O Imperativo da Felicidade na Contemporaneidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i3.e12646

Palavras-chave:

imperativo, felicidade, consumo, neoliberalismo, contemporaneidade

Resumo

O presente ensaio teórico versa sobre a temática do imperativo da felicidade na contemporaneidade, contemplando o atual momento histórico de crise pandêmica. Para tanto, busca-se na interface entre psicologia e outras áreas de conhecimento, tais como ciências sociais, filosofia e psicanálise, a inteligibilidade necessária para apreensão do estudo. Inicialmente, pretende-se realizar um breve resgate sobre as concepções de felicidade ao longo da história, refletindo sobre como as transformações da cultura permitiram que a felicidade fosse deslocada do campo do sonho para o campo do dever. Posteriormente, propõe-se abordar o lugar que a felicidade, transformada em imperativo, ocupa na contemporaneidade, atravessada pelo discurso capitalista neoliberal e pelos argumentos da sociedade de consumo e desempenho. Por fim, sugere-se que a cartografia social contemporânea, sob a égide do neoliberalismo e seus reflexos na cultura, incide sobre os processos de subjetivação em forma de adoecimento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanessa Rodrigues Becker Pinto, Universidade Feevale (FEEVALE)

Psicóloga, especializanda em Teoria Psicanalítica e Prática Clínica pela Universidade Feevale (FEEVALE).

Eliana Perez Gonçalves de Moura, Universidade Feevale (FEEVALE)

Psicóloga, Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Docente da Universidade Feevale (FEEVALE).

Referências

Agostinho, S. (2015). Sobre a vida feliz. Vozes.

Aristóteles. (1973). Ética a Nicômaco. Nova Cultural.

Baudrillard, J. (1995). A sociedade de consumo. Edições 70.

Bauman, Z. (2001). Modernidade líquida. Zahar.

Bauman, Z. (2004). Amor líquido. Zahar.

Bauman, Z. (2008). Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Zahar.

Benjamin, W. (2012). Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Brasiliense.

Birman, J. (2019). Mal-estar na atualidade: A psicanálise e as novas formas de subjetivação. Civilização Brasileira.

Bruckner, P. (2019). A euforia perpétua. Difel.

Camus, A. (2019). A peste. Record.

Comparato, F. K. (2013). A civilização capitalista. Saraiva.

Damião, A., & Felix, S. A. (2013). Modernidade e globalização neoliberal: A “nova” condição do trabalho e dos trabalhadores no contexto da mentalidade de curto prazo. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 16(2), 211-225. Link

Debord, G. (1997). Sociedade do espetáculo. Contraponto.

Dostoiévski, F. (2018). Noites brancas. L&PM.

Ehrenberg, A. (2010). O culto da performance: Da aventura empreendedora à depressão nervosa. Editora Ideias & Letras.

Ferry, L. (2018). 7 maneiras de ser feliz: Como viver de forma plena. Objetiva.

Flaubert, G. (2003). Cartas a Louise Colet. Siruela. (Originalmente publicado em 1847)

Forbes, J. (2008). Felicidade e ciência: Entrevista com Mayana Zatz e Jorge Forbes. In M. J. Fuentes & M. Veras, Felicidade e sintoma: Ensaios para uma psicanálise no século XXI (pp. 83-95). EBP.

Foucault, M. (1979). Microfísica do poder. Graal.

Foucault, M. (1987). Vigiar e punir: Nascimento da prisão. Vozes.

França, V. (2010). “A felicidade a seu alcance”: Que felicidade, e ao alcance de quem, afinal? In J. Freire Filho (Org.), Ser feliz hoje: Reflexões sobre o imperativo da felicidade (pp. 213-226). Editora FGV.

Freire Filho, J. (2010). A felicidade na era de sua reprodutibilidade científica: Construindo “pessoas cronicamente felizes”. In J. Freire Filho (Org.), Ser feliz hoje: Reflexões sobre o imperativo da felicidade (pp. 49-82). Editora FGV.

Freud, S. (2010). O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos. Companhia das Letras.

Fuentes, M. J., & Veras, M. (2008). Felicidade e sintoma: Ensaios para uma psicanálise no século XXI. EBP.

Gazeta Zero Hora (2012, 6 de março). Riqueza em forma de felicidade. Link

Giannetti, E. (2010). Felicidade: Diálogos sobre o bem-estar da civilização. Companhia das Letras.

Han, B. (2017). Sociedade do cansaço. Vozes.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. (2020). Produto interno bruto- PIB. Link

Kant, I. (1997). A fundamentação da metafísica dos costumes. Edições 70.

Kehl, M. (2015). O tempo e o cão: A atualidade das depressões. Boitempo.

Kennedy, M. (1987). The concise Oxford dictionary of music. Oxford.

Lasch, C. (1983). A cultura do narcisismo: A vida americana numa era de esperanças em declínio. Imago.

Lenoir, F. (2016). Sobre a felicidade: Uma viagem filosófica. Editora Objetiva.

Lipovetsky, G. (2005). A era do vazio: Ensaios sobre o individualismo contemporâneo. Manole.

Lipovetsky, G. (2007). A felicidade paradoxal: Ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo. Companhia das Letras.

Mãe, V. (2013). A máquina de espanhóis. Cosac Naify.

Meireles, C. (1972). Obra poética. José Aguilar.

MST. (2006, 8 de agosto). Antônio Cândido participa de inauguração da biblioteca da Escola Nacional Florestan Fernandes. MST. Link

Nietzsche, F. (2002). Além do bem e do mal. Companhia das Letras.

Pessoa, F. (2016). Obra poética de Fernando Pessoa (vol. 2). Nova Fronteira.

Rosa, J. (1968). Tutaméia: Terceiras estórias. José Olympio.

Roudinesco, E. (2000). Por que a psicanálise? Zahar.

Santos, B. (2020). A cruel pedagogia do vírus. Ed. Almedina.

Santos, M. (2001). Por uma outra globalização: Do pensamento único à consciência universal. Record.

Siculer, H. (2020, 22 de outubro). O neoliberalismo, a colonização da subjetividade e a pandemia. Instituto Humanitas Unisinos. Link

Weber, M. (1964). Economia y sociedade: Esbozo de sociologia compreensiva. FCE.

Weber, M. (2004). A ética protestante e o espírito do capitalismo. Companhia das Letras.

Downloads

Publicado

31.12.2022

Como Citar

Pinto, V. R. B. ., & Moura, E. P. G. de. (2022). O Imperativo da Felicidade na Contemporaneidade. Revista Subjetividades, 22(3), e12646. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i3.e12646

Edição

Seção

Estudos Teóricos