Representações Sociais do Trabalho Informal para Trabalhadores por Conta Própria
DOI:
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i3.7453Palavras-chave:
representação social, trabalho informal, psicologia do trabalho.Resumo
Estima-se que um terço da população brasileira desempenha atividades informais. Essa modalidade de trabalho envolve questões psicossociais e ideológicas específicas, como também representações sociais. O presente estudo objetiva caracterizar as representações sociais do trabalho informal para trabalhadores que estão inseridos nesse tipo de atividade, além de suas práticas sociais e identitárias, considerando a perspectiva da Teoria das Representações Sociais (TRS). O estudo foi exploratório e descritivo, circunscrito na abordagem qualitativa, com a participação de dez trabalhadores, os quais foram entrevistados de forma não diretiva. As narrativas foram analisadas com auxílio do IRAMUTEQ, um software de análise textual. Foi possível identificar três diferentes eixos representacionais: (a) história de vida e laboral, (b) intergeracionalidade da informalidade e (c) liberdade e precariedade do trabalho. As representações sociais do trabalho informal apresentam perspectiva hegemônica, mas também traduzem a atividade de trabalho como algo do humano, que identifica os trabalhadores, e que é insubstituível.
Downloads
Referências
Alves, M. A., & Tavares, M. A. (2006). A dupla face da informalidade do trabalho: Autonomia ou precarização. In R. Antunes (Org.), Riqueza e miséria do trabalho no Brasil (pp. 387-446). São Paulo: Boitempo.
Antunes, R. (2011). Os modos de ser da informalidade: Rumo a uma nova era da precarização estrutural do trabalho? Serviço Social & Sociedade, 107(3), 405-419. https://doi.org/10.1590/S0101-66282011000300002
Antunes, R. (2015). The new morphology of the working class in contemporary Brazil. Socialist Register, 51(51), 178-198.
Bôas, V. L. P. S. (2004). Teoria das representações sociais e o conceito de emoção: Diálogos possíveis entre Serge Moscovici e Humberto Maturana. Psicologia da Educação, (19), 143-166.
Cacciamali, M. C. (2000). Globalização e processo de informalidade. Economia e Sociedade, 9(1), 153-174.
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: Um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em Psicologia, 21(2), 513-518. https://doi.org/10.9788/TP2013.2-16
Cardoso, A. (2013). Ensaios de sociologia do mercado de trabalho brasileiro. Rio de Janeiro: FGV Editora.
Coelho-Lima, F. (2016). Ideologia e significado do trabalho: O caso dos trabalhadores por conta própria. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Retrieved from https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22039?mode=full
Conselho Nacional de Saúde. (2016). Resolução 510, de 07 de Abril de 2016. Retrieved from http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf
Coutinho, M. C., Borges, R. C., Graf, L. P., & Silva, A. S. (2013). “Todo dia uma casa diferente”: Trajetórias, sentidos e cotidianos laborais de diaristas. Universitas Psychologica, 12(4), 1125-1138. https://doi.org/10.11144/Javeriana.UPSY12-4.tdcd
Costa, M. S. (2010) Trabalho informal: Um problema estrutural básico no entendimento das desigualdades na sociedade brasileira. Caderno CRH, 23(58), 171-190. https://doi.org/10.1590/S0103-49792010000100011
Crusoé, N. M. C. (2004). A teoria das representações sociais em Moscovici e sua importância para a pesquisa em educação. Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação, 2(2), 105-114.
Druck, G. (2013). A precarização social do trabalho no Brasil. In R. Antunes (Org.), Riqueza e miséria do trabalho no Brasil II (pp. 55-74). São Paulo: Boitempo.
Fontanella, B. J. B., Luchesi, B. M., Saidel, M. G. B., Ricas, J., Turato, E. R., & Melo, D. G. (2011). Amostragem em pesquisas qualitativas: Proposta de procedimentos para constatar saturação teórica. Caderno de Saúde Pública, 27(2), 389-394. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000200020
Gómez, M. C. P. (2011). Significados asociados al futuro laboral: Entre la formalidad y la informalidad. Pensamiento Psicológico, 9(16), 107-124.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2017). Síntese de indicadores sociais: Uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE. Recuperado de https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101459.pdf
Jodelet, D. (2001). Representações sociais: Um domínio em expansão. In D. Jodelet (Org.), As representações sociais (pp. 17-44). Rio de Janeiro: EdUERJ.
Jovchelovitch, S. (2015). The anthropological, narrative, dialogical and subjective paradigmatic approaches to social representations. Roma: European Comission, Research Executive Agency.
Krein, J. D. (2013). As transformações no mundo do trabalho e as tendências das relações de trabalho na primeira década do século XXI no Brasil. Revista NECAT, 2(3), 6-25.
Krein, J. D., & Proni, M. W. (2010). Economia informal: Aspectos conceituais e teóricos. Brasília: OIT.
Malaguti, M. L. (2000). Crítica à razão informal. São Paulo: Boitempo.
Marchand, P., & Ratinaud, P. (2012). L’analyse de similitude appliqueé aux corpus textueles: Les primaires socialistes pour l’election présidentielle française. In A. Dister, L. Docquier, I. Jeanmart, D. Longrée, B. Morimont & G. Purnelle (Orgs.), Journées internationales d’Analyse statistique des Données Textuelles (pp. 687-699). Nice: CCSD.
Menezes, W. F., & Dedecca, C. S. (2012). A informalidade no mercado de trabalho brasileiro: Rendimentos e principais características. Nexos Econômicos, 6(2), 11-41. https://doi.org/10.9771/1516-9022rene.v6i2.9247
Moscovici, S. (1961). La psychanalyse, son image, son public. Paris: Presses Universitaires de France.
Moscovici, S. (2010). Representações sociais: Investigações em psicologia social (7a ed.). Petrópolis, RJ: Editora Vozes.
Sato, L. (2013). Recuperando o tempo perdido: A psicologia e o trabalho não regulado. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 16(n. spe.), 99-110. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16ispe1p99-110
Xavier, D. G. P., Falcão, J. T. R., & Torres, C. C. (2015). Caracterização da atividade laboral de trabalhadores informais em praia de Natal (RN) – Brasil. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 18(1), 29-45. doi: 10.11606/issn.1981-0490.v18n1p29-45
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Para autores: Cada manuscrito deverá ser acompanhado de uma “Carta de submissão” assinada, onde os autores deverão declarar que o trabalho é original e inédito, se responsabilizarão pelos aspectos éticos do trabalho, assim como por sua autoria, assegurando que o material não está tramitando ou foi enviado a outro periódico ou qualquer outro tipo de publicação.
Quando da aprovação do texto, os autores mantêm os direitos autorais do trabalho e concedem à Revista Subjetividades o direito de primeira publicação do trabalho sob uma licença Creative Commons de Atribuição (CC-BY), a qual permite que o trabalho seja compartilhado e adaptado com o reconhecimento da autoria e publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores têm a possibilidade de firmar acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada na Revista Subjetividades (por exemplo, publicá-la em um repositório institucional ou publicá-la em um livro), com o reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Subjetividades.
Os autores concedem, ainda, à Revista Subjetividades uma licença não exclusiva para usar o trabalho da seguinte maneira: (1) vender e/ou distribuir o trabalho em cópias impressas ou em formato eletrônico; (2) distribuir partes ou o trabalho como um todo com o objetivo de promover a revista por meio da internet e outras mídias digitais e; (3) gravar e reproduzir o trabalho em qualquer formato, incluindo mídia digital.
Para leitores: Todo o conteúdo da Revista Subjetividades está registrado sob uma licença Creative Commons Atribuição (CC-BY) que permite compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e adaptar (remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim) seu conteúdo, desde que seja reconhecida a autoria do trabalho e que esse foi originalmente publicado na Revista Subjetividades.