O temor de corrigir a linguagem do aluno: suas origens
DOI:
https://doi.org/10.5020/23180714.2014.29.1.22-38Palavras-chave:
Ambivalência discursiva. Discurso. Norma lingüística. Revolução linguística modernista. Tabu da correção.Resumo
Este trabalho é parte de um relatório de pesquisa pós-doutoral sobre o imaginário referente à norma linguística no Brasil, supervisionada pelo Dr. Patrick Charaudeau. Pretende-se nele identificar a dificuldade que a escola brasileira tem para lidar com a norma linguística. Investigou-se para isso o discurso de 61 professores de Língua Portuguesa do Estado do Rio de Janeiro, tentando estabelecer relações intertextuais entre suas respostas e outros discursos. Gláucia M. P. Lara publicou em 2004 um trabalho (LARA, 2004) em que investiga atitudes e crenças de professores sobre correção linguística, no qual, entretanto, acaba aderindo ao “tabu da correção” cuja origem se procura aqui investigar. Embora nenhum entrevistado se tenha declarado frontalmente contrário à norma gramatical, cerca de 40% deles se mostraram ambivalentes, divididos entre um ponto de vista favorável e outro contrário à norma e empregando eufemismos ao falar de erros de linguagem. Os outros 60% apresentaram diferentes graus de adesão à norma. Esse fenômeno enunciativo em que o mesmo sujeito comunicante é porta-voz de duas “vozes do povo” (uma pró-norma e outra antinorma) estaria numa relação intertextual com um discurso “poderoso”, provavelmente o de professores que os entrevistados tiveram na universidade, com sua proposta de flexibilização da norma, resultante da revolução linguística modernista e da introdução da Linguística, em caráter obrigatório, nos currículos de Letras, a partir da década de 1960. Uma entrevistada, por exemplo, declarou que aprendeu “na graduação que não existe modo certo ou errado de falar”.Downloads
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Publicado
2014-01-30
Como Citar
Oliveira, H. F. de. (2014). O temor de corrigir a linguagem do aluno: suas origens. Revista De Humanidades, 29(1), 22–38. https://doi.org/10.5020/23180714.2014.29.1.22-38
Edição
Seção
Artigos