Violência Simbólica e Subjetividade: Uma Leitura a partir da Teoria Crítica Adorniana

Autores

  • Renata de Almeida Bicalho Pinto UFJF
  • Ana Paula Paes de Paula FACE-UFMG

DOI:

https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e7884

Palavras-chave:

teorica crítica, escola de frankfurt, violência simbólica, subjetividade

Resumo

O objetivo do presente ensaio teórico é discutir o conceito de violência simbólica proposto por Pierre Bourdieu e, a partir de sua crítica, estabelecer uma nova proposta à luz da teoria crítica adorniana, que a aprimore, na medida em que apreende de uma forma mais específica a subjetividade. Para Bourdieu, a violência simbólica é uma violência “invisível”, exercida por meios simbólicos de comunicação e conhecimento, que se estabelece em uma relação de subjugação-submissão e que resulta de uma dominação, da qual o dominado é cúmplice. Vislumbrando algumas lacunas no conceito de Bourdieu, estabelecemos uma conceituação ampliada baseada no pensamento de Adorno, enfatizando a subjetividade, e designamos por quais processos a violência simbólica se estabelece. Por violência simbólica entendemos que o arrolamento do sujeito em uma realidade que o constrange, em síntese, mesmo que de modo sutil e imperceptível, a se enquadrar em certas predisposições, percebidas como condições sociais, ocorre por intermédio da degeneração da sua subjetividade por meio da projeção, identificação e individualidade.

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Biografia do Autor

Renata de Almeida Bicalho Pinto, UFJF

Possui graduação em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2006), Mestrado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009) e Doutorado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Juiz de Fora. Tem experiência na área de Estudos Organizacionais, baseada no marxismo e no feminismo classista. Trabalha temáticas que envolvam gênero e demais minorias, movimentos sociais, bem como relações de trabalho, poder e violência. 

Ana Paula Paes de Paula, FACE-UFMG

É Pós-Doutorada em Admnistração pela EAESP-FGV (2005), Doutora em Ciências Sociais pelo IFCH-UNICAMP (2003) e Mestre em Administração Pública e Governo pela EAESP-FGV (1998). Realizou formação teórica em Psicanálise no Círculo Psicanalítico de Minas Gerais (CPMG) (2009-2014) e foi Professora Residente do IEAT-UFMG (2014-2015). Atualmente é Professora Titular da FACE-UFMG, além de Colaboradora do PPG-ADM UFES. É coordenadora do Núcleo de Estudos em Participação e Subjetividade (NEPS) e do Observatório de Práticas Participativas (OPP). Trabalha principalmente com os seguintes temas: Movimentos Sociais, Participação Social e Ciberdemocracia; Experiências Alternativas, Economia Solidária e Tecnologias Sociais; Gestão Dialógica, Gestão Colaborativa e Autogestão; Subjetividade, Psicossociologia e Psicanálise de Grupos e Organizações.

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Publicado

15.06.2022

Como Citar

Bicalho Pinto, R. de A., & de Paula, A. P. P. (2022). Violência Simbólica e Subjetividade: Uma Leitura a partir da Teoria Crítica Adorniana. Revista Subjetividades, 22(2), e7884. https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v22i2.e7884

Edição

Seção

Estudos Teóricos