de pulsão anarquista cunhado por Nathalie Zaltzman em texto homônimo durante 1979; conceito que articula certa manifestação específica da pulsão de morte: servir à vida como último recurso para a sobrevivência. Seu objetivo principal é tratar desse último recurso que emerge quando o indivíduo está diante de experiências de precariedade aguda. Assim, o estudo de um caso é o pano de fundo da reflexão de Zaltzman em torno dessas situações chamadas de experiências limite, nas quais as garantias de sobrevivência e de unidade são arruinadas, isto é, quando os excessos de privação ou de um amor totalitário e paralisante ameaçam a sobrevivência do indivíduo. Por conta disso, o ímpeto libertário do anarquismo torna-se a figura para essa pulsão de morte, já que, nessas situações, é dele que se alimenta o sujeito para sobreviver. Com essa construção teórica é possível verificar a necessidade de reconhecer o papel da pulsão de morte sem a moralização de suas exigências.Descargas
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