O que nos fala o cinema sobre a juventude? O regime de facções em insurgente e a fixidez identitária
DOI:
https://doi.org/10.5020/23180714.2016.31.2.331-346Palavras-chave:
Subjetividade. Cinema. Educação. Juventude.Resumo
Este artigo investiga os processos de subjetivação na atualidade e as relações entre cinema e juventude, a partir da análise do filme Insurgente (SCHWENTKE, 2015). O trabalho é um desdobramento da pesquisa que desenvolvo sobre cinema e público jovem, na qual estudo as maneiras pelas quais a produção cinematográfica e a juventude interferem-se mutuamente. Entre as motivações deste trabalho está a de investigar de que forma o cinema, precisamente este blockbuster, tematiza as características e os principais conflitos da juventude na contemporaneidade e quais mecanismos atuam para o jovem espectador enxergar-se nessa trama. Para isso, trago uma breve justificativa do porquê pesquisar o cinema no âmbito da educação, recupero algumas características da produção cinematográfica atual e situo o leitor em relação à definição de juventude utilizada no trabalho. O referencial teórico é norteado prioritariamente por Deleuze, Guattari, Foucault e Rolnik, e a metodologia utilizada é a cartografia. A partir da temática e de elementos trazidos pelo filme, algumas problematizações são colocadas, como a associação do regime de facções apresentado na trama com a fixidez identitária dos kits de perfis-padrão (ROLNIK, 1997) oferecidos aos jovens na atualidade. Ao abordar essa serialização que se dá sobre o indivíduo, revelando um mecanismo muito mais amplo e que está para além dele, lanço mão do conceito de agenciamento coletivo de enunciação (GUATTARI, 1996). Em seguida, relaciono a existência dos divergentes à possibilidade de singularização (GUATTARI, 1996), problematizando a reterritorialização, extensiva ao espectador por meio da empatia (BOAL, 2013), pela qual passa a personagem principal do filme. A análise do filme à luz dos autores utilizados indicou uma tendência da película em reafirmar, frente a seu público, a aceitação passiva do regime de facções trazido pelo longa e, por conseguinte, do próprio quadro de referências identitárias oferecido ao jovem em nossa cultura.Downloads
Não há dados estatísticos.
Downloads
Publicado
2016-12-16
Como Citar
Gomes, G. R., & Farina, C. (2016). O que nos fala o cinema sobre a juventude? O regime de facções em insurgente e a fixidez identitária. Revista De Humanidades, 31(2), 331–346. https://doi.org/10.5020/23180714.2016.31.2.331-346
Edição
Seção
Artigos