Processos de Resiliência em Estudantes Universitários com Deficiência
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v21i3.e11181Palabras clave:
Resiliência, Deficiência, Ensino SuperiorResumen
A inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior foi uma conquista histórica e repercutiu em dimensões políticas, sociais e psicológicas deste segmento. Este artigo teve por objetivo verificar como a inserção no ensino superior auxilia a promoção de resiliência de estudantes universitários com deficiência. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e com recorte transversal. O trabalho de campo ocorreu em duas universidades (uma pública e outra privada), de uma cidade de médio porte do interior do estado de São Paulo. Após a definição dos critérios de inclusão, foram recrutados sete participantes, sendo cinco com deficiência visual e dois com deficiência física. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e reflexivas, com todo o material integralmente transcrito e, posteriormente, submetido à análise de conteúdo. Os resultados foram sistematizados em torno de cinco categoriais: a) afirmação identitária e não-vitimização; b) possibilidade de nutrir projetos de vida; c) diferença e reciprocidade; d) experiências de altruísmo; e) participação social, senso crítico e reivindicação de direitos. A pesquisa evidenciou que o acesso à universidade repercutiu de forma positiva na vida dos participantes, impulsionando-os à manutenção e/ou construção de projetos de vida, na promoção do bem-estar e na descoberta de novas possibilidades de existência, antes pouco vivenciadas.
Descargas
Citas
Adistie, F., Lumbantobing, V. B., & Maryam, N. N. A. (2020). The needs of children with terminal illness: A qualitative study. Child Care in Practice, 26(3), 1-15. DOI: 10.1080/13575279.2018.1555136
Assis, S. G. (2005). Encarando os desafios da vida: Uma conversa com adolescentes. Rio de Janeiro: FIOCRUZ.
Assis, S. G. D., Pesce, R. P., & Avanci, J. Q. (2006). Resiliência enfatizando a proteção dos adolescentes. Porto Alegre: Artmed.
Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bolton, K. W., Praetorius, R. T., & Smith-Osborne, A. (2016). Resilience protective factors in an older adult population: A qualitative interpretive meta-synthesis. Social Work Research, 40(3), 171-182. DOI: 10.1093/swr/svw008
Cardoso, F. L., & Sacomori, C. (2014). Resilience of athletes with physical disabilities: a cross-sectional study. Revista de Psicología del Deporte, 23(1), 15-22, 2014.
Catusso, R. L. (2007). A resiliência e a imagem corporal de adolescentes e adultos com mielomeningocele. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, SP.
Crouch, M., & McKenzie, H. (2006). The logic of small samples in interview-based qualitative research. Social Science Information, 45(4), 483-499. DOI: 10.1177/0539018406069584
Day, M. C., & Wadey, R. (2016). Narratives of trauma, recovery, and growth: The complex role of sport following permanent acquired disability. Psychology of Sport and Exercise, 22, 131-138. DOI: 10.1016/j.psychsport.2015.07.004
Domellof, E., Hedlund, L., & Odman, P. (2014). Health-related quality of life of children and adolescents with functional disabilities in a northern Swedish country. Quality Life Resilience, 23, 1877-1882. doi: 10.1007/s11136-013-0613-4
Gonçalves, A. M. (2019). A relação da escolarização e os efeitos para a escolha do projeto de vida de estudantes surdos. Educação em Perspectiva, 10(1), 1-15.
Lay, J. C., & Hoppmann, C. A. (2015). Altruism and prosocial behavior. In N. A. Pachana (eds), Encyclopedia of Geropsychology. Singapore: Springer. DOI: 10.1007/978-981-287-080-3_69-1
Libório, R. M. C. (2009). Escola: risco, proteção e processos de resiliência durante a adolescência. Link
Libório, R. M. C., Castro, B. M., Ferro, E. G., & Souza, M. T. S. (2015). Resiliência e processos protetivos de adolescentes com deficiência física e surdez incluídos em escolas regulares. Revista Brasileira de Educação Especial, 21(2), 185-198. DOI: 10.1590/S1413-65382115000200002
Luthar, S. S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: A critical evaluation and guidelines for future work. Child Development, 71(3), 543-562. DOI: 10.1111/1467-8624.00164
Gilligan, R. (2000). Adversity, resilience and young people: The protective value of positive school and spare time experiences. Children & Society, 14(1), 37-47. DOI: 10.1111/j.1099-0860.2000.tb00149.x
Lia, E. S., & Abela, A. (2016). Not broken but strengthened: Stories of resilience by persons with acquired physical disability and their families. Australian and New Zealand Journal of Family Therapy, 37(3), 400-417.
Mantoan, M. T. E. (2013). O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis: Vozes.
Marriott, C., Hamilton‐Giachritsis, C., & Harrop, C. (2014). Factors promoting resilience following childhood sexual abuse: A structured, narrative review of the literature. Child abuse review, 23(1), 17-34.
Masten, A. S. (2014). Ordinary magic: Resilience in development. New York: Guilford Press.
Mazzotta, M. J. S. (2011). Educação especial no Brasil: Histórias e políticas públicas. 6a ed. São Paulo: Cortez.
Orr, A. C., & Goodman, N. (2010). “People like me don’t go to college:” The legacy of learning disability. Journal of Ethnographic & Qualitative Research, 4(4), 213-225.
Pesce, R. P., Assis, S. G., Santos, N., & Oliveira, R. V. C. (2004). Risco e proteção: Em busca de um equilíbrio promotor de resiliência. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 20(2), 135-143.
Pessoa, A. S. G., & Coimbra, R. M. (2020). Fatores de risco no contexto de adolescentes envolvidos no tráfico de drogas. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 20(1), 119-141. DOI: 10.12957/epp.2020.50793
Pessoa, A. S. G., Coimbra, R. M., Murgo, C. S., Breda, A. D. V., & Baker-Lewton, A. (2018). Resilience processes of Brazilian young people: overcoming adversity through an arts program. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 13(3), 1-17.
Pessoa, A. S. G., Coimbra, R. M., Noltemeyer, A., & Bottrell, D. (2017). Resilience processes within the school context of adolescents with sexual violence history. Educação em Revista, 33, e157785. DOI: 10.1590/0102-4698157785
Pessoa, A. S. G., Harper, E., Santos, I. S., & Gracino, M. C. S. (2019). Using reflexive interviewing to foster deep understanding of research participants’ perspectives. International Journal of Qualitative Methods, 18, 1-9. DOI: 10.1177/1609406918825026
Pessoa, A. S. G., & Koller, S. H. (2020). Por uma retórica latino-americana sobre resiliência e educação. In A. S. G. Pessoa & S. H. Koller (Orgs.), Resiliência e educação: Perspectivas teóricas e práticas (pp. 17-28). São Paulo: Vetor.
Poletto, M., & Koller, S. H. (2011). Resiliência: Uma perspectiva conceitual e histórica. In D. D. Dell’Aglio, S. H. Koller & M. A. M. Yunes (Orgs.), Resiliência e psicologia positiva: interfaces do risco à proteção (pp. 19-44). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Porcelli, P., Ungar, M., Liebenberg, L., & Trépanier, N. (2014). (Micro)mobility, disability and resilience: exploring well-being among youth with physical disabilities. Disability & Society, 29(6), 863-876. DOI: 10.1080/09687599.2014.902360
Post, S. G. (2005). Altruism, happiness, and health: It’s good to be good. International Journal of Behavioral Medicine, 12(2), 66–77. DOI: 10.1207/s15327558ijbm1202_4
Resende, M. C., & Gouveia, V. V. (2011). Qualidade de vida em adultos com deficiência física. Psicologia: Reflexao & Critica, 24(1), 99-106.
Rutter, M. (1999). Resilience concepts and findings: Implications for family therapy. Journal of Family Therapy, 21, 119-144. DOI: 10.1111/1467-6427.00108
Santos, I. S. (2018). Processos de resiliência em universitários com deficiência. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Oeste Paulista, SP.
Santos, I. S., & Pessoa, A. S. G. (2019). Fatores que dificultam a permanência de estudantes com deficiência no ensino superior. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, 20(4), 430-439. DOI: 10.17921/2447-8733.2019v20n4p430-439
Santos, I. S., & Pessoa, A. S. G. (2020). Tutores de resiliência de estudantes com deficiência. In A. S. G. Pessoa & S. H. Koller (Orgs.), Resiliência e educação: Perspectivas teóricas e práticas (pp. 121-134). São Paulo: Vetor.
Sassaki, R. K. (2012). Causa, impedimento, deficiência e incapacidade, segundo a inclusão. Revista Reação, 87, 14-16.
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão [Secadi]. (2016). Quem é quem. Link
Shogren, K. A., & Shaw, L. A. (2016). The role of autonomy, self-realization, and psychological empowerment in predicting outcomes for youth with disabilities. Remedial and Special Education, 37(1), 55-62. DOI: 10.1177/0741932515585003
Silva, R. R., Santos, R. F. F., & Leal, A. L. (2019). Estratégias de enfrentamento utilizadas por pessoas com deficiência e a importância de uma rede de apoio no fortalecimento da resiliência. Horizontes - Revista de Educação, 7(13), 157-171. DOI: 10.30612/hre.v7i13.8471
Soosai-Nathan, L. (2015). Altruism: A pathway for psychological well-being. Indian Journal of Positive Psychology, 6(1), 90-92.
Soosai-Nathan, L., Negri, L., & Fave, A. D. (2013). Beyond pro-social behaviour: An exploration of altruism in two cultures. Psychological Studies, 58(2), 103-114.
Szymanski, H. (2000). Entrevista reflexiva; um olhar psicológico para entrevista em pesquisa. Revista Psicologia da Educação, 10/11, 193-215.
Ungar, M. (2008). Resilience across cultures. British Journal of Social Work, 38(2), 218-235. DOI: 10.1093/bjsw/bcl343
Ungar, M. (2010). Families as navigators and negotiators: Facilitating Culturally and contextually specific expressions of resilience. Family Process, 49(3), 421-435. DOI: 10.1111/j.1545-5300.2010.01331.x
Ungar, M., Brown, M., Liebenberg, L., Othman, R., Kwong, W. M., Armstrong, M., & Gilgun, J. (2007). Unique pathways to resilience across cultures. Adolescence, 42(166), 287-310.
Wehmeyer, M. L. (2006). Self-determination and individuals with severe disabilities: Re-examining meanings and misinterpretations. Research and Practice for Persons With Severe Disabilities, 30, 113-120. DOI: 10.2511/rpsd.30.3.113
Yunes, M. A. M. (2003). Psicologia positiva e resiliência: O foco no indivíduo e na família. Psicologia em estudo, 8, 75-84.
Yunes, M. A. M. (2006). Os discursos sobre a questão da resiliência: Expressões e conseqüências para a promoção do desenvolvimento saudável. In D. Colinvaux, L. B. Leite & D. D. Dell’Aglio (Orgs.), Psicologia do Desenvolvimento: Teorias, Pesquisas e Aplicações (pp. 225-246). São Paulo: Editora Casa do Psicólogo.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Subjetividades
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.