Contação de Histórias como Dispositivo Clínico na Infância frente ao Racismo à Brasileira

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp2.e8986

Keywords:

psicanálise, racismo, infância, resistência do analista, literatura infantil.

Abstract

O presente artigo tem como objetivo apresentar oficinas de literatura infantil e contação de histórias como um dispositivo clínico para a escuta do sofrimento, do qual destaca-se, para fins deste artigo, a escuta da desigualdade racial. Parte-se de uma experiência na qual o racismo foi negado e silenciado no processo de escuta, situando essa cegueira como resistência do analista, a qual, decorrente do racismo estrutural à brasileira, está presente no campo do conhecimento científico e cultural. Trabalha-se a partir da contação da história de Dandara dos Palmares, analisando os efeitos de subjetivação em todos os participantes da oficina, crianças e psicanalistas.

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Author Biographies

Marina Gregianin Rocha, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicóloga, Especialista em Saúde Mental Coletiva (UFRGS) e Mestre em Psicanálise: Clínica e Cultura (UFRGS).

Marina da Rocha Rodrigues, Universidade Luterana do Brasil (Ulbra)

Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e Institucional (UFRGS), Professora do curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

Sandra Djambolakdjian Torossian, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutora em Psicologia, Professora do IP UFRGS- PPG em Psicanálise: clínica e cultura UFRGS.

Ana Maria Gageiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Psicóloga, Doutora pela Paris 7, Professora do Instituto de Psicologia da UFRGS, membro da APPOA.

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Published

2020-11-28

How to Cite

Rocha, M. G., Rodrigues, M. da R., Torossian, S. D., & Gageiro, A. M. (2020). Contação de Histórias como Dispositivo Clínico na Infância frente ao Racismo à Brasileira. Revista Subjetividades, 20(Esp2), Publicado online: 28/11/2020. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v20iEsp2.e8986

Issue

Section

Dossiê: O contemporâneo à luz da psicanálise